Algemas

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Estávamos na estrada há mais de 7 horas, minha mãe já deve estar muito preocupada.... Deus, eu nem quero imaginar o desespero dela!
Respirei fundo mais uma vez, pelo visto não está nos planos deste homem me soltar.

- Para onde você está me levando?

Sussurei entristecida.

- Para bem longe.

- Mais longe do que isso? Estamos na estrada há muitas horas!

Gritei sem paciência.

- Estamos? Nem percebi!
- Adoro dirigir e é melhor você se controlar e falar baixinho.

Ele disse cínico. Eu poderia sentir medo ou desespero, mas algo dentro de mim me fez revirar os olhos e exalei mais deboche ao torcer os lábios.

- Você ama dirigir?
- Para mim estava tentando era nos matar, você não dirige nada bem.

Falei baixo, dando os ombros. Alec me encarou e mesmo que eu não tivesse o olhando, senti um arrepio subir pelas minhas espinhas. Deveria ficar quieta já que ele é um bandido, estava abrindo minha boca para pedir desculpas quando o barulho da sua risada ecoou por meus ouvidos.

- Boa, Carly...

O mesmo disse balançando a cabeça, olhei de canto e só conseguia pensar "Droga! Como é lindo...".
Franzi a testa, Alec não parecia ser ruim mas isso não quer dizer nada, já que Eva não sabia que a cobra era ruim quando a mesma lhe ofereceu uma inofensiva fruta...

XXX

Depois de mais horas dirigindo, ele estacionou na frente de um hotel bem cafona, estava tudo escuro só conseguia ver as luzes néon vermelhas e azuis piscando enfraquecidas.
Alec estava pegando algumas coisas espalhadas no banco traseiro do carro e então observei seu rosto só mais uma vez... Estava perfeito sob aquelas luzes, então ele me olhou.
Me virei rapidamente, em colapso e desespero para que aquela cena não fosse um mal entendido...

- Olha, até agora não está nos meus planos te matar... Porém, qualquer coisa suspeita eu terei que infelizmente, te matar.

Ele falou estendendo uma pistola, sua feição se tornou angelical e isso era amedrontador! Naquele instante me perguntei como uma pessoa tão bonita poderia ser tão feia.
Terminei concordando, ele então colocou a arma na cintura e deu um sorrisinho de lado para mim.

Passou por minha cabeça a ideia de que quando ele abrisse aquela porta, eu corresse o mais rápido possível e  por mais que levasse alguns tiros era melhor do que ter a incerteza do que ele quer fazer comigo... Mas, tem a minha mãe e eu a amo tanto que meu coração dói só de pensar no que ela poderia passar quando me visse morta desse jeito.

Alec abriu a porta e parecia um gesto de cavalheirismo se não fosse um sequestro. Ele me encarava sério esperando eu sair quietinha de seu veículo, uma lagrima que não era para cair caiu e eu logo enxuguei.

- Você vai na frente.

Ele disse me empurrando levemente assim que eu estava do lado de fora, andei até a porta do hotel e então a empurrei sem vontade.
Fomos até o balcão, onde havia uma senhora baixinha e sorridente.

- No que posso ajudá-los?

Ela disse arregalando os olhos.

- Bem, queremos um quarto com duas camas.

Alec disse sorrindo, sorrindo como se não tivesse me sequestrando.

- Duas?
- Se estivessem chegado mais cedo achariam... O único quarto que temos tem só uma cama, mas o hotel daqui do lado deve ter duas.

Sequestrada | COMPLETO |Onde histórias criam vida. Descubra agora