A Festa Do Desejo

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Despertei por conta própria e isso era sinal de que eu havia dormindo demais. Assim que me sentei na cama achei que estava na minha casa, mas ao notar o luxo que me rodeava logo lembrei que de casa aqui não tem nada...
Me levantei e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal, ainda de toalha acabei escolhendo minha roupa, que era um vestidinho de alças finas cor verde claro.
Fiz um rabo de cavalo e resolvi descer até à cozinha.

XXX

- Bom dia senhorita, o que quer para o café da manhã?

A cozinheira que pôs minha comida ontem à noite, falou animada. Me perguntei como como alguém pode ficar animada rodeada por gente ruim...

- Torradas e café quente, por favor.

Falei baixo, estava tão entristecida que nem fome eu sentira.

- Só?

A cozinheira disse torcendo as sombrancelhas, provavelmente sentindo uma pena que não deveria sentir.

- Sim.

Falei gélida.

Não demorou muito e ela trouxe minhas torradas. Não eram tão boas quanto às que como em casa, mas não eram ruins.
Assim que acabei minha refeição, saí da cozinha e andei sem direção à sala principal, pois lá levava à imensa porta da frente.

- Observando à vista, Carly?

Alec diz, dei um pulo de susto! Me virei e o vi parado de braços cruzados bem atrás de mim. Me surpreendi ao vê-lo de smoking, era perdidamente de matar e quando deu um sorrisinho de lado realmente tive a certeza da minha morte.
Aliás, não devo brincar com isso e nem devo olhá-lo tão explicitamente.
Engoli seco e tentei tirar os olhos dele, devo ser muito tola por encará-lo tão perplexa.

- Não me olhe assim, Carly.

Ele disse realmente sério. Sussurei "Meu Deus... ", ao notar que eu estava mesmo sem um pingo de sanidade.

- Assim como?

Falei cínica, colocando alguns fios de cabelo atrás da orelha em seguida levando minha mão à cintura.
Mas a não ter uma resposta vinda dele, o encarei de novo.
E de novo, eu grudei meus olhos nos seus e senti as faíscas dinâmicas que nos ligavam de um jeito cruel.

- Bem assim;

Ele disse me olhando de cima a baixo, seus olhos passaram por cada detalhe do meu corpo. Me senti como se estivesse nua, fiquei sem graça, admito.

- Eu não te olhei assim.

Falei dando passos para trás, recuando-me do seu campo de visão.

- Só não faça novamente.

O anjo negro disse meio rude, revirei os olhos sem paciência.
Como se eu quisesse olhá-lo a todo segundo, poupe-me Alec!

- O que você está fazendo parado aí?
- Não ia sair?

Falei coçando a cabeça, tentando mudar o rumo da conversa. Alec sorriu e estalou a língua como se tivesse tido uma ideia.

- Quer saber... Podemos abrir uma exceção e quando eu voltar podemos nos olhar assim, mas só se você quiser.

Seu tom era safado. Tive uma overdose naquele momento, olhei de relance para ele e o vi mordendo os lábios sem intenção.
Era puro veneno...

- Não vou te olhar assim nunca mais.

Falei fazendo uma cara de nojo, corri dele e subi as escadas numa velocidade extrema.
Alec é realmente muito lindo, mas as circunstâncias são desagradáveis, ele é um vilão e eu não quero ser sua parceira nesse crime, eu quero é minha vida de volta.

Sequestrada | COMPLETO |Onde histórias criam vida. Descubra agora