Cela

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- Querida, vamos?

Minha mãe disse segurando em minha mão.

- Mãe, podemos ficar aqui?

Insisti.

- Não Carly, nossa casa é bem longe daqui.

- Mas eu amo Alec, mãe!
- Eu... O amo.

Falei alto, como se eu estivesse a beira de desmaiar com o amontoado de sentimentos me atingindo duramente.  Madison estava ao lado de minha mãe, Louis surgiu do nada e segurou minha mão... Recuei mas acabei cedendo ao seu toque, olhei para meu vestido manchado de sangue e estremeci.

- Vamos meu amor! Casaremos e   teremos dois  filhos com o seu rosto, porque você é linda...

Louis disse dando um leve beijo em minha boca e eu sorri após essa carícia afetuosa.

- Finalmente serei liberta?

- Será sim, agora vamos!

Madison disse segurando minha mão. Entramos no carro da minha mãe e quando estávamos longe da mansão de Alec, tudo ficou branco até que eu acordei... Era só sonho.
Olhei em volta e estava no mesmo quarto branco e frio, por mais que tenha ouro espalhado por esse lugar, não me enche os olhos ou me faz querer ficar. Eu quero mesmo é ir para casa e esse sonho só serviu para me mostrar que não é certo ficar ao lado de Alec.
A minha indecisão está me matando, isso dói.
Olhei para o relógio e ainda eram 03:00 da manhã, tentarei escapar de novo mas dessa vez do jeito certo.

XXX

Fiz o mínimo de barulho e andei até o imenso closet de Lydia. Eu não me pareço nem um pouco com ela, a irmã dele é muito bonita, tem os cabelos longos e pretos como os dele.
Meu cabelo não é preto, mas está escuro na raiz e além do mais ainda é noite, quem vai ligar para isso?

Peguei um dos vestidos brancos que ela sempre usa com um salto alto preto, fiz um coque em meu cabelo, coloquei um chapéu escuro, um de seus óculos de grife acompanhados de um batom vermelho e desci as escadas em direção à saída.

- Senhora.

Um guarda disse abrindo a porta e eu saí de nariz em pé, assim como ela faria.

- A senhora vai querer um carro?

Não estava no meu plano carro, mas isso é perfeito, eu assenti sem sombra de dúvidas! Não demorou muito e uma Ferrari estava à minha frente, eu entrei sem nem mesmo olhar para trás.

- Para onde devo levá-la.

- Rodoviária.

Falei com uma voz trêmula, tudo que eu menos preciso é ficar nervosa agora.

- Sim senhora.

Se passaram 1 hora e a ficha que eu realmente estava fugindo de Alec, para sempre, estava caindo.
Deveria estar sorrindo, mas estava quase mudando de ideia. Claro que quero ver minha mãe, mas nunca senti nada igual como sinto com Alec... Ele entrou em meus ossos e a minha vontade é só gritar!
Estava quase falando ao motorista para voltar, quando um estrondo quebrou os dois vidros da frente e então o carro andou desgovernado.

Olhei para frente e vi o motorista morto com um tiro na testa, arregalei os olhos desesperada.

- Meu Deus! Não!

Foi tudo muito rápido e antes que eu pudesse pensar no que fazer, o carro já havia capotado.

XXX

Uma água muito gelada foi jogada em meu rosto e então eu acordei desnorteada.
Estava sentada em uma cadeira, minha perna ainda estava com estilhaços de vidro, minha mão dolorida estava presa por uma corda, amarrada bem forte.
Olhei em volta, só havia uma luz ligada e estava bem em cima da minha cabeça.

Vi que havia um homem sentando a minha frente, me encarava com ódio e raiva.

- Quem é você?

Perguntei trêmula.

- Quem sou eu?

Ele gargalhou.

- Sou o homem que vai matar você e seu namoradinho.

- Alec? O que ele fez? Por que você vai me matar?

Não podia ser...

- Cala a boca, sua vadiazinha.
- Não aguento olhar nem mais um segundo pra essa sua cara de puta, mas como sou muito bom, irei responder as suas perguntas.
- Bem, você sabe que o seu namorado é um assassino, certo?

- Como?

- Aquele desgraçado matou minha esposa e a minha filha.

Era impossível, não pode ser verdade. Alec não mataria pessoas inocentes assim... Não é?

- Você está mentindo.

Falei nervosa. O homem levantou a mão e me deu um tapa, um tapa tão forte no rosto que fiquei muito tonta.

- Soube que ele está fazendo de tudo por você e com certeza irá vir para te salvar e quando ele entrar aqui, ah... 
- Eu e meus homens atirararemos tanto nele, que não sobrará nada para você se recordar, aliás não... Por que você precisaria se recordar, se estará morta também?

Ele disse gargalhando.
Meu coração doeu, e as lágrimas descontroladas que escorriam pelo meu rosto clamavam por socorro.

- Pode colocá-la no seu devido lugar.

Ele disse para um homem no canto da sala, que veio e me desamarrou. Eu não tinha forças para lutar, meu corpo todo doía.
O homem me jogou numa cela de maneira descortês, acabei batendo meu rosto na parede. Senti que escorria sangue por minha bochecha...

Pela primeira vez não quero escapar ou ser encontrada. Se Alec vir, ele morrerá comigo e se ele não vir, eu morrerei sozinha...

Sequestrada | COMPLETO |Onde histórias criam vida. Descubra agora