Eu Te Amo

12.2K 849 315
                                    

O clima frio ficou ainda mais exagerado e uma onda obscura ficou entre mim e Caio quando ele apontou sua pistola em minha direção.

- Devo lhe dar os parabéns?

Ele disse sorrindo, engoli seco mas não podia demonstrar meu nervosismo.

- Meu aniversário já passou.

Falei cínica.

- Oh não, não... Não estou falando do seu aniversário minha querida, estou falando sobre o seu bebê.

Arregalei os olhos atônita.

- O- O que?

Falei trêmula.

- Te segui desde que os policiais te resgataram, tenho meus contatos e eles me confirmaram sua gravidez...

- Onde está Alec?

Falei cerrando os punhos, meu corpo já começara a demonstrar um imenso medo.

- Alec está bem, conseguiu matar todos os meus homens, mas não conseguiu me matar.
- De novo.

Caio disso gargalhando.

- É uma pena...

Eu disse respirando fundo ao saber que Alec ainda estava vivo.

- Carly, Carly... Que meninha inocente.

Ele diz dando voltas por mim.

- Como assim?

Falei o olhando de canto.

- Você achou mesmo que Alec ainda moraria aqui depois de tudo?
- Meu bem, o pai desse seu filho é mais procurado do que pérolas em ostras.
- Seu homem é um foragido.

Caio não estava mentindo. Eu sabia que Alec não estaria aqui, mas precisava me agarrar à ideia de que eu pelo menos tentei procurá-lo por uma última vez...

- Se você vai me matar Caio, por que ainda não matou?

- Porque Alec está me seguindo... Ele deve vir assistir você morrer.

Olhei para o chão desolada, Alec viria... Isso é ruim ou bom?

- Então já sabe se é menina ou meni...?

Caio ia dizendo cheio de sarcasmo, mas dois disparos vindos por trás de nós, o acertou no peito. O homem caiu no chão desacordado, me virei assustada e vi Alec parado na porta segurando o sorriso ao me ver.

- Não..

Falei correndo até ele, ficamos presos a um abraço cheio de saudades.

- Eu senti tanto a sua falta.

Falei enterrando meu nariz em seu pescoço quente, dei um beijo sorrateiro e senti seu cheiro docemente mentolado.

- Eu pensei que não gostava mais de mim.

Ele falou apertando minha cintura, o  abraço cessou e o anjo negro me pôs de volta no chão.

- Você me esqueceu Alec... Sabe quantas noites eu fiquei consegui dormir?

- Eu não te esqueci Carly, não é fácil esquecer quem amamos...
- Desde que você se foi aconteceram tantas coisas, eu estava no inferno! O mesmo inferno que era antes de você chegar.

Ele falou sério, pus a mão na boca tentando esconder meu fascínio em vê-lo tão de perto novamente.

- A- A minha vida maravilhosa estava um inferno também... Eu não sei o que aconteceu comigo, mas sei que quero você.

Falei pondo minha mão gelada em seu rosto, ele sorriu mordendo a língua mas logo ficou sério ao lembrar de algo.

- Sua mãe deve me odiar.

Falou preocupado. Revirei os olhos sorrindo, isso era o menor nos nossos problemas. 

- É ela te odeia, todo mundo te odeia... Menos Madison.

- Madison ?

- É minha melhor amiga.

- Ah...

Ele disse assentindo.

- Vamos subir, esqueci algo em meu escritório.
- Nem voltei pra cá depois que viajei naquele dia em que nos despedimos.

- Sério?!

Falei surpresa.

Alec subiu as escadas primeiro, já que fui minutos depois porque estava parada encarando Caio no chão.
Eu jurei que o vi se mexendo.

- Tá esperando o que amor?

Alec disse sorrindo... Droga! Eu faria de tudo para acordar todos os dias com ele sorrindo ao meu lado, me chamando de amor.
Corri até as escadas mas não chegaria ao topo, não chegaria a lugar nenhum...

Caio ainda no chão, atirou duas vezes em mim e os dois disparos atingiram minha barriga.
Tudo ficou tão estranho e todo aquele sangue que subiu em minha boca tinha gosto de ferro.
Segurei no corrimão e umas das últimas coisas que vi foi Alec gritando desesperado. Ele descia as escadas com o rosto muito vermelho e seus olhos nunca estiveram com tanto medo.

Cai no chão me entalando com meu próprio sangue, Alec logo ficou ao meu lado segurando minha cabeça e ao tentar estancar todo o sangue que escorria como uma torneira em minha barriga, se sujou por inteiro.

- Não, Carly, não!

Ele gritou me apertando para que eu pudesse reagir, mas aos poucos tudo ficava escuro.

- Fica comigo, meu amor... Por favor, fica comigo.

O anjo negro disse juntando sua testa à minha, suas lágrimas pingavam desoladas sobre minha face.

- Eu te amo, como nunca amei ninguém.

Falei engasgada, tentei levantar minha mão para alisar seu rosto mas não consegui e isso foi o que me doeu mais. Todos falam que os que partem não sentem nada e os que ficam são os  sofrem demasiadamente.
Mas por que eu estava partindo sentindo uma saudade tão grande?

- Não, Carly eu nunca achei que isso seria real. Mas eu te amo, por favor... Você é minha garota.
- Não me abandona, não faz isso.

Ele clamou soluçando.

- Você é tudo para mim...

Falei chorando. Mas ri ao saber que nessa vida, eu fui amada.
Não é isso a que se resume tudo? Amor.

- Eu estou gr-

Tentei falar, mas uma onda de sonolência me agarrou com todas as forças.

Mas eu não poderia ir embora sem dizer.

- Eu estou grávida.

Falei fechando os olhos.

- Abre os olhos, por favor.

- Eu não consigo respirar mais Alec... Só fica comigo agora...

Falei apertando fortemente sua mão.

Alec Hunt havia se deitado ao meu lado e mesmo com todo aquele sangue, ele me abraçou como nunca. Me encostei em seu peito e ouvi seu coração bater enquanto sentia o meu parar.

A morte não era nada, eu apenas sabia que iria para um lugar melhor.
Mesmo que sem ele... O meu amor.
Espero que não seja esquecida no coração das pessoas que significaram algo para mim, espero que ainda sim, toquem no meu nome.
Espero que Alec nunca se esqueça em como nós éramos intensos e loucos, espero que ele não viva em tristeza por minha causa.

A vida sempre pareceu significar algo, e tudo fez mais sentindo quando nos encontramos, meu querido...

Eu te amo para sempre, Alec.

Sequestrada | COMPLETO |Onde histórias criam vida. Descubra agora