Quente como Brasa

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Após meu banho coloquei um vestido muito folgado, desejei deitar na cama e apenas tentar conseguir relaxar depois de tudo.

- Carly?

Uma senhora disse entrando no meu quarto.

- Sim?

Falei baixo.

- Eu sei que você está cansada mas também está ferida... Vamos comigo, a levarei para a médica da família.

Ela disse ainda na porta, eu assenti e acabei indo com a mesma.
Essa senhora me levou para uma das salas do casarão e lá estava uma mulher com uma mala aberta contendo vários instrumentos médicos.

- Olá Carly, eu sou a doutora Watterson.
- Estou aqui para dar uma olhada em você e fechar esses cortes que daqui vejo que são profundos...

Watterson falou fazendo uma cara de pena e tudo bem... Realmente doía bastante.

Deitei na cama e uma onda de sonolência adentrou meu corpo.

- Está com sono?

Ela falou pegando a anestesia.

- Muito...

Falei fechando os olhos.

XXX

Acordei na minha cama, o cheiro frio e suave do meu quarto adentrara cada canto da minha mente e as cobertas acolchoadas alisam minha pele de maneira delicada.
Pela primeira vez estou feliz de ser mantida aqui, longe de tudo e de todos.
Não queria ser mal agradecida mas é que sinto um turbilhão de emoções, quero abraço de minha mãe mas também preciso do calor de Alec... Que droga.
Cobri meu rosto com as mãos e comecei a me desmanchar em lágrimas dolorosas.

Depois de muito tempo desperdiçado chorando calada e entristecida, fui ao banheiro e lavei meu rosto. Olhei-me no espelho e senti um arrepio ao lembrar de Alec, da sua pele pálida e seus olhos negros...
Prendi meus cabelos num rabo de cavalo e saí do meu quarto, em direção ao quarto dele.

O corredor parecia nunca terminar, andava passando as mãos na parede. Senti um fogo no meu ventre e mordi os lábios ao pensar nele, nele e só nele.
Abri aquela porta com tudo e lá estava... Sem camisa e sugando um cigarro negro, seus olhos se encontraram com os meus e eu queria muito o encarar mas desci o olhar para o curativo em seu braço.

- O que está fazendo aqui?

Falou rude, dei os ombro e andei em sua direção. O anjo negro então tirou o cigarro da boca e ia jogar janela a fora, mas eu corri e peguei de sua mão.
Ele franziu a testa ligeiramente surpreso e quando eu dei uma tragada e toda aquela fumaça ficou ao meu redor, sabia que fui endeusada por ele.

Mas manter a atenção de Alec era difícil, ele logo ficou sério novamente. Joguei o cigarro no chão e pisei um pouco aborrecida.

- Eu te quero, Alec.

Falei me sentando ao seu lado na cama, ergui minha mão e alisei os despercebidos cachos que se formavam em seus cabelos.

- Se me quisesse não teria fugido.

Ele disse segurando minhas mãos, meu toque parecia não agradá-lo. Mas eu estava disposta a lutar pelo que queria.

- Eu juro que mudei de ideia! Já estava pedindo para voltar quando tudo aconteceu...

Falei torcendo as sombrancelha. Ele me encarou de forma intensa, havia uma maldade e segundas intenções naquele olhar.

- Nunca me deixe ir...

Falei em seu ouvido, quase que gemendo ao sentir meu corpo roçando ao dele.

  - Carly... Eu te amo.

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