A Pulseira de Ingrid

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Regina voltava do balcão com rosquinhas recheadas e chocolate quente com canela que Henry amava, quando sentiu que alguém a observava.
Ela sempre achara isso incrível nela — sentir quando está sendo observada. Mas a mulher não estava olhando, estava comendo-a com os olhos descaradamente!
Pelo canto do olho Regina esquadrinhou a mulher e viu que ela tinha longos cabelos loiros levemente cacheados que estavam soltos pelos ombros. Possuía olhos verdes magníficos e a pele clara como a neve.

Quando Regina virou-se repentinamente para encarar- lhe, ela ficou extremamente vermelha, o que confirmou suas suspeitas sobre ela estar olhando. Emma rapidamente virou o rosto na direção contrária, para a rua, e tentou disfarçar prendendo o cabelo.
A morena vendo o desconforto da outra, quando ela virou-se novamente ofereceu a ela um dos seus melhores sorrisos de escárnio jogando os cabelos para trás da orelha voltando sua atenção para Henry e sentou-se puxando o vestido arrochado que insistia em subir-lhe às coxas após deixar Emma desconcertada novamente.

— Mãe, por que a senhora tá sorrindo? — indagou o menino enfiando uma rosquinha quase inteira na boca

— Porque eu estou feliz por estar com você, querido — sorriu novamente — E não faça isso, pode se engasgar — ela puxou um guardanapo e limpou os cantos da boca do menino

— Aposto que é porque salvou muita gente hoje — sorriu orgulhoso da mãe

— Pode apostar que sim — sustentou o sorriso do menino

O garoto pegou outra rosquinha grudenta e Regina ficou observando-o comer depois de dobrar o jaleco e o pendurar na bolsa.
Em um dado momento a loira passou por eles feito um furacão e sua pulseira enganchou na cadeira onde Regina estava sentada. Ela estava com tanta pressa que mal notou que tinha o acessório tinha se desvencilhado de seu pulso.
Típico, eu vou até ela correndo, entrego a pulseira e nos apaixonamos. Que coisa ridícula, pensou Regina.

— Henry, eu já volto não saia daqui entendeu?

— Entendi mãe — confirmou com a boca cheia

Regina sai do estabelecimento e corre os olhos pela rua; não acreditava que estava fazendo aquilo. Soava como a droga de um filme ridículo e repetitivo de romance, coisa que ela odiava. A loirinha não poderia estar longe — pensou — a não ser que estivesse correndo.
Foi então que Regina a viu entrar em uma livraria aos tropeços a alguns passos dali. Correndo o mais rápido que pode em seus scarpins enormes, ela entrou na livraria um pouco ofegante. Ela calmamente procurou a loira depois de recuperar o ar que fora sugado de seus pulmões enquanto corria e quando a encontrou na seção de livros de música, cutucou seu ombro; Emma virou-se casualmente e ficou engasgada com a própria saliva, sem poder dizer nada em seu choque momentâneo.

— Você deixou isso cair — Regina levantou a fita amarela khaki

— Ah... É-... Hm Obrigada — Emma sentiu o sangue esvair-se de seu rosto com a ousadia da mulher ao amarrar a fita de volta em seu punho

— De nada — sorriu enquanto amarrava a fita — Deve ser importante pra você

— Ah sim, é muito — conseguiu dizer — Nem sei o que faria se a tivesse perdido

A morena subiu o rosto para olhar Emma; a loira estava completamente embasbacada com o tom casual e descontraído da mulher. Geralmente ela não era assim quando conhecia pessoas atraentes mas Regina fez seu trenzinho descarrilhar e levou consigo o freio de mão manual, deixando-a completamente sem palavras.

— Deveria tomar mais cuidado da próxima vez em que decidir sair voando por aí — debochou — Agora preciso ir, larguei meu filho no Starbucks sozinho! — disse com urgência — Tchau!

A PianistaOnde histórias criam vida. Descubra agora