Sinais

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Henry congelou, na mesma posição que estava ficara — parecia mais um Possum quando se finge de morto, um marsupial que se assemelha ao gambá. O garoto de corado ficara branco quase instantaneamente. Virando-se e ficando de pé rapidamente para encarar a porta, abaixou os olhos castanhos e disse:

— Por favor tia Kristin, não conta pra minha mãe! — implorou

— Não conta pra mãe dele... — pediu Emma

— Por que eu não deveria contar? — perguntou a médica pousando o prontuário no braço esquerdo — Você parceiro, matando aula e você — apontou para Emma — Chamou minha melhor amiga de cretina... Eu nem deveria te dar tanta morfina!

A mulher bufou e pôs a prancheta no lugar onde ficam os prontuários ao pé da cama após rabiscar alguma coisa nele. Olhando fixamente para Emma como se fosse arrancar sua alma e sugar com um canudinho e para Henry logo depois como se fosse comê-lo no jantar, disse:

— Eu não vou contar nada mas você trate de sair daqui voando e chegar no segundo tempo de aula — disse para o menino — E arrume uma boa desculpa, diz que perdeu o ônibus, sei lá.

Depois que Henry despediu-se de Emma com um beijo no rosto e de Kristin com um sorriso cúmplice é um abraço, ele pegou sua mochila e saiu de lá correndo sem olhar para trás. Voltando-se para a porta, Kristin puxou a bandeja de medicamentos que estava do lado de fora e a deixou perto do leito. Aproximando-se de Emma, ela sacou do jaleco uma lanterna e verificou a fotorreagencia das pupilas da paciente em silêncio absoluto.

— Ela mandou você aqui pra me matar, não é? — perguntou Emma quebrando o silêncio

— Bem que eu queria mesmo — respondeu não olhando-a  — Mas eu ia perder meu registro... E acredite, se ela quisesse te matar, tinha enfiado o dedo nas suas suturas — levantou um pouco a roupa hospitalar dela e continuou — Que por sinal, estão tão bem feitas que só Deus poderia fazer melhor que ela.

Kristin finalmente a olhou. Os olhos azuis gélidos pairaram sobre os verdes assustados de Emma. A mulher retirou o segundo curativo com pouco cuidado fazendo com que os micro pelos da loira serem arrancados junto com esparadrapo causando-lhe um desconforto porém não demonstrou; analisando os pontos, ela fez uma anotação e buscou na bandeja um potinho e um palito. Aplicou o creme incolor e gelado em cima das incisões e pôs uma nova bandagem para cobrir.

— Eu jurava que isso era trabalho para os enfermeiros — comentou Emma

— Eu também jurava mas estou aqui a pedido da própria Regina... — respondeu — Já que ela não está aqui por você, quer que alguém esteja já que sua mãe precisou ir

— Hum-hum — assentiu verbalmente afastando a lembrança do porquê a morena não estava ali — Sabe se ela vai parecer por aqui? — Kristin a olhou torto. Pondo o cabelo atrás da orelha, retificou-se — Quero dizer, sabe de a Dra. Mills vai aparecer por aqui?

— Se eu fosse você orava pra ela não pisar aqui. Ainda está, digamos, chateada — disse a mulher interrompendo o soro para aplicar a medicação intravenosa — Ela deve estar procurando criancinhas para comer no almoço, já que não pode comer você — murmurou aplicando o remédio

— O que?! — Emma franziu o cenho

— Nada! — sorriu sem mostrar os dentes — Preciso ir Srta. Swan, tenho que voltar aos meus pacientes. Volto para vê-la mais tarde.

A PianistaOnde histórias criam vida. Descubra agora