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Raymond Ernest e Sara Crawford passaram pela entrada do Hospital St. Bartholomew no exato momento em que um raio rasgou o céu de Nothern Lake. Os funcionários do lugar andavam para lá e para cá dentro de seus jalecos brancos e não perceberam os dois estranhos afobados ignorando metade das placas de permitida somente a entrada de funcionários.
Sara parou no balcão de atendimento para perguntar pelo policial ferido no momento em que as luzes do lugar falharam.
— Ele está em cirurgia — disse a mulher do outro lado.
Sara virou para Raymond com uma expressão preocupada e o escritor não entendeu o porquê daquilo. Ele deveria estar em segurança na sala de cirurgia.
— Isso pode não ser tão bom assim — explicou Sara.
— Por quê?
— Estamos lidando com personagens perdidos no mundo real, Raymond, e eu não acho que uma parede pode impedi-las. Por outro lado, pode impedir a nós. Venha.
O escritor seguiu a mulher pelos corredores brancos do local, e era realmente estranho o modo como ela parecia saber exatamente em quais cruzamentos virar, quais portar entrar e quando se esconder. Andavam tentando se misturar aos demais visitantes quando todas as luzes do lugar se apagaram de novo, dessa vez sem voltar.
— O que foi isso? — perguntou Raymond.
— As sombras estão chegando — Sara disse —, Venha!
Raymond a seguiu quando, ao olhar para trás, viu que o chão antes claro começava a ser engolido por sombras.
— Isso, seja lá o que for, está nos seguindo — ele disse, ofegante, quando os dois entraram em uma sala, com Sara fechando a porta e trazendo itens para barrar a passagem de qualquer coisa que pudesse querer entrar. — Desde a delegacia. Por quê?!
Ele fazia perguntas e Sara as ignorava, mantendo a sua atenção presa nas venezianas da cortina, tentando enxergar o que acontecia do outro lado da janela. Raymond percebeu que estava no quarto de um paciente, e que esse paciente os olhava assustado.
— Pare de fazer perguntas e se esconda — instruiu Sara, caindo ao chão assim que pronunciara as palavras, abraçando os joelhos ao encostar as costas contra a parede que abrigava a janela de vidro.
Raymond fez o mesmo e se sentou ao seu lado, vendo que a tempestade não havia parado. Continuava chovendo do lado de fora, e apesar do apagão do hospital, os raios e trovões proporcionavam luminosidade para o quarto. O paciente deitado na cama, imóvel, olhava para os dois, mas parecia incapaz de fazer qualquer coisa a respeito da invasão. Ele estava com vários equipamentos ligados ao seu corpo, um respirador e um curativo na cabeça.
Raymond respirava com certa dificuldade. Sentia medo; um tipo de medo que nunca havia sentido antes. Ele piorou quando Sara disse:
— Elas estão aqui. As psicopatas.
No exato momento em que fechou a boca, passos foram ouvidos do lado de fora do quarto, arrastando— se pelo corredor. Raymond e Sara se entreolharam e recuaram inconscientemente, vendo o homem deitado na cama movimentar os olhos para a janela, arregalando-os em uma expressão de puro medo. Raymond olhou para Sara em busca de respostas, mas ela estava com os olhos fechados, prendendo a respiração como se aquilo fosse a ajudar a se manter fora de vista.
Sara esticou a mão para segurar a de Raymond, e com isso o escritor também fechou os olhos, respirando fundo e tentando pensar em qualquer coisa, menos no formato e no tamanho da sombra que ocupava a parede oposta do quarto, porque era inacreditavelmente grande. E surreal.
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7 Psicopatas (COMPLETA ATÉ DIA 25/11)
TerrorRaymond Ernest é um escritor decaído. Depois de criar um thriller que vendeu milhares de cópias pelo mundo, ele se encontra em um profundo bloqueio criativo, não tendo inspiração nenhuma para escrever. Enquanto tenta superar a crise literária...