"Não acredito que você ainda está deitado, garoto!" Veio minha mãe gritando pela casa. Doritos estava deitada em cima da minha barriga dormindo que nem anjo.
"Já vou levantar, mãe. E aliás, eu vou almoçar na Amanda!" A minha sogra havia me chamado para almoçar lá porque queria fazer um comunicado importante para o Rennan(Namo-rido dela) e quis que eu comparecesse porque diz ela que sou da família. Amo aquela casa e realmente me sinto da família. Amo a minha sogra, amo a comida dela, amo ver filme com a Amanda naquele sofá cama da casa delas.
Minha mãe sempre foi apaixonada pela Amanda, desde quando ainda éramos amigos. Até meu pai gostava dela, assim como a Doritos e meu irmão.
Fiquei com pena de tirar a Doritos de cima da minha barriga, mas se eu não levantasse logo chegaria no almoço na hora da janta. Levantei, tomei banho e peguei qualquer roupa que vi jogada na minha cadeira (ah, não me ache um relaxado. Aposto que todos têm aquela cadeira onde fica uma montanha de roupas.) Minha empregada vive tentando arrumar, mas no dia seguinte já está cheia de roupas novamente.
Coloquei qualquer tênis que vi jogado atrás da minha cama e desci para avisar que estava saindo. Quando passei pela sala quase tive uma taquicardia, o que ela estava fazendo na minha sala????
"Oi, Lucas. Quanto tempo!" Disse Luna levantando para me cumprimentar. Eu fiquei pasmo. Paralisado. Estático. O QUE ELA ESTAVA FAZENDO AQUI?
Luna foi minha vizinha por uns meses quando éramos mais novos, e a primeira menina que eu beijei. Ela era, e é linda. É loira, tem o cabelo cacheado, mas não um cacheado qualquer... É um cacheado lindo e super definido. Vai até metade das costas. Tem olhos azuis, mas tão azuis que quase chegam a arder a vista de olhá-los. Tinha um corpo lindo e estava bronzeada.
"Oi, Luna. Quanto tempo mesmo. O que você está fazendo aqui?" Isso Lucas, nota 10 para a sutileza.
"Vou voltar a ser sua vizinha, legal não é?" Não! Nada legal.
"Ah é? Legal! Bem, tenho que ir que a minha namorada está me esperando para almoçar e eu já estou atrasado. Foi um prazer vê-la!" Falei já me virando para sair. Nem um aperto de mão, nem um abraço. Só falei e sai.
Eu estava ferrado. A Luna quando grudava uma ideia na cabeça dela, não havia santo que a fizesse mudar de ideia. Eu não gostava dela quando ficamos, eu gostava da Nath. Mas vamos dizer que fui agarrado enquanto brincávamos de pique-esconde com todas as crianças da rua. Os pais dela são maravilhosos e sua irmã (Lívia) também é um amor de pessoa, embora quase nunca nos falávamos, aliás, ela é 4 anos mais velha que nós dois.
Fui andando em direção à casa da Amanda meio roboticamente. Eu estava ferrado.
Cheguei à portaria do prédio e subi direto, pois a dona Maria Clara havia dito que não precisava me anunciar. Bati na porta e Amanda que me recebeu com um sorriso tão grande, tão intenso, tão vivo que logo esqueci o que estava pensando.
A Amanda tinha um poder mágico que quando eu estava perto dela eu simplesmente esquecia de qualquer coisa. Eu era louco por ela.
"Oi amor, tudo bom?" Ela falou se jogando aos meus braços.
"Oi, princesa. 'Tô' sim, e você?" A abracei tão forte que a tirei do chão, se bem que nem era tão difícil assim porque ela era leve e baixinha.
"Entra, meu gato preferido!! O almoço está quase pronto!" Falou dona Maria vindo ao meu encontro. Eu amava aquela mulher!
Sentei no sofá para esperar depois de insistir para ajudar, mas não deixaram. Quando Rennan chegou, fomos direto para a mesa.
"Hummmm, que cheiro maravilhoso. Se disser que é lasanha eu te peço em casamento agora mesmo!" Falou Rennan para quebrar o gelo.
"Então pode começar o pedido!" Falou minha sogra se levantando para pegar a travessa de lasanha que estava no forno.
Comemos a lasanha, e repetimos. Estava simplesmente maravilhosa . Quando acabamos, dona Maria falou que queria dar um comunicado e então se levantou e foi a cozinha voltando com algo parecido com um termômetro, mas depois que vi direito, era um teste de gravidez. Vish, ferrou!
"Queria te dizer que você será pai, Rennan!" Falou a minha sogra tremendo um pouco. Rennan ficou pálido.
"Você está falando sério, Clara?" Perguntou Rennan quando finalmente encontrou a voz.
"Estou!" Minha sogra agora estava vermelha que nem tomate.
Rennan se levantou e a abraçou. Não disse parabéns nem nada motivador, só a abraçou.
Amanda levantou e me puxou pela mão. Entendi perfeitamente esse código e ele dizia: 'Vamos sair daqui logo que vai dar merda'
Fomos para o quarto da Amanda. Quanto tempo que não entro nesse cômodo da casa. Na parede dela havia um coração feito de fotos e nelas estavam: Nath, Malu, Marcia, Thiago e eu.
Sentei na cama dela e ela foi ligar o ar-condicionado e pegar o controle da tv. Nos deitamos e ficamos lá enrolados no edredom vendo desenho.
Depois de algum tempo até esquecemos que a tv estava ligada. Brincamos de cóssegas e começamos a nos beijar até que meu celular começou a tocar. No visor estava "LUNA". Ops.
