"Amiga, calma! Vai ficar tudo bem..." Disse Nath com lágrimas nos olhos.
Eu chorava de soluçar e Malu estava entrando em desespero com os nossos estados.
Cerca de 10 minutos depois da ambulância ter saído com Lucas e seus pais, recebi uma ligação da mãe dele dizendo o nome e o endereço do hospital. Passei o telefone para Thiago já que ele me levaria ao local e ele respondia monotomamente com "uhum" e "sim" .
Mais uns 15 minutod e eu já estava na porta do hospital onde senhor Marcelo me esperava.
"Gente, infelizmente eles não estão permitindo visita. Só pode acompanhá-lo família e no máximo namorada." Ele disse.
Não argumenttei dizendo que não era mais namorada do deu filho, porque, eu também não poderia entrar.
Me despedi das meninas e do Thiago e entrei.
Eu nunca gostei muito de hospital, toda vez que entrava em um, sentia calafrios.
Cheguei à uma porta onde estava escrito UTI. Gelei.
Entrei e segui senhor Marcelo que estava me levando a ala de Lucas.
A mãe dele chorava.
"Ele está bem? Vai ficar tudo bem não é?" Perguntei ainda com lágrimas nos olhos.
"Ele bateu a cabeça e está em coma..." Começou a chorar novamente.
Chorei também.
"Ele fraturou 2 costelas também..." Disse o pai dele.
Lavei as mãos em uma pia perto e me sentei ao lado da maca. Peguei sua mão e entrelacei com a minha.
"Vai ficar tudo bem..." Sussurrei.
Um médico veio e leio consigo a mãe de Lucas. Senhor Marcelo foi pegar algo para comer e então fiquei sozinha com ele.
"Desculpe-me... Eu não queria que nada disso tivesse acontecido. Eu queria que minha reação fosse correr para você e não de você. Queria poder ter parado quando ouvi sua voz... Por favor me perdoa. Eu te amo Lucas e não sei como é ter uma vida sem você depois que já me acostumei com seus abraços e birras..." Lágrimas escorriam pelas minhas bochechas.
Fiquei muito tempo ali no hospital ao lado do leito. Lembrei que não tinha avisado nada a minha mãe e então liguei para ela e falei. Contei tudo e chorei mais. Ela chorava do outro lado da linha.
Ela dizia coisas como "vai ficar tudo bem" e "ele vai melhorar" . Mães.
Quando olhei para o relógio, já passavam das 3h da manhã."Amanda? Amanda?" Senti alguém me cutucando.
Levantei a cabeça e então percebi que havia dormido sentada a cadeira com a cabeça sobre os braços que estavam apoiados na maca.
"Oi. Desculpa." Falei vendo senhor Marcelo me chamar.
"Vou te levar em casa para descansar, mais tarde você volta." Ele disse.
"Não vou sair daqui." Falei firme.
"Mas Amanda, o Luan também quer entrar e não pode ficar mais de 1 pessoa o acompanhando." Ele pediu calmamente. Entendi que não adiantaria reclamar. Dei um beijo na bochecha de Lucas e sai da ala.
A viagem de ida para a minha casa não durou nem 20 minutos. Desci do carro e entrei na portaria do meu prédio meio grogue de sono.
Subi, e quando abri a porta tomei um susto. Minha mãe em pé em frente à porta.
"Que susto, mãe! Quase matou..." Falei com a mão no peito.
Ela me abraçou e apenas disse.
"Poderia ter sido você... Conversei com a mãe do Lucas por telefone e ela disse que o carro atropelou Lucas segundos depois de você ter atravessado. Você é doida, menina?" Ela estava um pouco nervosa.
A abracei. Mães sempre preocupadas e mesmo assim dando broncas.
Entendi a gravidade da situação. Mas ainda sim, me sentiria mais aliviada em ser eu ali no lugar dele. Vê-lo vulnerável naquele leito me destruía. Preferiria ele gritando e brigando comigo do que daquele jeito.
Minha mãe me soltou e mandou eu tomar banho para tirar "a sujeira de hospital". Comi e sentei-me na sala pensando se já podia voltar.
"Descanse um pouco, Amanda. Mais tarde eu te levo lá." Falou minha mãe.
Obedeci. Deitei e em 5 minutos ja estava dormindo novamente.
Domingo passou bem rápido já que dormi grande parte do dia, e, quando estava escurecendo, minha mãe me levou novamente ao hospital.
Passei a noite lá de novo. Segunda não fui à escola e passei o dia com Lucas.
À noite, fui obrigada a voltar para casa.
Terça fui à escola e estudei durante o dia. De noite, queria voltar para perto do Lucas mas não deixaram.
Quarta-feira foi um dia bem agitado. Depois da escola, fui para a casa da Nath para fazermos um trabalho que era em dupla e seria apresentado. Não estávamos com cabeça para pensar em nada, mas tentamos já que valia 8 pontos.Cheguei em casa e já estava bem tarde, tomei um banho e liguei para Luan para saber de Lucas. Eles estavam tentando fazer Lucas acordar conversando com ele, ou apenas fazê-lo mexer os dedos ou qualquer sinal de vida.
Quinta-feira voltei da escola com o Átila e Aria. Fomos a praia a tarde para tentar tirar da cabeça o acidente. Todos estavam bem abalados com tudo o que aconteceu. Não saímos mais desde que Lucas fora internado. Eu não tinha pique para nada e mal estava comendo.
"Vai ficar tudo bem, Amanda. Mas você não pode parar de viver por causa do acidente. Ele vai acordar e vai se recuperar, mas se você continuar fazendo greve de fome vai acabar doente e hospitalizada também!" Falou Átila.
"Nossa... Embora seja verdade, isso foi muito rude, Átila!" Repreendeu Aria.
"Rude nada. Ela está se prendendo a isso como se fosse culpa dela." Continuou Átila agora se virando para mim: " O Lucas foi atropelado porque não viu o carro. Não foi culpa sua isso acontecer!"
"Mas ele estava vindo atrás de mim. Eu ouvi ele me chamando e ignorei. Talvez, se eu tivesse me virado e esperado nada disso teria acontecido..." Falei murchando.
"Amanda, a culpa não foi sua..." Tentou Aria.
"Olha, quer saber? Cansei!" Átila se levantou e saiu andando pela orla.
Minha culpa deu lugar a raiva e eu estava prestes a voar nele. Quem ele pensa que é ? Idiota.
Chorei novamente. Essa foi a primeira vez que Átila havia sido grosso comigo.

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Amor Por Acaso
Novela JuvenilAproveitem a leitura, espero que gostem !! Beijinhos !!