Ele.

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Passou sábado e ela não me respondeu e nem retornou minhas ligações. Eu estava acabado.
Ela não me perdoaria.
Chegou domingo e de novo, ela não me mandou mensagem. Não tentei ligar mais. Sei que foi orgulho, assumo, mas estava começando a me sentir um trouxa.
Na segunda pela manhã vi uma mensagem do Thiago no nosso grupo do whatsapp nos convidando para passar o fim de semana em cabo frio. Eu estava na casa da minha avó desde sábado, ela mora em Campo Grande.
Só voltaria no domingo para casa, que seria o dia que eles voltariam da viagem.
A Amanda não respondeu o que me deixou um pouco aliviado pois eu não poderia estar la.
Mas logo ela topou e ainda levaria o mané do vizinho.
Meu sangue subiu.
Liguei para meu pai.
"Pai, bom dia!" Disse quando ele atendeu.
"Bom dia Lucas. Fala." Respondeu ele seco como sempre.
"Envés de vir me buscar no domingo, tem como vir na quinta?" Perguntei.
"Só depois do trabalho. Umas 22h"
"Ta ok. Obrigado." Falei e então ele desligou.
Respondi no grupo que havia mudado de ideia e então sem pensar, disse também que levaria uma pessoa.
Ciúme? Sim. Orgulho? Sim também.
Bloquiei a tela do celular e encarei o teto.
Sabia que só me deixaram no grupo porque ninguém teve coragem de me excluir. Sabia porque todos já sabiam o que havia acontecido, só que na versão da Amanda. Que não é muito diferente da minha.
Mas eu iria mesmo assim.
Não queria levar ninguém. Só não queria ficar de fora daquele joguinho.
A semana passou rápido e quando me dei conta, já era quinta. Meu pai chegou as 22h em ponto.
Fomos para casa. Quando chegamos, parecia que eu tinha desaparecido há anos, porque Doritos começou a pular, chorar, latir e se mijar de alegria ao mesmo tempo.
Subi e arrumei minha mochila.
Luna me ligou.
"Vai fazer o que nesse fim de semana?" Disse ela com voz meiga.
"Viajar para cabo frio com meus amigos." Respondi.
"Nunca fui à cabo frio..." Quando ela disse ja logo entendi que queria ser convidada.
"Já fui. É legal. Pena que não tem mais vaga no carro." Respondi seco.
"É. Pena. Preciso desligar, depois te ligo. Beijos." Falou rápido.
"Tchau." E desliguei.
Ela com certeza estava aprontando algo.
Marcamos de nos encontrar às 8h na porta do nosso colégio.
Quando cheguei, Nath já estava lá com Aria, Malu, Márcia e Matheus.
Matheus falou comigo normal assim como Márcia. Malu estava um pouco distante mas nada de mais. Agora Nath estava uma frieza impressionante.
"Cade sua acompanhante?" Perguntou Nath.
"Não pode vir. Pena." Respondi no mesmo tom de voz da pergunta.
"Vocês não iam me deixar para trás né?" Vi Luna puxando uma mala de rodinhas enquanto vinha na nossa direção.
"O que você está fazendo aqui?" Perguntei assustado.
"Ah, eu ainda tinha o número do Thiago então mandei mensagem perguntando sobre hoje. Ele disse que ainda sobrava um lugar, acredita?" Perguntou ela eufórica.
Nos viramos e vimos Átila e Amanda vindo do mercado com algumas bolsas. Os dois riam de algo muito engraçado que provavelmente ele falou. Quando ela bateu o olho em mim, fechou a cara.
Ela me odiava.
"Gente, acho que conseguimos comprar tudo que estava na lista." Falou Átila quando chegaram ao nosso lado.
Ouvimos um barulho de buzina e vimos uma Doblô prata vindo em nossa direção. Assim que Thiago estacionou, tentamos arrumar as malas no porta-malas não muito grande para tantas pessoas.
Tudo em seus devidos lugares, entramos e nos acomodamos.

O clima estava um pouco estranho dentro do carro. Nath estava no banco do passageiro, Thiago dirigia. No banco logo atrás do motorista estavam Amanda, Aria , Malu e Márcia espremidas e no ultimo, Matheus, Átila, Luna e eu também espremidos.

Nath estava virada para as meninas que estavam conversando animadamente sobre como seria nosso final de semana.

"Luck, está tudo bem?" Perguntou Luna ao ver que eu estava distante.

"Estou sim. É que estou com sono." Respondi.

"Já sei. Isso aqui está muito desanimado. Vamos brincar de verdade ou consequência!" Gritou Nath batendo palmas.

Amor Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora