Depois do filme, fomos à praça de alimentação e resolvemos viajar amanhã para a casa de praia do Thiago passar o fim de semana de novo.
Voltamos cada um para sua devida casa e combinamos o horário que nos encontraríamos no dia seguinte. Novamente às 8h em frente ao Centro Educacional Recreio. Dessa vez, eu iria com Amanda sendo minha namorada.
Quando estávamos na estrada, fomos cantando e gritando. Parecia carro de maluco. Eu curti muito mais do que da outra vez, isso era óbvio.
Chegamos lá na hora a tarde e de novo, as meninas fizeram o almoço. Dessa vez, Aria foi no carro com Jansen e Luna não foi, o que nos deu mais espaço dentro da Doblô.
Decidimos que iríamos para o mesmo bar onde tinha música ao vivo e nos aprontamos para ir, depois de claro, já deixar a nossa cama gigante na sala pronta. Chegando lá e bebemos muito depois, fomos dançar.
Eu estava dançando com Amanda. Os beijos e abraços meio embolados por causa da dança.
"Eu não acredito que tenha sido 'por acaso' nosso ano, ou a minha mudança para o recreio." Falou ela e voltou a dançar.
Parei e pensei um pouco.
"Então você acredita em acaso?" Perguntei enquanto ela me olhava com os olhos brilhando de um jeito tão apaixonado, porém séria.
Como eu queria beijá-la naquele momento e tê-la para o resto da minha vida.
Ela simplesmente me abraçou se encaixando perfeitamente em meus braços e depois de um momento balbuciou um "claro" que mal pude entender.
Depois de um tempo, ela se afastou e me encarou, agora com um maravilhoso sorriso e respondeu:
"Você é o acaso mais lindo que surgiu em meu destino".Voltamos a dançar juntos. Não precisava dizer que eu amava aquela menina de um jeito inexplicável, ela já sabia.
Chegamos em casa às 4:30h da manhã. Todos muito tri-loucos. Só me lembro de me jogar naquele edredom no chão e abraçar Amanda. Pronto, acabou.
Acordamos já eram umas 16h com uma ressaca horrível.
Olhei para os lados e alguns ainda estavam dormindo, percebi que Amanda não estava mais ao meu lado.
Me levantei e fui até a varanda e ela estava sentada em uma rede.
Encostei-me no batente da porta e fiquei observando-a. Ela estava distraída com o olhar na linha do horizonte. Podia ver um pequeno sorriso bobo naquele rosto.
Fui andando devagar em direção a rede e me sentei ao seu lado.
Ela me olhou com uma expressão de admiração e depois sem falar nada, encostou sua cabeça no meu peito, e a abracei.
"Podíamos parar o tempo né?" Perguntei.
"Que graça teria?" Ela rebateu.
Ela sempre fazia isso, me deixar sem fala.
"Ah, ficar aqui com você, abraçados e olhando para esse mar lindo..." Apertei mais ela em meus braços e sorri.
"Esse é o mistério da vida: Manter a pessoa que você ama com você ao longo do tempo, saber conquistá-la todos os dias e não estagnar em um período de tempo. A vida passa, Lucas, e isso me assusta demais. Já parou para pensar que ano que vem teremos 18 anos, não estaremos mais na escola, teremos que começar a trabalhar e ter responsabilidades... Sempre achei que crescer seria incrível mas agora, já com os pés na linha de largada, me sinto impotente. É bom saber que você está ao meu lado, isso ameniza os meus medos, porque, eu sei que enquanto estivermos juntos, vamos nos apoiar e aprendermos a ser bons adultos"
Ela me olhou para saber se eu estava prestando atenção.
"Eu te amo." Concluiu com um sorriso.
"Eu nem sei o que falar... Só que eu te amo e vou lutar muito para que você possa se sentir mais segura em relação a vida e a você. " Respondi.
Não dissemos mais nada um para o outro, só ficamos ali abraçados olhando as ondas indo e vindo.
"Ja te contei minha teoria das ondas?" Perguntou ela sorrindo.
"Não. Qual?" Perguntei curioso.
"Ah, um dia eu te conto." E riu.
E foi assim que permanecemos por um bom tempo. Sentados olhando para o mar com sorrisos bobos no rosto.
Esses sábados...
Naquele momento vi que não tinha outro lugar onde eu gostaria mais de estar.