Capítulo 12

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Compromisso

Depois do almoço, Carlos foi embora, mesmo parecendo aceitar tudo muito bem, Sophie percebeu certa mudança, nada significativo. Decidiu não se importar com isso, com o tempo ele se acostumaria, esperava ela.

Por conta de sua euforia por ter recebido sua carteira de motorista e a conversa com o amigo, conseguiu deixar o cansaço de lado. Mas logo sentiu seu corpo pesado e foi tomar um banho. Relaxada, se jogou em sua cama, fingindo não ter com o que se preocupar e dormiu.

Acordou horas depois com seu celular insistindo em tocar, sonolenta, foi até a mesa do quarto, esbarrando em sua estante de livros, o que a fez despertar de vez e xingar. Não reconheceu o número, mas resolveu atender.

Era Lucas, a convidando para sair, um convite que pensou em recusar, até conferir a hora e perceber que tinha dormido demais, passava das sete da noite.

— Certo, vou me arrumar. – Encerrou a ligação e foi lavar o rosto.

Não sabia exatamente o que vestir, então decidiu por calça jeans e uma blusa rosa de alça e tênis. Quando Lucas chegou, ela estava tentando colocar um colar que sua mãe guardava, presente de Lívia, gostava dele, só tinha vergonha de pedir a Bárbara.

— É um colar bonito, onde comprou? – Perguntou, se oferecendo para ajudá-la.

Sophie colocou seu cabelo de lado e se virou para ele, o toque em sua pele a arrepiou.

— O colar é da minha mãe. Pelo que sei, Lívia tinha um colar igual a esse no dia em que veio me deixar e deu esse aqui para Bárbara.

Lucas observou o pingente por um tempo, pensando no significado que podia ter aquilo. Era um pingente hamsá de ouro com o olho de Hórus desenhando na palma da mão de Fátima, a mão era de um ouro liso, enquanto o olho era de um poroso e com uma pedra azul no lugar da pupila. Seu tamanho chamava atenção e o contraste na textura do material o deixava ainda mais bonito. O que o incomodava, era a sensação de já ter visto algo parecido, mas não lembrava onde.

— Pronto. – Ele se afastou, pensativo.

— O que vamos fazer? Você não disse ao telefone.

— Pensei que agora que pode dirigir, que tal darmos uma volta? Você dirigi, claro.

— Sério? – Ele assentiu e Sophie não conseguiu evitar o sorriso. Dirigir um Camaro era tentador, pensou em pedir antes, mas ficou receosa, agora não iria recusar. — Precisamos de um destino, não gosto de ficar dando volta em quarteirões.

— Você não está com fome? Podemos encontrar um lugar para comer.

— Ótimo, vamos a uma churrascaria que eu conheço.

Lucas estava pensando em comer um lanche, não estava com tanta fome assim a ponto de jantar, mas não quis estragar a empolgação dela.

A churrascaria era o lugar mais longe que a garota conhecia. Enquanto ela dirigia, Lucas mexia no som do carro, satisfeito com aquele momento. A satisfação dele durou pouco, ao chegarem à churrascaria, ele precisou disfarçar.

Conhecia aquele lugar e só passava por ali quando era necessário, era basicamente um ponto de encontro da Agência. Ignorou os olhares que receberam e sentou-se à mesa que a garota escolheu. Achou graça, pois sem perceber, Sophie ia de encontro ao perigo, como se tivesse um imã para isso.

Eles jogaram conversa fora e Sophie comeu até não poder mais, rindo das caras e bocas de Lucas quando ela comeu um abacaxi com canela sozinha.

— Nossa, acho que não consigo levantar daqui. Se importa de voltar dirigindo? – Ela sorriu e alisou a barriga, provocando uma gargalhada em Lucas. Um som muito agradável, pensou, se irritando ao perceber que até mesmo disso já estava gostando.

Manipuladores do Futuro (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora