Capítulo 13

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A emboscada

O tempo começava a fechar, enfim, viriam alguns dias mais frios, o calor em sua cidade era quase insuportável. Estava na rua indicada por Natália, só precisava encontrar o número, o estranho era que aquele bairro não era residencial, esperava não estar no endereço errado, "Rua da forca, número 15". Não demorou a encontrar o sobrado azul com o número 15 no portão.

Foi no momento em que tocou o interfone e a voz de Natália a avisou que já estava saindo, que Sophie teve um pressentimento ruim, como sempre, ignorou seus instintos, havia marcado um compromisso, não voltaria atrás.

A garota veio abrir o portão, enquanto prendia o cabelo. Sophie teve vontade de alertá-la sobre o capacete, mas desistiu, pois nem mesmo parecia arrumada para sair, imaginou que Natália já estaria pronta e se irritou um pouco com isso.

— Entra! – Deu espaço para que Sophie passasse pelo portão eletrônico, mas ela hesitou.

— Não posso demorar, como disse... Preciso ajudar uma pessoa, e... – Entrou, mesmo contrariada e com a impressão de estar entrando na toca do lobo. Ignorou isso também, andava arisca e precisava parar com isso.

— Relaxa! Não vou demorar. – Sorriu ao fechar o portão.

Sophie a seguiu pela casa, passaram por uma cozinha bem equipada, uma sala enorme, bem mobiliada e uma sala de jantar com uma saída para o que parecia ser o quintal nos fundos da casa. Mas havia outra casa, no começo, pensou que fosse uma edícula, porém, errou feio.

O primeiro cômodo era uma cozinha, menor, mas tão bem equipada quanto a outra e em seguida, entraram em uma sala, não tinha televisão, apenas três sofás e uma poltrona. De seu lado esquerdo, via-se um corredor e do lado direito, uma escada para o segundo andar da casa.

Concluiu que outras pessoas moravam ali, como se fosse uma república ou algo do tipo. Natália indicou o sofá e Sophie sentou-se, ficando de costas para a escada, de lado para a entrada pela cozinha e de frente para a poltrona e o corredor.

— Vou terminar de me arrumar e já volto. – Avisou e antes que Sophie pudesse protestar, subiu correndo a escada.

O celular dela tocou, era uma mensagem, mas ela não teve tempo de olhar, alguém vinha pelo corredor e Sophie se levantou, assustada.

Hiago congelou ao vê-la na sala, parecia estar vendo um fantasma. Ainda irritada com ele, a garota o cumprimentou com uma aceno de cabeça e se manteve no mesmo lugar, quem veio em sua direção foi o garoto, trêmulo.

Como se fosse lhe contar um segredo, Hiago aproximou-se do ouvido dela, dando uma olhada para o lado, na entrada da cozinha, Sophie ficou tensa com o jeito dele e esperou.

— Sophie, você precisa...

— Ah, que maravilha! Quase não recebemos visitas. – Uma voz rouca o interrompeu, fazendo-o pular para trás, como se tivesse sido pego aprontando alguma.

O dono daquela voz parecia ter saído da década de 20 ou 30, pelo menos estava caracterizado como um personagem daquela época. Ela observou Hiago, em seguida conferiu para onde ele tinha olhado antes e se virou para o homem de aproximadamente 40 anos.

Ele estendeu a mão, e educada, como tinha o hábito de ser com estranhos, Sophie se adiantou e retribuiu o cumprimento. A iluminação naquela sala não era das melhores, consequência de lustres, algo que ela achava antiquado.

— Meu nome é Rubens, prazer! – Ele sorriu, sem mostrar os dentes.

— Sophie. Prazer! – Disse, segurando o riso. Aquelas roupas a transportavam para outro tempo.

Manipuladores do Futuro (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora