Capítulo 5

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Mais ciúmes, beijo roubado e um visitante na madrugada.

Pouco antes de amanhecer, Sophie já estava sozinha na cama. Mesmo sabendo dessa possibilidade, ficou chateada. Esperava pelo menos que ele se despedisse, mas era melhor assim, achava. Pelo menos não se arrependeria por ter feito o que queria, foi bom.

Tomou um banho e já tinha decidido não ir à faculdade. Levou seu computador para a sala e aproveitou para ler seus e-mails, esperava a resposta de uma venda importante, mas um velho conhecido havia dado sinal de vida.

"Estou com saudade! Tem um evento de música rolando em uma cidade vizinha, dizem que é muito bom e toca de tudo, gostaria de te levar. O que você acha? Vamos? Estou no trabalho e não posso usar o celular, pode ser que eu não consiga abrir o e-mail depois, então eu te ligo mais tarde para saber. Quero muito te ver!". Ela precisou ler duas vezes, fazia muito tempo que Bruno não a procurava.

De qualquer forma, não estava a fim de sair. Foi para o seu quarto pegar o celular e aproveitou para ligar para sua mãe. Ficou aliviada por saber que estava tudo bem, na medida do possível, mas não voltariam naquele dia.

Quando voltou para a sala, seu coração acelerou com o que viu. Fernando estava arrumando as compras que tinha feito e sorriu ao vê-la.

— Bom dia! – Ele tirou um bolo de chocolate da sacola. — Qual é o problema? Parece que viu um fantasma.

— Bom dia! – Caminhou até ele devagar e começou a ajudar a guardar as coisas. — Não tem nenhum problema. É que pensei...

Fernando a segurou pelo braço, virou o corpo dela para si e a encarou.

— Eu não dormiria com você e depois iria embora sem dar uma satisfação. Não sou nenhum canalha. – Sophie assentiu, um pouco envergonhada. — Só fui comprar comida.

— Eu adoro bolo! – Sorriu, decidida a deixar o assunto morrer.

— Vou fazer o almoço hoje. Carne assada. Gosta? – Ele a beijou suavemente e se afastou, também não querendo prolongar o assunto.

— Muito. – Fernando soltou o braço dela e os dois terminam de guardar as compras.

Sophie fechou seu e-mail no computador e usou apenas pelo celular, assim pôde ajudá-lo com o almoço e aproveitou para dar um jeito na casa.

Antes do almoço, a resposta positiva de sua venda chegou. Fernando a observou digitar pelo celular, ligar para um tal "Diogo" combinando preços e em seguida se sentar no sofá, emburrada e batendo os pés no chão, como se estivesse tentando resolver um enigma.

— O que foi? Sua venda não deu certo? – Sentou ao lado dela, preocupado.

— Deu, mas tenho um problema e não sei como resolver.

— Qual?

— Diogo é o nosso mecânico. Ele quem faz a revisão e que leva o carro com o ajudante dele para mim. Mas hoje ele não volta para a cidade, só vai poder me levar, preciso ter como voltar e não tem ônibus para cá.

— Isso é fácil. Eu vou com você, Diogo leva o carro que você vai vender e o ajudante dele vai com o carro da mecânica. Ou podemos chamar um guincho e eu levo você.

— Não posso pagar um guincho, mas se você puder me levar é perfeito.

— Que horas?

— Por volta das 17h00. Tudo bem?

— Por mim, sim. Agora vamos comer! – Se levantou puxando-a consigo, satisfeito com o sorriso dela.

A garota ficava cada vez mais encantada por Fernando. Bonito, carinhoso, prestativo e ainda sabia cozinhar muito bem, não tinha do que reclamar. Passaram o resto da tarde conversando sobre carros e ela explicou como seu pequeno negócio funcionava até a hora de saírem.

Manipuladores do Futuro (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora