Capítulo 18

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Família

Fazia tempo que não acordava ouvindo a voz de sua mãe e mesmo tendo dormido pouco, deixou o sono de lado e se levantou rápido para encontrar os pais na sala, dando um grande abraço nos dois.

— Calma, não precisa me sufocar. – Rogério afastou sua filha, sorrindo e em seguida a beijou. Estava com saudade também, apesar de não querer ficar longe dela, precisava entender que Sophie podia cuidar de si.

— Ai que saudade! – Foi a vez de sua mãe rir com o abraço, mas sem afastá-la, retribuindo o abraço de urso.

Depois de risos e abraços com seus pais, a hora tinha chegado e a conversa tinha que acontecer, aos poucos o clima foi mudando e todos se sentaram, com seus níveis de ansiedade altíssimos, esperaram até que Bárbara pigarreou.

— Minha filha, como disse antes, seus avós precisam de cuidados... Queremos que entenda que não é nossa intenção abandonar você, mas precisávamos fazer uma escolha e fizemos. – Sua mãe deu seu melhor sorriso antes de prosseguir. — Você também tem uma escolha, não dissemos nada antes. Sabíamos de sua resposta, queríamos que tivesse tempo para pensar. Como você deve ter imaginado, não temos problema algum em ter você em casa. A questão é... Você vem, ou fica?

Estava feliz por saber que era bem-vinda e ao mesmo tempo triste, pois na verdade não tinha escolha.

— Eu fico. – Não pensou muito para responder, não queria passar insegurança e nem precisava mais pensar.

— Nós entendemos. – Seu pai parecia um tanto desapontado e pela primeira vez na vida, parecia concentrado em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Rogério finalmente estava acordado e reparava de verdade em sua filha. — Vamos a parte prática... Levaremos apenas pertences pessoais, o restante ficará aqui. Tudo bem para você?

— Sim. – Ela não queria pensar na parte prática. Tinha outros planos, o de aproveitar o tempo que tinha com os pais e de preparar o terreno caso sua situação piorasse. — Tenho um plano e quero a opinião de vocês.

— Manda! – Bárbara parecia disposta a fazer o mesmo que ela. Aproveitar o tempo que tinha e Rogério também ficou animado.

Sophie contou o que queria fazer e como já imaginava, seus pais mais que aprovaram. Enquanto Bárbara ligava para o advogado, a garota ajudava o pai a guardar o que iam levar no carro. Nascimento enviaria uma procuração para que Bárbara pudesse resolver as coisas em São Paulo.

— Pronto. Agora só falta a segunda parte do plano. – Avisou ao entrar no quarto em que estava o marido e a filha.

— Ótimo, podemos fazer isso depois que terminarmos aqui. – Colocou uma das caixas pequenas em cima da cômoda e suspirou, melancólica.

— Eu e sua mãe damos conta, quero que você faça outra coisa. – Rogério sabia que não seria fácil, mas estava disposto a tentar. — Depois de amanhã vamos embora cedo e gostaria de jantar reunindo todo mundo, porém, queria que você convidasse uma pessoa.

— Quem? – Quando se tratava de reunir todos, não conseguia imaginar outras pessoas além de Letícia, seus filhos e Carlos.

— Lucas. – Disse e gesticulou para que ela esperasse antes de retrucar. — Sei que Fernando está fora de cogitação e não gostei mesmo dele. Quero que o irmão dele vá.

— Pai... Não sei se é uma boa ideia. – Sophie não podia contar o que tinha acontecido, mas percebeu duas coisas: Rogério tinha um propósito e isso a deixou receosa. E provavelmente estava atento demais para saber que algo estava acontecendo entre eles, pior, na cabeça dele, seria algo sério.

Manipuladores do Futuro (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora