Boa noite, pessoas. Sim, sou eu, a autora que abandonou a "noiva abandonada" (desculpa o trocadilho).
Então, em primeiro lugar: DEEEEESCULPA O SUMIÇO, ACONTECERAM TANTAS COISAS NA MINHA VIDA. Mas sou cearense e desisto é porra. kkkkk
Em segundo lugar: Entendo se vocês não quiserem terminar a leitura ou tiverem desistido. Mas se uma pessoa quiser ler, vou escrever para ela :)
Terceiro: Sim, vai ser terminado. Tô pensando em um spin off na Raquel mas só vou postar se escrevê-lo TODO antes, para não cometer os mesmo erros.
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Capítulo 13 - parte 1.
Remorsos se acumulam como velhos amigos
Aqui para reviver seus piores momentos
Não vejo saída
Não vejo saída
E todos os mortos-vivos saem para brincar
Todo demônio quer seu pedaço de carne
Mas gosto de manter algumas coisas para mim
É sempre mais escuro antes de amanhecer.
[...]
É difícil dançar com o diabo nas costas, então livre-se dele
E se dada a chance, aceitaria isso novamente?
Shake It Out
Analu
Sinto minha cabeça latejar enquanto os primeiros raios de sol batem no meu rosto devido à cortina mal colocada e sinto minhas mãos formigando enquanto um flashback me lembra de tudo que eu quero esquecer.
Sinto meus olhos se encherem de lágrimas que não consigo conter e meu corpo fica imóvel, como se ele não tivesse forças para continuar.
Dói tanto.
Não o tapa, os analgésicos fizeram bem o seu efeito.
Dói a verdade, a fraqueza, a forma como eu achei que a vida fosse fácil, como se ah, o amor... Não era amor, nunca foi.
Amor, por tudo que eu tinha visto na vida, tinha a ver com ficar perto, como respeito, carinho, companheirismo. Com saber que você tem aquela pessoa para ficar a vida inteira com você e agradecer por isso.
Não foi com o Andreo.
Muito menos com o Leandro.
Ambos deixaram claro que eu não passava de alguém substituível depois que ambos alcançassem o objetivo que faziam ficar perto de mim.
Eu achava que uma vez atingida pela dor, a segunda – de jeito parecido – seria mais fraca, que eu me recuperaria mais rápido.
Ledo engano, a dor ainda estava lá, machucando meu corpo e minha alma, mas, dessa vez, eu não ia fazer o mundo esperar ela sarar para enfrentá-lo, eu iria sangrando mesmo.
E iria vencer, mais uma vez.
Com uma força que eu não sabia que estava dentro de mim, levantei daquela cama que já parecia tão desconfortável depois de tanto tempo e desci as escada, indo até a cozinha ampla da casa da Raquel.
Os móveis de madeira rústica, as almofadas coloridas jogadas displicentemente pelos cantos mostravam um pouco do jeito da dona da casa: Sonhadora, romântica, uma menina que ainda acreditava nas pessoas. Pego meu celular desligado desde a noite anterior e ligo para ela. A mensagem comum "o celular está fora de área ou desligado.." me surpreenda, ela sempre atende. Com medo de ter acontecido algo, corro até seu quarto, vazio.
Minhas preocupação só aumenta a medida que as chamadas continuam sem resposta até que um barulho advindo da entrada de serviço próximo à cozinha chama minha atenção e, correndo, atravesso toda a casa até enxergar uma cena que me causa asco.
Raquel chegando em casa junto com Leandro.
Me sinto traída.
Que loucura, né?
Se sentir mais traída nesse momento do que todos os outros.
Uma parte pequena de mim - provavelmente aquele que persiste junto aos meus desejos infantis, que também é racional - sabe que deve existir uma explicação para isso. Aquela entrada escondida, longe da entrada principal. Mas a outra, mais forte e que preenche todo o meu corpo, só quer ir embora, só quer gritar como uma criança mimada.
- Analu - Raquel começa, baixinho - temos que conversar. Há algo muito sério acontecendo...
- O que? O que mais pode acontecer hoje? O apocalipse.. não, melhor.. eu sou o anticristo? - pergunto sarcasticamente.
- Não, é sobre tudo que está acontecendo. Sei que é difícil..
- Não, você não sabe, Raquel. Não sabe por quê nunca precisou viver as mesmas batalhas que eu enfrentei, nunca teve o coração partido pelo simples motivo que prefere se esconder atrás das novelas mexicanas, do ateliê, das piadas infantis. Tudo isso devido ao seu medo ridículo de se achar inferior aos outros...
Assim que as palavras saem da minha boca, sinto o gosto amargo delas quando os olhos da Raquel se enchem de lágrimas enquanto um suspiro sai da sua boca.
- Raquel, eu não..
- Não, tudo bem, eu entendo - Ela me corta - talvez você seja mais parecida com a Catarina do que eu poderia imaginar ou querer... Mas - ela pausa mais uma vez, secando os olhos - você precisa falar com o Leandro, tudo que ele fez e sabe pode definir o rumo da sua vida. Então, pode favor, o escuto.
- Raquel, me desc..
- Não, tudo bem - ela me corta novamente - vocês podem conversar a vontade. Eu.. preciso subir, estou morrendo de dor de cabeça.
O sorriso sem emoção do rosto dela só me faz pensar o quanto eu sou egoísta, o quanto eu pensei somente em mim e quanto eu sempre contei com a Raquel presente na minha vida, como algo linear, constante... Me amaldiçoo por uns momentos enquanto a vejo andar cambaleante pela sala, como se só agora todos os acontecimentos a tivessem atingidos.
Voltando para o Leandro que me olha com receio e.. não sei, um pouco de desprezo? Pergunto:
- Então, o que é tão importante que você tem a me falar?
Continua.
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O outro lado daquela história. (Ant: A noiva abandonada)
Roman d'amourSabem aqueles romances melosos em que a mocinha boazinha, bonitinha, lutadora e com autoestima inexistente consegue o homem mais lindo, inteligente, rico e perfeito da face da Terra, feito especialmente para ela? E que, na maioria das vezes, é comp...