Capítulo 9 - Sábado

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Assim quando cheguei em casa, fui direto para o meu quarto. Ainda era cedo e eu tinha algum tempo livre, tempo para ficar remoendo os acontecimentos de mais cedo, e Sasuke era o principal personagem que povoava a minha mente. Aquele jeito totalmente bipolar estava me deixando de cabelo em pé. Uma hora ele me ignorava, fingia que eu nem existia, depois chegava do nada e começava a falar comigo tranquilamente.

Qual era a dele afinal?

Também tinha o fato dele ter alguma coisa com Karin - o que era muito provável -, já que os dois andavam juntos. E só de imaginar na possibilidade de que os dois terem alguma coisa, me deixava de alguma forma pior do que eu já estava.

Suspirei, estava jogada na cama fitando o teto. A casa estava no total silêncio, à chuva que havia acabado de começar a cair, fazia respingos na minha janela, deixando as gotículas caírem uma atrás da outra, como se elas estivessem disputando uma corrida.

Mordi o lábio, sentindo-me terrivelmente entediada e sozinha. O dia havia sido cheio e estressante, meu corpo estava mais pesado de que quando me levantei esta manhã.

Virei minha cabeça para o lado, vendo o porta-retratos de meus pais ainda virado para baixo. Levei minha mão para endireitá-lo, mas parei no meio do caminho. Ver seus rostos entalhados naquele papel e saber que nunca mais iria escutar suas vozes, me deixava pior. Era a mesma coisa do que me torturar com uma faca, cortando cada pedaço do meu corpo. A dor ainda era muito forte para suportar, mas eu estava tentando viver a cada dia que nascia, repetindo o meu mantra mental; de que tudo iria ficar bem.

No final do dia, Tsunade chegou de seu trabalho, sua expressão um pouco cansada no rosto, mas isso não afastou o sorriso carinhoso que ela me ofereceu assim quando entrou na cozinha, me vendo preparar o jantar. Eu precisava ocupar minha cabeça com alguma coisa antes que eu pirasse de vez.

— Querida, por que você não deixou que eu fizesse o jantar? - Ela disse enquanto caminhava até a geladeira, tirando uma garrafa de água.

Virei meu rosto para ela.

— Nem pensar que eu iria deixar à senhora ir para o fogão depois de um dia cheio de trabalho. - Disse, voltando minha atenção ao molho de tomates e calabresa que eu preparava.

— O cheiro está bom.

Sorri, voltando a fitá-la.

— Estou fazendo o molho para a macarronada. - Ela bebeu a água de seu copo. - Não deve estar tão bom como à senhora faz, mas estou dando o meu melhor.

Tsunade colocou o copo em cima da mesa.

— Que isso, o cheiro está maravilhoso, completamente o gosto estará excelente - sorriu mínimo. - Gosto de macarronada.

Ainda sorrindo assenti, voltando minha atenção a panela.

— Vou tomar um banho e trocar de roupa - sua voz soou pela cozinha, caminhando até a saída.

— Tá bom, mas daqui a pouco o jantar está pronto.

— Ah - ela parou no meio do portal, me fazendo olhar para ela -, como foi seu dia?

— Normal como todos os outros.

Ela me olhava atenciosamente, acho que devido a nossa pequena discursão de hoje cedo.

— Está melhor?

Assenti com a cabeça, impossibilitada de tocar naquele assunto. Ainda me sentia mal pelas coisas que eu havia dito para ela. Eu estava envergonhada de minhas palavras, envergonhada de ter bancado a garota mal-agradecida.

Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora