Capítulo 15 - Acônito

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Saltei da cama rapidamente ficando de pé, atrapalhando-me no ato e quase atropelando Sasuke que estava no chão se levantando meio que desconcertado. Meu coração batia tão forte, meu corpo todo tremia e o nervosismo era visível em minha expressão por ver Tsunade olhando a cena lamentável com uma cara nada boa.

Minha boca abriu, mas voltou a fechar, eu não conseguia pronunciar uma só palavra. Eu não conseguia agir sob pressão, eu travava. O clima estranho e pesado que havia se apossado em meu quarto fazia com que eu pensasse muito bem antes de abrir a boca e me retratasse do pequeno, quer dizer, a mancada que eu havia dado.

Tsunade não falava nada, apenas nos observava, e agora ela estava cruzando os braços enquanto lançava aquele olhar.

Droga! Tudo, mas menos aquele olhar. Eu tive a total certeza de que eu estava excepcionalmente ferrada.

Pude senti Sasuke ao meu lado agora, mas eu estava tão assustada que não consegui desviar os meus olhos de minha avó. Afastei meu corpo do dele, dando a volta ao redor da cama, com passos pouco tropeços em direção à porta. Mas o que piorou tudo e deixou a minha situação dolorosamente mais estranha foi à coisa mais estúpida que eu podia dizer em toda a minha vida:

— Vó, não é nada disso que a senhora está pensando!

Eu vi sua expressão ficar mais dura e o V no meio entre suas sobrancelhas ficarem mais visível, me fazendo parar. Não ousava dar mais um passo para perto daquele um metro de distância que havia entre nós duas.

— Eu não estou pensando nada, Sakura, eu estou vendo.

— Senhora Tsunade, eu posso explicar. - A voz de Sasuke soou naquele quarto enquanto ele se aproximava para perto de mim.

Meus olhos arregalaram. Não, tudo menos isso.

Eu que tinha que conversar com a minha avó e não ele, sua presença ali só iria piorar ainda mais a situação. Eu ainda tinha a consciência do dia que Tsunade me pediu para ficar longe dele, assim como os membros de sua alcateia. Mas o que ela não sabia era que isso era impossível, pois eu era a companheira dele. Eu iria explicar tudinho para ela com calma. Com Sasuke ali eu não iria conseguir me expressar do jeito que devia, e começaria a dizer coisas que não deviam. Ou seja, eu iria bancar a idiota.

Virei meu corpo rapidamente em direção de Sasuke, levando minhas mãos em seu peito, o empurrando lentamente seu corpo para trás, trazendo sua atenção que estava em Tsunade para mim.

— Sasuke é melhor você ir embora...

— Não - a voz de Tsunade ecoou forte e decidida, me cortando no meio da frase e fazendo tanto eu como Sasuke olhar para ela. Seu dedo indicador apontou para ele. - Você fica rapaz.

Não pude evitar que meus olhos arregalassem mais uma vez e meu coração por um segundo parou. Isso era um mau sinal. Engoli em seco.

— Vó...

— Sem, mas, Sakura. - Ela me interrompeu novamente, e descruzou os braços. - Quero os dois lá na sala agora.

Ela deu mais um olhar duro para nós dois antes de dar as costas e sair do meu quarto, deixando a porta aberta. O silêncio que se formou a seguir fez com que eu pudesse escutar as batidas forte de meu coração disparado, e seus passos rápidos e pesados descendo as escadas de madeira.

Eu estava ferrada. Droga, como eu estava ferrada!

Senti a mão grande e quente de Sasuke em meu ombro, transpassando de alguma forma um pouco de conforto e seu calor desumano para mim, mas eu estava nervosa o bastante para poder usufruir de sua presença.

Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora