Definitivamente, Sasuke conseguia me desestabilizar e me irritar ao mesmo tempo. Seu senso de humor crítico e totalmente bipolar estava me dando nos nervos.
Eu caminhava na frente em passos pesados e rápidos, sabia que ele me seguia, pois, sua presença era tão marcante e única que eu podia senti-lo a vários metros de distância.
Não demorou para chegarmos ao ponto de ônibus, que para minha infelicidade, estava sem ninguém. As luzes dos postes se acendiam aos poucos, devido à noite que começava a cair, deixando com que o frio começasse a dominar aquele finalzinho de tarde.
Fiquei de pé, ao lado do banco de concreto com uma pequena cobertura de telha. Meu olhar fitava meus pés como se eles fossem mais interessantes do que a presença de Sasuke ao meu lado. Como se isso fosse possível. Eu estava calada, pretendia ignorar sua presença, como ele me ignorava na escola. Mas seu silêncio estava terrivelmente incômodo, eu queria que ele puxasse conversa comigo só para eu poder ter o gostinho de ignorá-lo, mas parecia que ele estava respeitando a minha não vontade de falar.
Ai que raiva.
Meu coração ainda batia descompassado, enquanto os meus nervos estavam abalados por causa do episódio de minutos atrás com aquele cara estranho. A ideia de saber que ele conhece Sasuke, e vise e versa, me deixava redondamente curiosa. Eu tinha tantas perguntas, tantas dúvidas, conseguia sentir minha língua coçar para metralhá-lo de perguntas. E eu tinha plena consciência de que aquela era a minha chance, já que por uma força terrivelmente divina, ele estava sendo legal comigo.
Ignorando a minha promessa de ignorá-lo, ergui minha cabeça e o fitei. Sasuke olhava para a rua pouco movimentada de carros a nossa frente. Não tinha muitas pessoas passando por lá, mas as poucas que tinham, estavam ocupadas demais com suas coisas para perceberem dois adolescentes esperando o ônibus. Ele não havia percebido que eu o fitava descaradamente seu perfil erguido e totalmente intimidador, parecia perdido em devaneios. Uma brisa suave e fria fez com que seu cheio amadeirado e totalmente masculino entrasse por meu nariz, me deixando embriagada. Não pude evitar fechar os olhos e sentir mais a fundo aquele cheiro totalmente único. Muito bom.
Não sabia que eu prendia a respiração, até que meus pulmões reclamassem, me fazendo soltar todo o ar pela boca de um modo destrambelhado. Amaldiçoei-me por isso, abrindo os olhos rapidamente e fitando Sasuke que ainda estava no mundo aéreo. Queria muito saber o que ele estava pensando.
Mordi o lábio por um momento e segurei a alça de minha bolsa, reprimindo o nervosismo de tê-lo ao meu lado.
— Por que disso agora? - Comecei, minha voz saindo muito baixa. Não tinha a mínima ideia de como puxar conversa com ele, e de metralhá-lo com minhas milhares de perguntas.
Minha voz por ter saído baixa, pareceu despertá-lo de seus devaneios, fazendo sua atenção vim toda para mim. Apertei com mais força a alça da bolsa.
— Disso o quê?
Seus olhos negros como uma chama de trevas me engoliam para sua escuridão, tão intensa, tão...
— De estar sendo legal comigo - umedeci os lábios, tentando apaziguar o ressecamento que havia neles. Aquela não era a pergunta que eu queria fazer. - Qual foi o motivo desta mudança repentina?
Ainda presa sobre o seu olhar felino e totalmente intimidade, prendi a respiração mais uma vez, sentindo as borboletas no meu estômago darem saltos.
O silêncio chegou reinando mais uma vez entre a gente, sentia minhas mãos suarem, mas não as sequei na barra do meu vestido, pois Sasuke me olhava minunciosamente cada detalhe e gesto que eu fazia, o mínimo possível. De alguma forma eu me sentia estranha com seu olhar em mim, não podendo evitar meu rosto corar. Atenção demais.
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Lua de Sangue
Fiksi PenggemarDepois de perder os pais num acidente fatal, Sakura Haruno vai morar com sua avó Tsunade. Ela tentará conviver com o clima frio de uma cidade pequena como Konoha, onde todos se conhecem. Mas Sakura nunca poderia imaginar que o destino fosse reservar...