Capítulo 2 - Primeira Impressão

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Acordei com som estridente do meu despertador. Espreguicei-me por debaixo do cobertor quentinho, um lugar onde se armazenava uma terrível preguiça. Desliguei o despertador, antes que aquele som chato e irritante me fizesse ter dor de cabeça. Sentei-me na cama e olhei a janela, vendo o dia claro.

Suspirei pesadamente.

Hoje era segunda-feira, meu primeiro dia de aula em Konoha, na metade do mês de setembro. Tinha coisa melhor do que ser a novata quase no final do ano? Eu torcia internamente para que eu passasse despercebida aos olhos curiosos.

Saí do meu quarto e entrei no banheiro. Fiz minha higiene matinal e tomei um banho quente para espantar os vestígios de preguiça que havia em meu corpo.

Hoje era o meu terceiro dia em Konoha. Meu final de semana foi chato e entediante. A chuva tinha prolongado do sábado - o dia que eu havia chegado - até o domingo. Não tinha feito muitas coisas, a não ser ficar dentro de casa.

Vovó estava sendo muito legal e atenciosa comigo, e aquilo estava começando a me incomodar. Eu estava começando a ficar sufocada. Sei que ela não fazia de propósito e que ela queria me ver bem. Mas eu era o tipo de pessoa que gosta de ficar na minha, ou seja, sou o tipo de pessoa que aprecia a solidão, de certa forma.

Voltei para o quarto apenas enrolada na toalha. Peguei minhas roupas no guarda-roupa e me vesti com jeans, camiseta de mangas e um casaco grosso por cima. Calcei minhas meias e depois meus tênis converse preto. Penteei meus cabelos cor-de-rosa, percebendo a raiz ficando novamente na cor louro bronze. Eu tinha que pintá-los novamente.

Eu não gostava de chamar atenção, mas de alguma forma eu chamava com meu cabelo colorido. Mas eu gostava do meu cabelo assim, eu gostava do diferente.

Desci as escadas, e assim que cheguei à sala, senti um cheiro bom vindo da cozinha. E quando entrei no cômodo vi minha avó em pé, de frente para o fogão, terminando de preparar as panquecas. A mesa estava quase arrumada, com uma jarra de suco, uma garrafa verde de café, e um molho caramelado dentro de uma vasilha.

— Bom dia, querida. - Vovó virou seu rosto para o lado, me olhando, enquanto abria um sorriso animado para mim.

— Bom dia.

— Dormiu bem? - Ela perguntou, colocando as últimas panquecas no prato e desligando o fogo.

— Sim. - Murmurei, sentando-me na cadeira.

Tsunade colocou o prato em cima da mesa e sentou-se de frente para mim. Começamos a nos servir. Vovó era uma cozinheira de mão cheia, e adorava inventar comidas. Ela reservava uma gaveta só para seus livros culinários, onde ela preparava seus pratos deliciosos nos finais de semana.

— Hoje irei levá-la ao colégio, pois entrarei mais tarde no trabalho. - Ela começou e eu assenti. - Mas a partir de amanhã, você irá de ônibus escolar. Ele passa às sete e meia em ponto.

— Tudo bem. - Falei, dando uma garfada na minha panqueca.

— Está animada para o primeiro dia? - Ela tentava a todo custo manter uma conversa entre a gente.

— Mais ou menos.

Depois que tomamos o café da manhã, eu subi para o meu quarto pegar minhas coisas e desci. Minha avó já me esperava na sala, enquanto mexia na sua bolsa.

Tsunade trabalhava num departamento de registro de Konoha. Ela estava vestida com uma calça social azul-marinho, uma blusa social de seda branca de mangas compridas, e um blazer da mesma cor da calça. Usava sapatos sociais de salto e seus cabelos estavam bem presos num coque alto, deixando alguns fios de seu cabelo da frente soltos.

Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora