O dia amanheceu enublado como nos outros dias em Konoha. E como ontem, fiz minha rotina da manhã e desci as escadas com minha mochila nas costas, depositando no sofá da sala antes de ir para a cozinha. Minha avó diferente de ontem, estava se levantando da cadeira, mastigava o último pedaço de pão integral. A mesa estava posta com tudo o que eu precisava para tomar o meu café da manhã.
Vovó olhou para mim, quando eu entrava na cozinha e me sentava na cadeira.
— Bom dia, meu amor. - Ela desviou o olhar, deixando sua xícara vazia na pia. Ela parecia que estava com pressa.
— Bom dia, vovó. - Eu ainda a observava. - Está atrasada?
Ela se virou para mim.
— Muito - suspirou. - Me ligaram de última hora ontem à noite me dizendo que iria ter uma pequena reunião, e o maldito relógio não despertou.
— Caramba.
— Olha, não vou te levar para o colégio hoje, você vai e voltar de ônibus. Você já sabe o ponto aonde ele passa. E não saía atrasada de casa, senão você vai perdê-lo.
— Tá vó, não se preocupe.
— Tudo bem. - Ela olhou para os dois lados, parecia procurar alguma coisa. - Acho que eu não estou me esquecendo de nada.
— E as minhas chaves? - Questionei, pois ela tinha me falado ontem que iria me dar a chave reserva para poder entrar em casa.
— Está na rack da sala.
— Tá.
— Estou indo. - Ela veio até mim e me deu um beijo na cabeça. - Tenha uma boa aula e não se esqueça de que o ônibus passa às sete e meia.
— Não vou me esquecer - sorri. - Tenha um bom trabalho.
— Obrigada. - Ela curvou o canto direito de seu lábio para cima. - Nos vemos de tarde.
Vovó saiu da cozinha em passos rápidos e segundos depois escutei o barulho na porta da sala e depois o som do Jeep. Tomei meu café da manhã tranquilamente, pois faltava vinte minutos para o ônibus passar.
Não estava afim de ir para a escola hoje. Não queria sentir o olhar torto e esquisito de Hinata na aula de biologia, e nem olhar para a cara de Sasuke que me repudiava como se eu estivesse com alguma doença contagiosa. Ainda não conseguia entender o porquê de ele ter agido daquele jeito comigo. O que eu havia feito de tão ruim para ele ser hostil comigo daquele jeito? Ele era estranho.
E lindo.
Ontem depois da escola eu fui para o restaurante que havia em Konoha com a minha avó. Ele não era como os restaurantes de Tóquio, ele era pequeno e simples, mas a comida era deliciosa.
Depois que Tsunade me deixou em casa, ela voltou para seu trabalho e só retornando às cinco e meia. Passei o restante da tarde estudando a matéria de história, pois haveria teste semana que vem. Assisti um pouco de TV, falei com Ino pelo telefone, que tinha pedido o meu número na aula de história. Fiz o jantar, nada comparado à comida que minha avó preparava, mas dava para comer. De noite eu fui para cama, não antes de olhar a única foto que eu havia trazido de lembrança de meus pais, me fazendo derramar as lágrimas que eu tentava a todo custo suprimir na presença de alguém. E dormi abraçada com o porta-retratos.
Saí de meus devaneios e olhei o relógio de ponteiros pregado na parede da cozinha. Era 7hrs e 20min. Droga! Demorei demais!
Levantei-me da cadeira, deixando a louça suja ali na mesa mesmo, quando eu voltasse da escola eu arrumaria. Corri para a sala e peguei minha mochila e saí de casa.
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Lua de Sangue
Fiksi PenggemarDepois de perder os pais num acidente fatal, Sakura Haruno vai morar com sua avó Tsunade. Ela tentará conviver com o clima frio de uma cidade pequena como Konoha, onde todos se conhecem. Mas Sakura nunca poderia imaginar que o destino fosse reservar...