Capítulo 2 - O passageiro
Sábado - 19:53 - 29 de setembro de 2007.
O som estrondoso, uma mistura rumorosa, escoava pelo céu afora. Carros destacavam-se espalhados desordenadamente. Prestigiavam uma disputa sem convite, própria do ego, expondo seus motores turbinados; somava-se também a oportunidade de alguma vaga próximo daquela residência festiva.
A casa era grande e suntuosa, e do quintal, facilmente, já era possível observar a grande movimentação dos grupos que chegavam trazendo bebidas ou que achavam necessário para tornar a algazarra vibrante.
— É bem aqui... — Disse Lucas ao voltante diretamente para Robert, este, que ajeitava sua jaqueta preta com calça jeans. Ambos apreensivos com o grande volume de pessoas em ritmo de zorra. — Espero que não arranhem o carro como na ultima vez.
— Eu não conheço o dono da casa... — Murmurou, Robert, desfavorável com receio de algo vago.
— Relaxa, porque você está em casa... — Lucas esnobou convencido. Tentou acalmá-lo. — As gatas estão por toda parte...
— Oi Lucas ! — Disse acenando as três meninas do colegial ao reconhecê-lo no carro. Reduziu a velocidade do veículo. Parou pelo grupo que atravessou sem incumbência. — Tem espaço ai ? — Brincou uma delas em seu trocadilho.
— Oi meninas... — Lucas cumprimentando, levemente, acenou. — Tem sim, querem carona ?
As três trocaram uma leve risada entre si.
— Qual é, Lucas!? — Gritou um desconhecido distante ao levantar uma garrafa de whisky brindando-o.
— Fala, brother! — Lucas respondeu.
Robert manifestou-se:
— Na verdade, você é que está em casa! — Debochou, Robert, ao ver a fama do amigo. — Mais um pouco terá votos suficientes para se eleger em qualquer campanha...
— Não é para tanto... — Manifestou-se dissimulando humildade.
— Sei...
E mais adiante, Lucas prende a atenção em outras duas garotas que tinham por volta de seus 20 anos.
— Saca só aquelas gatinhas... — Disse Lucas, eufórico, ao penetrar seus olhos nas duas jovens com roupas promíscuas, provocando os demais. — Não vejo a hora de sair desse carro... — Disse ao ter dificuldades com o trânsito, pois a rua estava parcialmente congestionada.
— Hoje eu vou me dar bem... — Disse o terceiro personagem, Marquinhos, no banco de trás do carro, que até agora não havia dito nada. Ele era branco de cabelos cheios e enrolados, baixo e um pouco gordinho, de 16 anos, mas sua inteligência superava os demais no banco da frente. Pelo menos ele acreditava nisso.
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No Reino dos Fantasmas
Romance- Quanto tempo presos estaremos juntos? - Mais tempo que aqueles cujos passos a muito desapareceram. Tema: Romance entre vivos e fantasmas. Surrealismo e terror. Suspense. Sinopse: O indesejável Robert Lis é a figura de um rapaz introvertido do terc...