Capítulo 7 - Perjúrio
Segunda Feira - 4:34 - 29 de outubro de 2007.
Madrugada na residência dos Pincherfields.
Havia uma serenata em desarmonia no exterior da casa. Mas não era uma orquestra, e sim, a estridula dos grilos empreitados no gramado de casa, que cantavam por aquela rua despovoada.
Vidros de carros embaçados, uma fria noite abraçou todo aquele bairro; e Robert, atencioso, sendo muito observador, assistia Alice dormir com seus caracolados castanhos claros, quase um loiro, espalmados sobre o edredom.
Sentia a respiração daquela jovem e seus olhos, emaranhados, arrastava-se pelas silhuetas de seu corpo adormecido; isso provocava as ideias.
O abajur estava ligado durante à noite, devido, talvez, a alguma ansiedade desconhecida. Possivelmente Alice temesse à audiência do dia seguinte. Iria depor como testemunha de defesa.
— O fantasma de Alice não apareceu... — Disse, Robert, bufando levemente as palavras para si.
Aparentava sentir falta. Alguma saudade eminente ? Quem diria?
Um vento assoprou a cortina da janela lentamente, fazendo-o, calmamente, levantar.
E ele já sabia de quem se tratava.
Esboçou um leve sorriso tendo aquilo que almejava. O desejo subiu ao palco de sua mente para o dueto entre os fantasmas e aquele clarão, desmedido, invadiu o quarto em um décimo de segundo.
Veio em seu encontrou, com timbre de voz suave e ínfero, contar-lhe a vontade:
— Oi, meu intruso de todas as noite...
O vento chacoalhava seus cabelos enquanto que estava estagnada, disciplinadamente, diante dele.
— Oi, oi... Alice. — Cumprimentou alegre.
— Por que você vem me procurar todas as noites, estranho persistente de todas as noites ? — Perguntou curiosa e procurando entendê-lo.— Gosta de me ver dormir !?
— Não é isso. — Mentiu. Porém somava fato uma outra circunstância maior.
— Então o que é !? — Perguntou ao dar dois passos sincronizados em sua direção.
— A audiência, Alice... — Disse ansioso; aproximou-se dela. — É nesta tarde, e preciso que você diga à verdade, testemunhando em meu ...
— Não me importa... — Interrompeu sentando-se na cama ao passar por ele e distanciando o olhar. Acariciou as pontas dos pés do próprio corpo.
— Como !? — Surpreendeu-se com a grosseria.
— É tão imaturo que não sabe escutar um "não" ?
Feriu o orgulho de Robert. Os traços da face de Robert destacava raiva e ansiedade.
Exigiu compreensão. — Alice! — Exclamou. — É tão egoísta assim !?
— Pois bem! É isso mesmo que você acabou de escutar... — Explicou impaciente e persistiu negando-o. — E outra, meu corpo está em repouso... sonhando em algum lugar qualquer...— Dizia compulsivamente. — E ao acordar, nada desta conversa irá ser lembrada... — Rebelou-se. — Pouco importa...
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No Reino dos Fantasmas
Romance- Quanto tempo presos estaremos juntos? - Mais tempo que aqueles cujos passos a muito desapareceram. Tema: Romance entre vivos e fantasmas. Surrealismo e terror. Suspense. Sinopse: O indesejável Robert Lis é a figura de um rapaz introvertido do terc...