Capítulo 21 - Ampulheta
Deu uma leve expiada em seu relógio que indicava 10:58. Robert estava com algum receio que o perturbava. Revirava o olhar para todos os lados naquele cemitério de carros. Não havia ninguém. Somente ele e parte de sua coragem que sobrava.
Desceu do veículo próximo ao rio que tinha um trajeto bem próximo. Suas margens eram de extremo matagal e quase que de difícil acesso. Ao olhar para o lado, Matheus estava lá com as duas mãos no bolso de sua jaqueta de couro.
— Então, o fracassado do Robert... além de ter sobrevivido ao afogamento, veio no encontro comigo ! — Ironizou ao vê-lo. — Eu pensei que Richard era burro, mas você... hein... — Bateu palmas secas. — É tão burro quanto ele...
— Ele era seu amigo! — Reclamou.
— Ele era um fraco!
— Onde está a Alice !? — Robert indagou, avançou em direção de Matheus, porém, este, removeu uma arma de dentro da jaqueta.
— Quietinho ai... Robert. — Ordenou ameaçando-o. — Vamos conversa antes... depois eu coloco você junto com ela na sala dos ratos...
— Cara, você é doente... ! — Afirmou. — A polícia vai prender você e seu pai, seu desgraçado!
— Como a polícia vai me prender, se não há testemunhas! — Matheus sorriu e esticou a arma contra a cabeça de Robert. — Agora, vá na frente para dentro da antiga delegacia rodoviária...
Robert fizera o ordenando com calma; Matheus mencionou ameaçando-o novamente:
— E te aviso já, que qualquer movimento brusco, eu vou explodir sua cabeça... seu bastardo!
Robert procurou não reagir e agiu com disciplina.
Abriu as mãos rendendo-se a situação e caminhou, exatamente como Matheus tivera solicitado.
— Abra a porta... — Ordenou Matheus com demasiada atenção exposta sobre os traços de sua face.
Robert então fizera como pedido.
Ambos entraram no ambiente: Inúmeras salas abandonadas. Algumas maiores e outras menores.
— Siga... — Matheus realizou uma leve coronhada contra a cabeça dele ao vê-lo caminhar lento. — Eu NÃO ESTOU DE BRINCADEIRA, SEU MERDINHA!
Robert ficou atordoado, mas fizera o que ele pediu.
Tropeçou em alguns móveis jogados ao chão. — Matheus, você... vai apodrecer na cadeia...
— Não, Robert... é você que vai...
Na sala seguinte, abriu a porta e mostrou a prisão para Robert, no entanto, Alice não encontrava-se.
— Pronto, ai está ... agora pode se juntar a [...]— Matheus travou as palavras, boquiaberto, ao ver aquela cela vazia.— AQUELA PIRANHA!!! — Ralhou.
Explodiu, emocionalmente, em cólera ao ver que sua refém tivera fugido, não obstante, recebeu sua segunda surpresa inesperada:
— Piranha é a sua mãe que te pôs nesse mundo! — Alice arremata, impetuosamente, a velha máquina de escrever contra a cabeça de Matheus, fazendo-o cair.
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No Reino dos Fantasmas
Romance- Quanto tempo presos estaremos juntos? - Mais tempo que aqueles cujos passos a muito desapareceram. Tema: Romance entre vivos e fantasmas. Surrealismo e terror. Suspense. Sinopse: O indesejável Robert Lis é a figura de um rapaz introvertido do terc...