Você se tornou um homem

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Poin't Of View – Draco Malfoy

O dia amanhece frio. Mais frio que o normal até mesmo para Hogwarts, então levantar da cama e tomar banho é particularmente ruim.

Assim que saio de debaixo do chuveiro, vou até o guarda roupa e visto a roupa habitual de Hogwarts, uma calça preta, uma blusa branca e uma capa também preta que encobre a maior parte das minhas roupas.

Assim que fico pronto, saiu do quarto e vou para o Salão Principal, me pergunto internamente se Hermione já chegou do tal jantar na casa dos Weasley. Confesso que fiquei um tanto preocupado com a possibilidade de Ronald Weasley aparecer por lá, cheguei até mesmo a mandar uma carta para a ruiva irmã dele e a mesma me garantiu que qualquer problema me mandaria uma mensagem-patrono. Como não recebi nada até agora, creio que nada de ruim aconteceu.

Chego no Salão Principal e passo por alguns alunos antes de chegar a mesa principal, vejo os mesmos pararem a conversa quando me vêem passar, e riu internamente. Eles tem medo de mim e nem conheceram o Snape.

Me sento na mesa e começo a me servir. A parte mais divertida da manhã ao lado de Hermione, é o horário do café. Ela resmunga, choraminga e fica brava comigo. Me olha com uma expressão de raiva, tem ânsia de vômito e eu simplesmente me divirto.

Ela faz uma sessão de exorcismo - como ela mesma chama - toda a manhã. Põe o que tem e o que não tem no estômago pra fora e simplesmente não pode ficar por aí de estômago vazio. Não faz bem pra ela e nem pra menininha que está em seu ventre.

- Bom dia Sr. Malfoy! - Horácio Slughorn me cumprimenta. Está muito mais barrigudo do que a anos atrás quando dava aula pra mim. Também mais preguiçoso, já que cede metade das aulas de poções para Hermione.

- Bom dia, professor.

Ele sorri, abana a mão como quem dispensa o cumprimento. Toda vez faz isso e toda manhã eu repito o cumprimento. O professor Slughorn começa a conversar comigo, o papo soa forçado uma vez que não estou nem um pouco interessado em saber sobre seus muitos alunos premiados.

Quando finalmente o horário do café da manhã se acaba, caminho para a sala de aula. Agora é muito mais fácil dar aula do que era a semanas atrás. De certa forma, consegui o respeito dos alunos e isso me faz bem de uma maneira que talvez só mesmo a Castanha seja capaz de compreender. Não é caso de isso fazer bem a eles, é caso de fazer bem pra mim e me mostrar que sou capaz. Mesmo com meu passado, mesmo com tudo de ruim que eu ou minha família já fez.

A primeira aula começa e termina tranquila, as outras também seguem como planejado. Me mantenho ocupado, a mente se distraindo com trabalhos, relatórios e preparação de mais aulas. É só quando a noite chega novamente é que começo a me preocupar.

Nenhuma informação sobre Hermione ou o maldito jantar, nem mesmo uma palavra e simplesmente não consigo desviar meus pensamentos dela. Antes mesmo do jantar começar, subo ao corujal, na minha mão uma carta para Ginevra. Sei que estou me preocupando à toa. A ruiva disse que me avisaria se algo desse errado, mas não custa nada garantir, não é?

Desço para o jantar e apenas mexo na comida. Não sinto fome, só sinto preocupação e até um pouco de saudades. Ela já faz parte do meu dia a dia e passar um dia longe é como se estivesse faltando alguma coisa.

Deveria ter ido junto, isso sim. Garantido que o babaca do Weasley não estaria mesmo lá e depois voltava. Ou quem sabe eu deveria não ter insistido para que Hermione fosse para o jantar. Ela estaria aqui e provavelmente eu estaria a importunando e não todo preocupado.

Deitar na cama e dormir me parece algo impossível. Minha cabeça está a mil e nada nesse mundo me fará relaxar. Nada a não ser Hermione. Já faz mais de vinte e quatro horas que Hermione não me dá notícias. Não que ela me deva algum tipo de satisfação, mas a idéia de algo de errado ter acontecido me apavora. Que droga de vida.

Consequências de um AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora