Capítulo 24 - Olíviah

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Beijar Miguel era sempre ótimo. Depois dele eu já tinha beijado outros homens mas nenhum deles sabia como eu me enlouquecia da mesma forma que ele. era calmo mas com urgência e também avassalador e lento,eu amava sentir a boca dele na minha e toda vez que isso acontecia algo dentro de mim se acendia. Ele era o homem que me levava a loucura só com um toque,era o homem que sabia meu ponto fraco e como me deixar como um vulcão prestes a entrar em erupção. Tudo isso era Miguel Henrique,o homem que eu amava.

A festa continuava rolando. E eu alternava entre beber vinho e conversar com Camila,éramos destacadas. A maioria das esposas e namoradas de jogadores de Futebol só falavam de roupas,jóias e bolsas de grifes e isso era uma chatice. Claro eu amava roupas e bolsas mas não era assunto para um jantar. Eu me perguntava se isso era um dos pré requisitos para ser mulher de jogador. Eu e Mila,nós éramos mais descontraídas e nosso papo ia além de futilidades.

- Eu sei,vai ser uma briga feia...mas eu não quero saber,você e meu irmão vão ser meus padrinhos e o Daniel que arrume outros - Camila falava sobre o casamento - Miguel é meu irmão antes de ser amigo dele!

- Olha,você se casa no final do ano e bem..- dei de ombros - Eu não vou estar mais com seu irmão então pode ser que....

- De jeito nenhum...-Ela disse - Você será minha madrinha e pronto!

- Bom,quem deveria ser madrinha sou eu né? - a voz estridente nos interrompeu - Até porque seu irmão e eu temos uma história longa e você vai ser casar com o meu irmão. talvez eu e Miguel possamos fazer um casamento duplo...olá Oly,nem tinha enxergado você - ela fez cara de nojo.

Por que sempre que uma coisa boa acontecia vinha uma ruim logo em seguida para estragar? Mayra era uma dessas coisas ruins,ela era tipo Olga,sempre que o céu estava lindo e do nada escurecia era porque elas estavam por perto. Mayra era insuportável e fazia questão de deixar isso claro,ela era do tipo que até a respiração irritava. Eu odiava ela não só porque ela era amante do Miguel mas também porque ela era desagradável ou seja,ela não tinha nada de bom.nenhuma qualidade.

- Vem cá,será que você não cansa de correr atrás do marido alheio não? - Ergui uma sobrancelha para ela - Se toca querida,o Miguel não quer mais nada com você! Ele está comigo!

- Você acha que vai ter ele para sempre né?! - ela fez cara de deboche - Não querida o Miguel não é homem de uma mulher só. Daqui a pouco ele vai enjoar de você,e vai voltar para mim em um estalar de dedos...

- Não Mayra,você sabe muito bem que não - a voz de Miguel surgiu atrás de nós - Eu estou com a Olíviah e muito feliz. Eu já te disse,eu amo a Olíviah!

- Claro que não - ela engoliu em seco - Você está com essa mulher por conveniência...é a mim que você ama! me diz,o que ela tem de bom!

- Eu estou com a Oly por ela ser uma mulher incrível e sim,no início era por conveniência mas depois...- ele respirou fundo - Eu descobri o quanto importante ela era para mim. O jeito como ela cuida dos meus filhos e enfim..tudo nela é especial!

- Você vai se arrepender! - Mayra disse com ódio nos olhos - Eu desejo toda infelicidade no mundo para vocês 2.

As palavras de Miguel me deixaram feliz apesar de eu saber que no fundo ele tivesse dito só para que a imagem dele não fosse manchada,eu sabia que ele e Mayra ainda eram amantes mas para ele qualquer contato deles em público poderia prejudicar-lo para conseguir a guarda definitiva dos filhos. Ele tinha que passar a imagem de homem certinho,casado e que respeitava a esposa porque todos tinham a ideia de que ele era o Miguel pervertido e que dormia com todas as mulheres.

Mas com certeza Mayra não ia querer sair por baixo,ela tinha que se vingar de mim pelas palavras de Miguel Henrique. Ela ficou alguns segundos me olhando com cara de ódio até que em um movimento muito rápido ela pegou uma garrafa de vinho da nossa mesa e virou toda no vestido que eu usava deixando molhado e manchado. O sorriso de satisfação dela ao ver que tinha dado o troco me fez ver que ela também seria um obstáculo se caso eu e Miguel algum dia ficássemos juntos.

- Ah! Oly me desculpe! - Ela sorriu vitoriosa - Eu molhei seu vestido de princesa...

- Mayra,eu acho bom você sumir da minha frente tá? - Miguel tinha perdido a paciência e estava furioso - Ou eu mesmo vou te tirar a força daqui...

- Isso é para sua amada Oly ter medo de mim! - Ela sorriu e se afastou.

Mas se ela pensou que o fato de ela ter manchado o meu vestido ia me fazer ter medo dela ah coitada ela estava completamente enganada. Eu jamais iria ter medo de Mayra ela tinha que saber que se iriamos brigar seria de igual para igual.

- Olha...Me desculpe.. se eu soubesse que ela estava aqui eu...- Eu balancei a cabeça para Miguel - Droga..eu

- Oly me desculpa...- Daniel estava sem graça - É que minha irmã...é maluca! e enfim...cacete!

-Relaxa Dani,você não tem culpa! Miguel? - Eu revirei os olhos - É só um vestido ok? Tá tudo bem...ela que é uma desequilibrada! Francamente saiba escolher melhor suas amantes..

- Você...n..- Ele franziu a testa - Não ficou com raiva de mim?

- Não...bom,será que a gente podia ir embora? - Dei de ombros - Eu estou colando!

- Si..sim!

Eu não senti raiva ou xinguei Miguel pelo ocorrido com a bruxa. Eu tinha milhões de motivos para arrasar ele por horas mas realmente naquele momento ele não teve culpa e se eu tivesse brigado com ele ali na frente de todos seria um prato cheio para a própria Mayra. Com certeza ela sentiu mais raiva ao ver que ter sujado meu vestido de uma certa forma me aproximou um pouquinho de Miguel. Senti o olhar dela queimar minhas costas quando ele colocou o terno do smooking no meus ombros,de fato aquele gesto de carinho fez ela cortar os pulsos. Talvez a vontade de ela querer afastar era tanta que ela nem sentiu que pudesse estar na verdade nos aproximando.


finalmente o grande dia tinha chegado. Uma grande movimentação do lado de fora do estádio,Maracanã deixava explícita a rivalidade entre Vascaínos e Flamenguistas. E esses dois maiores rivais do futebol Carioca iam decidir quem seria o grande campeão carioca,com certeza seria um jogo tenso alias era a final e o campeão seria ovacionado diante de um estádio lotado. Eu,as crianças e a família de Miguel fizemos questão de assistir no Maracanã usando o manto vermelho e preto com o número de Miguel 32.  Para Lavínia e Heitor era um orgulho usar a blusa com o nome do pai nas costas. E com certeza aquele ato deixaria Miguel feliz.

Assim  que o jogo começou ficamos em silêncio e com olhos atentos e dedos cruzados. Cada vez que um jogador Vascaíno chegava perto do gol me coração parecia que ia sair pela boca. Eu não era tão má a ponto de querer que Miguel tomasse um gol e bem..eu também era Flamenguista doente.

Era um jogo bastante equilibrado com defesas extraordinárias de Miguel e do goleiro do time adversário. E também tentativas absurdas de chutes a gol. Daniel inclusive chegou perto de marcar umas 3 vezes.  E lá fomos nós para um segundo tempo,no primeiro nada tinha sido resolvido e os últimos 45 minutos seriam decisivos,o momento do tudo ou nada.

logo aos 15 minutos Paulo,um zagueiro do Flamengo derrubou um atacante do Vasco dentro da área levando a um pênalti. Era tudo que nós Flamenguistas não desejávamos naquele momento. Um pênalti poderia trazer péssimas consequências para o time porém eu acreditava no poder de Miguel,ele era um ótimo goleiro e pegaria aquela bola pelo menos eu queria pensar assim.

O estádio todo se calou. Miguel precisava de concentração e foco para agarrar aquela bola ou caso contrário todo o time iria se desestabilizar. o time naquele momento dependia dele e das habilidades dele como goleiro. E também dependia da inteligência para  saber qual canto o adversário ia chutar a bola. O juiz apitou e só ouvimos o barulho da chuteira e a visão de Miguel pulando.  

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