Capítulo 17

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         Julie

-Você não precisa se preocupar, não têm culpa. Ele é quem é exagerado... -Minha mãe tentou me animar, enquanto servia o café.

-Eu sei. Mas aos olhos dele, eu sou a culpada de tudo, e não vítima, você sabe! -Respondi, com sinceridade.

-Tente não pensar nisso agora. Vamos falar sobre sua saúde, é melhor. Como está se sentindo? -Ela perguntou, enquanto levava os pães e torradas à mesa.

-Vou tentar seguir seu conselho! -Disse, tentando parecer simpática. -Estou um pouco melhor, apenas minha garganta está um pouco dolorida, mas é suportável. -Murmurei.

-Ótimo. Se sentir que está piorando, é só ir e pegar um comprimido na caixa de remédios, mas, tome cuidado, para não tomar errado. -Ela sorriu levemente, enquanto observava a grande caixa de remédios que fica acima do armário onde guardamos pratos, copos e outros itens de cozinha.

-Pode deixar... -Respondi. E logo ficamos sem assunto.

-Ah, esqueci de perguntar, sobre aquela sua amiga, que esteve com você no dia do seu quase acidente. Têm noticias dela? -Ela perguntou, fazendo-me ficar séria.

-Lauren? Ah, ela deve estar bem. Não nos falamos desde então. -Respondi, tentando não parecer mentira.

-Tomara que esteja. Ela parece gostar muito de você... Poderíamos até marcar um dia para ela vir jantar conosco, ou então podemos preparar algo de especial, como uma festinha entre amigas com doces e salgados. Teria de ser em um dia que seu pai não estivesse aqui. É legal, não é? -Ela sugeriu, animada até demais. 

-É... Talvez. -Tentei sorrir, mas minha tentativa falhou, pois, ela mal sabia do que havia ocorrido.

-Você não me parece contente, está pensando em alguma coisa? Pode dizer, eu irei te ouvir! -Ela perguntou, preocupada, e então, finalmente, sentou-se sobre a mesa, ficando a minha frente.

 -Ah, não é nada demais. Se lembra do que comentei com a senhora sobre um trabalho escolar? -Questionei, mas obviamente ela não se lembraria.

-Claro, em falar nisso, quando vocês irão se reunir para começar? -Ela perguntou.

-Hoje mesmo. Se der tudo certo. Carolina marcou para irmos á sua casa, de noite. -Respondi, enquanto ela apenas assentia com a cabeça.

-Noite? -Ela me olhou com uma expressão engraçada. -Justo de noite? -Ela riu.

-É que era o único horário que ela estaria disposta a nos receber. -Respondi, abocanhando a torrada, que estava amarga e cheirando a coisa queimada.

-Está bem. Irei te levar e buscar, então não se iluda achando que irá ficar lá até meia noite. -Ela riu, enquanto eu revirava os olhos.

-Já entendi, já entendi! -Sussurrei, impaciente. Estava começando a me irritar com seu "blá-blá-blá".

        Algumas horas depois...

        Já terminei o banho, e escovei meus dentes, só restava encontrar alguma roupa para vestir. Estou em pé, diante a várias peças e mais peças estiradas em minha cama. Mas, incrivelmente, nenhuma delas me agrada, pelo simples fato de serem antigas ou repetitivas. Falando sério, preciso renovar urgentemente!

        Geralmente, aos fins de semana, costumo não me estressar, mas hoje estou de parabéns, pois estou prestes a roer minhas unhas sempre ao lembrar daquela situação vergonhosa envolvendo Lauren e meu pai.

        Dois dias passaram-se desde aquilo, mas é como se houvesse acontecido hoje, ainda está tudo muito fresco em minha mente. Eu admito que fui extremamente ridícula com ela, e que agi sem pensar. Mas o momento também não estava facilitando.

Doce Menina MáOnde histórias criam vida. Descubra agora