Capítulo 24

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Julie

Continuação...

Após Lauren ter sumido de vista, dei no máximo três passos antes de recordar novamente sobre as mensagens que havia recebido mais cedo. E a única solução de saber se era ou não pegadinha, era indo ver com meus próprios olhos. Não aconteceria nada comigo, já que como há algumas pessoas passando, talvez não fosse tão perigoso.

Dou a volta pela escola como em câmera lenta. Eu queria, mas não queria estar ali. Mas não voltaria agora já que faltava tão pouco para desvendar aquele mistério. Ao chegar no lugar marcado, vi que estava sozinha. Na verdade não totalmente, pois pessoas e mais pessoas passavam. Alguns casais com filhos, entre senhoras passeando com seus cachorros e outros vindo dos mercados, com as mãos cheias de sacolas. Consequentemente poderia ser qualquer um deles... Até dos mais novos aos mais velhos. Como eu saberia?

Impaciente, comecei a bater os pés no chão em sequência. Agora eu havia toda certeza de que tinha caído na pegadinha de algum imbecil. E como disse Carolina... Boba!

Estava prestes a virar para ir embora, quando avistei um garoto aproximando-se na mesma calçada que eu. Ele não era nada estranho. Carregava uma mochila nas costas. O desconhecido caminhava diretamente em minha direção, olhando diretamente para mim, fazendo meus pelos arrepiarem-se. Neste instante começo a me queixar por ter ido, xingando a si mesma.

O garoto chegou ao meu lado. Tentei evitar contato virando meu rosto e fingindo estar observando a paisagem sem graça da rua. Espiava por rabo de olho... Nitidamente conseguia notar que ele vasculhava em sua mochila. Após certos segundos, ele finalmente pronunciou-se:

-Olá, Julie!

Automaticamente, dou um salto. Dando lentos passos para trás. Um discreto sorriso apareceu em seus lábios. Era como se ele achasse graça do meu modo de agir:

-Sentiu saudades? -Ele perguntou, deixando o ar ainda mais misterioso.

-Dá para parar com esse joguinho e dizer logo o que quer? -Questionei, tentando demonstrar não ter medo.

-Espera... -Ele ergueu as sobrancelhas. -Pense bem... Você não se lembra de mim? -Ele questionou, deixando-me ainda mais confusa.

Inconsequentemente, é neste momento que prestei atenção em seu rosto. Sou completamente surpreendida quando minha fixa finalmente caí. Henrique?

Seus cabelos estavam longos, até a medida do ombro. E bem mais escuros do que a última vez que o vi. Melhor dizendo, há meses. Seu estilo não havia passado por nenhuma mudança, calça preta desfiada e uma camiseta cinza consideravelmente velha e desgastada. Sua aparência estava melhor...

Afinal, o que fazia ali? Qual era o motivo de ter me procurado? Já que após dias e dias me questionando sobre seu desaparecimento finalmente pude esquecer. Era o momento mais justo para se ter respostas:

-O que você quer? -Perguntei, não olhando diretamente em seu rosto. Eu estava irritada.

-Eu andei pensando e cheguei a conclusão de que isso era o certo a se fazer. -Ele continuou. Abrindo novamente sua mochila. -Eu estive viajando durante todo este tempo. Isso me deu forças para refletir.

-E em qual conclusão você chegou? -Perguntei, cruzando os braços.

De repente, o garoto retirou notas de dinheiro de sua mochila. Era uma considerável grande quantia. Em seguida ele estendeu-as em minha direção:

-Isso é para todo este tempo que permaneci fora, deixando-te sem respostas... E sem o colar! Achei que fosse a maneira mais honesta de me desculpar. -Ele concluiu, insistindo para que eu pegasse as notas.

-Por favor, diga-me que não roubou... -Murmurei, estranhando.

Ele balançou a cabeça negativamente:

-Eu juntei. Pode parecer engraçado, mas é a pura realidade. Eu não quero manter dívidas.

-Acha mesmo que irei acreditar? -Perguntei-o, em meios de gargalhadas. O garoto pareceu não achar graça. Sua expressão logo ficou séria. -Fique você com seu dinheiro sujo! Não quero ser pega pela polícia de novo. -Joguei as notas em suas mãos.

-Eu te juro que consegui esse dinheiro com meu próprio esforço. Será que é tão difícil? Estou tentando fazer a coisa correta enquanto sou incriminado. -Ele pareceu entristecer-se.

-Oh, pobrezinho! - Provoquei. Afinando minha voz. -Você é tão patético! -Esculachei.

-Julie, talvez mais cedo ou mais tarde, você precise desse dinheiro. -Henrique murmurou, fazendo-me parar para refletir.

Algo em mim alertou que o melhor a se fazer era dar um fora dali. Estava escurecendo. Porém, neste mesmo instante a conversa entre meus pais ressurgiu em minha mente. Era como se algo me impulsionasse. Fitava o dinheiro em suas mãos, imaginando em como aquilo ajudaria nossa situação financeira. Era certo eu aceitar o dinheiro de quem não deve-se confiar?

Sem pensar duas vezes, fitei-o. Ele percebeu o que eu queria. Entregando-me novamente toda a quantia. R$300,00. Talvez, para outros aquilo nada valesse, mas para mim, era como se tivesse acabado de ganhar uma grande fortuna:

-Eu tinha certeza que aceitaria. -Ele sussurrou, observando-me guardar as notas em minha mochila. -É um peso a menos. -Continuou.

-Ei, mas ainda não acabamos! -Falei em um tom mais alto, quando o vi virando-se para ir.

-O que mais gostaria de saber? -Ele perguntou, sua expressão demonstrava medo.

-Tudo. -Digo, desconfiada.

...

Desculpem pela demora. Estava sem criatividade, sem inspiração.

O capítulo não ficou como eu gostaria, mas aí está.

Obrigada à aqueles que leem! <3







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⏰ Última atualização: Jan 07, 2017 ⏰

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