Capítulo 14

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sem muitos rodeios hoje.

Minha mala estava pronta, quando alguém arromba a porta do meu quarto: era o Duda.

Ele me agarrou e me deu um abraço em que me senti protegido, suas lágrimas encharcavam a minha camisa social. Sua cara era de quem não dormia há dias, sua barba estava crescendo e ele me estava no mesmo estado de quando ele voltou do hospital. Ele sentou-se em minha cama, e mesmo soluçando, tentou cantar..

"Se for embora, leve um sorriso meu guardado no teu peito, teu coração agora é meu". e ainda em choros se levantou e ficou frente a mim, eu comecei a chorar e meu coração queria pular do meu peito, minha vontade era desfazer minhas malas e colar nele e nunca mais soltar, eu senti minhas mãos suarem enquanto fechava meus olhos, meus lábios se encaixaram perfeitamente aos dele conforme ele virou sua cabeça de lado e eu ao lado contrario, levei minha mão até seu rosto e o segurei firmemente, fui sentindo sua lingua umida entrar em minha boca enquanto acariciava seu rosto áspero e o desejo que ha tempos vinha sentindo finalmente tomou conta de mim, seu corpo se colou ao meu como nunca havia colado antes, eu queria aproveitar cada segundo daquilo.. não sei quanto tempo aquele beijo durou, mas ali fizemos promessas de amor, promessas como eu tinha feito antes para que ele se recuperasse, então finalmente caí em si. Ele não falou nada, apenas saiu do quarto e disse que me esperaria mesmo que eu passasse 10 anos fora, e que duvidaria que o amor que sentíamos um pelo outro fosse acabar assim tão fácil. Chorei como há tempos não chorava, naquele momento senti meu coração se despedaçar, mas sabia que aquilo era o certo a ser feito então me conformei. Desci as escadas, passei pelo quarto dele e estava fechado, eu queria me despedir melhor mas não dava, então me despedi de alguns empregados e entrei no quarto ouvindo a mesma música que ele havia cantado pra mim ha pouco tempo.

"Se for embora

Leve um sorriso meu

Guardado no teu peito

Teu coração agora é meu

Mas se fica

Ganha um beijo meu

Com sabor de alegria

É um presente

Que Deus me deu...

Sim, já passei

Por tudo nessa vida

Mas foi a fé

Que deu forças prá lutar

Batalhas ganhei

Outras perdidas

Ai que bom!

Se pudesse ficar...

Se a vida veio lhe chamar

Se tem que ir

E não pode mais ficar

Se o destino

Não se encarregar

Da gente se ver

Eu preciso te falar..."

Chegamos ao aeroporto, eu iria embarcar rumo à Manaus-AM, para podermos irmos para Miami. Ao chegar ao aeroporto, o Alexandre estava lá, a Marta, meu pai, meu irmão e a namorada, os pais do Alexandre e o pai da Mariana junto com alguns parentes e amigos da nossa classe atual. Passamos uns 15 minutos nos despedindo, e aquela sensação de vida nova já era sentida por todos ali.

"Atenção, ultima chamada para o vôo Manaus (MAO) para Miami, USA (MIA)"

Todos começamos a chorar e o aeroporto mais parecia um velório. Cumprimentei todos e deixei meu pai por ultimo para poder ter mais tempo de me despedir dele. Quando já estávamos indo para a sala de embarque, meu pai me chama e me dá uma caixa de tamanho consideravelmente grande.

- Filho, o Duda mandou isso pra você. Ele não veio porque não tá se sentindo bem.. - disse meu pai.

Naquele momento meu coração apertou. Recebi a caixa, dei um ultimo abraço e não pude deixar de notar lágrimas nos olhos de meu pai. Entramos na sala de embarque e logo entramos no avião. Nos acomodamos ao lado do outro, eu na janela, a mari no meio e o Joaquim na ponta. Aquele era o começo de uma nova vida.

O certinho com o desleixado Onde histórias criam vida. Descubra agora