Capítulo 26

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- Eu já sei o que vou responder hoje a meia noite.

Eu pude observar um sorriso sincero no rosto do Duda. A Mariana saiu correndo atrás de mim.

- Vai escolher quem???? - Ela me perguntava, impaciente.

- Tudo tem seu tempo. - respondi, dando de ombros.

Entrei no meu quarto e fiquei ali pensando e ouvindo música. A música que tocava no momento (Sad - Maroon 5), o primeiro réveillon sem minha mãe e todo o resto do enredo da minha história até agora contribuíram para um certo "momento depressão", que logo passou quando meu pai abriu a porta do meu quarto. Ele não costumava fazer isso, então estranhei.

- Oi, pai. - disse, tirando os fones de ouvido.

- Meu filho, o que você tem? Eu ando perdendo o sono com você - meu pai sentou-se do meu lado na cama.

- Não tenho nada pai. O senhor já tem os seus problemas e dos seus pacientes, não se preocupe com as minhas bobagens - falei.

- Mas meu filho, isso não é bom. Olha, eu sei que eu não sou o pai mais presente, mas saiba que tudo que faço é pra eu poder me certificar que você e seu irmão (nessa hora não sabia se ele se referia ao Duda ou ao Gui, ahahah) tenham o melhor futuro possível.. quando você for pai você vai entender e se colocará em meu lugar. Saiba que você pode contar comigo pra tudo, meu filho.. esse é meu papel como pai! - ele deu um beijo na minha testa. - Vou deixar você um pouco sozinho, mas olha, já são 10:30 da noite, cuidado pra não perder a hora. - meu pai saiu do meu quarto.

Faltava apenas 1 hora e meia pra eu tomar uma das maiores decisões da minha vida, a decisão que mudaria ela pra sempre.

Fui no banheiro, tomei um banho caprichado e fiz minha higiene. Tirei a barba, escovei os dentes, passei desodorante, aparei os pelos e fui me vestir. Sai só de cueca do banheiro (o quarto era uma suíte) e o Duda estava ali, sentado na cama, me observando. Tentei ignorá-lo mas não consegui. Nossos olhares se cruzaram como se fosse a primeira vez que nos víamos, minha respiração ficou anormal e meus batimentos estavam a mais de 100/h. O cheiro do perfume, aquele cheiro de macho dele me deixava louco. Ele agora deixava a barba crescer, mas sempre aparada, lhe dando uma aparência mais séria. Ele também usava uma camisa polo branca da Ralph Lauren, uma calça jeans um pouco clara com uns tons brancos, e um sapatênis. Um relógio de aparência cara estava em seu pulso e um copo de whisky em sua mão esquerda: um típico playboy. Encará-lo me deixava nervoso e excitado, e ele podia ver, já que eu estava só de cueca na frente dele. Ele deu um gole na bebida e continuou me encarando, mas depois saiu do quarto, deixando seu cheiro impregnado ali.

Vesti uma calça jeans azul escura, coloquei uma camisa polo branca e um sapatênis. Penteei meu cabelo, coloquei o relógio e fiquei me observando no espelho. Alguém batia na porta.

- Abre aqui, En! - era a Mariana.

- Caralho, se tu não fosse minha amiga eu te pegaria, na moral - falei, rindo.

Ela realmente estava muito bonita. Ela usava uma blusa tomara que caia branca, uma saia rosa (rosa discreto, não shock) um cinto vermelho e uma corrente dourada por baixo do cinto, bem linda mesmo! Ela sabia muito bem se vestir. No pulso um relógio dourado e na outra mão, duas pulseiras também da cor dourada. Ela estava LINDA DEMAIS!

- HA HA HA, ah coitado - ela disse, entrando no meu quarto e me dando um abraço.

- Então, o que devo a sua aparição aqui no meu quarto essa hora? - perguntei.

- Quero meu batom vermelho que deixei em sua bolsa - ela ja procurava.

- Ah, tudo bem!

Continuei me arrumando e ela saiu do quarto sem nem se despedir. Olhei pra minha cama e tinha uma sacolinha, achei estranho. Peguei a sacolinha e dentro tinha um perfume, o mesmo perfume que o Duda tinha me dado, mas numa edição de 10ML. Dentro também tinha uma carta.

"Sei que você queria muito esse perfume e também sei que você quebrou o que eu te dei no natal. Infelizmente, rodei São Paulo inteira atrás dessa edição e só achei essa de 10ML, espero que não se importe. Um abraço de quem te ama muito, Duda."

Espirrei o perfume no meu pescoço, no meu pulso e na minha blusa e sai do quarto. Cheguei na área e meu pai conversava com o Gui e com a namorada dele. Fui lá dentro falar com todos e cumprimentar, e quando voltei pra área, só tinha um lugar: do lado do Joca e da Mari. Parecia combinado. O Duda, que estava do lado de sua mãe e de sua avó, não pareceu gostar. Estávamos em um circulo conversando e rindo, menos eu e o Duda, e o Joca pareceu perceber isso, então tentou me entrosar na conversa.

- É, sr Otavio, seu filho era um dos melhores alunos de todo o colégio lá em Belleville. Aposto que ele será um grande médico assim como o senhor, o meu pai e o de Mariana.

- Seu pai não era tão inteligente não, Joca - meu pai falou. Algumas pessoas até achavam que ele tinha comprado o gabarito da prova do vestibular - meu pai falou, brincando com o Joca.

- Ah, então agora sei pra quem puxei - o Joca disse, fazendo todos rirem.

- Se isso for certo, a nossa família vai estar completa. Um engenheiro e três médicos, nunca mais vou precisar trabalhar - a Marta falava. O Duda queria fazer engenharia civil.

Peguei meu celular e olhei as horas: eram 11:25. Mandei mensagem pro Joca e pro Duda.

- Me espere lá fora as 11:30 em ponto.

Olhei pro Duda e ele fez que sim com a cabeça. O mesmo aconteceu com o Joca. Cinco minutos depois estávamos todos na frente de casa, finalmente era a hora da verdade.

O Duda estava aparentemente calmo, mas não tirava as mãos do bolso, e quando ele fazia isso é porque ele estava nervoso. O Joaquim estava um pouco apreensivo, olhando pros lados e pro relógio.

Sem rodeios, a pessoa que eu vou escolher, é o...

(Proxímo capítulo é o final!!!!! <3)

O certinho com o desleixado Onde histórias criam vida. Descubra agora