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Luara

Com todos aqueles acontecimentos eu acabei pegando no sono mas acordei ao ouvir vozes femininas do lado de fora da cabana, me levantei e tentei me aproximar da porta o máximo que as correntes me permitiam.

"Como ela teve acesso a um celular Marcos?" — Disse a voz feminina.

"Eu não sei Maria!" — Maria? Esse nome me é familiar.

"Será que eu preciso resolver tudo sozinha? Você me envergonha!" — Comecei a ouvir passos então voltei para cama.

A porta se abriu, a mesma moça alta e estilosa que estava na minha casa entrou com um sorriso estranho no rosto.

— Olá Hunter! — Ela se sentou ao meu lado.

— O que você quer? — Sussurro. — Que droga! O que eu fiz pra vocês? — Meus olhos já escorriam lágrimas, ela sorriu e acariciou meu rosto.

— Não leva pro lado pessoal Lua, isso não tem nada haver com vc. Me perdoe ter que ser assim, ter que ser você. — Limpo meu rosto, ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro. — Sabe onde está Pedro? — Neguei. — Está super inquieto e preocupado com vc. Tirei você do caminho para poder me resolver com ele, e sabe o que ele fez? Me mandou um "foda-se" com desprezo e quer te achar a todo custo. — Ela se aproximou novamente. — O que você tem que eu não tenho? — Pensei, eu sabia a resposta mas não sabia se devia realmente falar.

— Coração. — Sussurro, ela sorri.

— Vou te dar um presente por ter um "coração". — Fez aspas com os dedos, levou a mão dentro do bolso e tirou algo que fez meu corpo gelar e meu sangue ferver. Uma lâmina.

— O que quer dizer com isso?

— Uma vez suicida será sempre suicida, você não pode mudar seu destino Luara, pode apenas confundir. Não tente fugir de quem você é. A menina triste, solitária, depressiva, angustiada, que carrega a culpa do pai morto. Eu sei quem você é, e você também sabe. Lembra do que eu lhe disse antes. Quer mesmo fazer isso? Se Pedro vier salvar você ele morre pois será caçado. E você será a culpada. Todos te culparam Luara, assim como te culparam pela morte de seu pai. — Eu não sabia o que falar já estava em prantos, chorava muito. — Não quero seu mal, eu juro, mas não posso permitir que coloque em risco a vida de Pedro. Lembre do que lhe disse, ninguém tem o direito de tirar sua vida a não ser você mesma. — Maria se levantou e colocou a lâmina na ponta da mesa, saiu e pude ouvir quando trancou a porta.

Por diversas vezes me perdi no tempo observando a lâmina em cima da mesa, eu não sabia o que fazer e estava apavorada demais para pensar.

Ele Psicopata, Ela Suicida (2°Temp) Onde histórias criam vida. Descubra agora