Como Eu Me Sinto?

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P.O.V SUZI

Eu não entendo o Allan, uma hora ele é fofo comigo, ainda mais fofo do que era antes... E agora do nada ele simplesmente me sequestrou, isso me assusta. Posso parecer uma adolescente medrosa, mas a questão é que esse Allan me assusta.

Sim, eu me sinto totalmente atraída por ele. E recentemente descobri que ainda sinto algo por ele, o tipo de coisa que me fez sentir falta de tê-lo enchendo a minha paciência. Senti falta das flores, mesmo que eu devolvesse todas, elas sempre faziam eu me sentir bem... Porém isso não significa que vou aceitar ele agindo feito um louco, como se eu não tivesse vontade própria.  Pelo amor, só não pulei dessa caminhonete porque essa merda está travada e só destrava quando o carro está desligado.

- Coelhinha para de fazer esse bico... Você fica incrivelmente sexy com ele, mas não gosto quando fica brava comigo.- Finjo que não ouvi. Ele acha o que? Que pode vir bancar o fofo pra cima de mim? Não pode não meu bem.- Ah qual é, vai ser bom um tempo só pra nós.

- Se eu fosse você, Allan. Não falaria comigo se quiser continuar com um pau no meio das pernas.- Falo ainda olhando pela janela, estou tentando decorar o caminho, mas estamos na estrada já faz horas, não conseguiria fazer o caminho de volta sem me perder.

- Acabou o voto de silêncio? Estava sentindo falta de ouvir sua voz, amor.- Reviro os olhos e ligo o rádio, o idiota desliga.- Nada disso, quero que fale comigo. Ainda temos algumas horas de viajem, tem um posto de gasolina há alguns quilômetros. Vamos parar para abastecer e comer alguma coisa.- Talvez eu consiga pedir ajuda de alguém...- Não tente fugir, Suzani.- O olho.

- Você acha que eu faria isso?- Pergunto cínica. Ele ri.

- Você tentou pular de um carro em alta velocidade no meio de uma pista cheia de caminhões, Suzi. Isso responde sua pergunta?- Finalmente chegamos ao posto, Allan estaciona e destrava as portas.- Fique perto de mim.- Ele "pede" antes de descer e dar a volta. Bufo antes de descer da caminhonete.

Allan me segura pela cintura, tento tirar a mão dele, mas isso só  faz com que ele me segure mais firme. Tem uma mesa pequena do lado de fora da loja de conveniências, ele puxa a cadeira para que eu me sente.

- Eles fazem lanches aqui, o que vai querer?- Ele me pergunta.

- Agora você quer saber o que eu quero?- Ele puxa uma respiração.- Vou ao banheiro.

Saio antes que ele resolva me impedir. Fui ao banheiro  e na volta notei um telefone no caixa. Olho para o lado de fora e Allan está ocupado falando ao celular.

- Boa tarde.- Chamo a atenção do garoto que está no caixa. O descarado me olha de cima a baixo.- Será que eu posso usar seu telefone?

- Você  pode tudo o que quiser,moça.- Sorrio e ele me passa o telefone. Disco o número da Gabi.

Ligação on:

- Alô?- Como é  bom ouvir a voz da minha irmãzinha.

- Gabi, sou eu...- Ela me corta.

- Onde você  está?  Nós íamos fazer compras hoje e você  não  apareceu sua vaca! E foi você quem me chamou pra ir. É melhor você  ter uma boa desculpa!- Reviro os olhos.

- Para de falar! Eu preciso de ajuda. O Allan me sequest...- A linha fica muda.

Ligação off.

- Estou me sentindo traído, coelhinha.- Droga. Me viro devagar e tem um Allan com uma cara nada boa me encarando. Ele não é o único que está irritado aqui, a diferença é que eu tenho um bom motivo para estar.

O Traficante  - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora