Quero Todos Mortos

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P.O.V ALLAN

Suzani está visivelmente cansada e estranha. Não gosto disso, mesmo hoje sendo o primeiro dia em que ela realmente me trata bem. Sem joguinhos ou coisas do tipo. O jantar foi calmo, puxei alguns assuntos mas ela não estava muito afim de conversar.

Agora estamos sentados no sofá, a televisão está ligada e esse silêncio da minha coelhinha está me deixando irritado.

- Qual é o problema?- Pergunto.

- Nenhum... Está tarde é melhor você ir em bora, Allan.- Nem fodendo porra!

- Não vou a lugar nenhum. Você não está bem coelhinha, não vou sair daqui. Ajudaria a nós dois se me contasse o que está acontecendo...- Dou de ombros e finjo me concentrar na televisão.

- Já disse que é só o trabalho. Para de ser teimoso...- Sorrio de lado.

- Não consigo, você sabe que sou bem insistente, amor.- Ela revira os olhos.- Então...- A incentivo a falar.

- Ela se matou.- A olho rápido.- Minha paciente, ela tinha depressão...- Vejo seus olhos encherem de lágrimas.

- Quando?- Me aproximo dela.

- Faz três dias...- Ela começa a chorar. Caralho, não sei lidar com mulher chorando, pensa Allan... Me levanto e estendo minha mão pra minha coelhinha que me olha sem entender.

- Você precisa descansar...- Ela continua me olhando.- Achei que o teimoso fosse eu.- Brinco, ela abre um sorriso fraco.

- Não adianta, eu não consigo...- Olho em seus olhos azuis.

- Me deixa te ajudar, querida.- Ela suspira desistindo e se levanta.

- Você é um menino teimoso, Garcia...- Ela resmunga enquanto vamos até seu quarto.- Eu não estou com disposição para transar Allan.- Ela faz uma careta enquanto me vê tirando a camisa e dou risada.

- Eu não me lembro de ter falado nada sobre fazer sexo, mas não acharia nada ruim. Se você quiser é só pedir coelhinha, atendo com prazer...- Ela bufa. Confesso que foi a primeira coisa que pensei em fazer, talvez a segunda e a terceira também. Até eu ter certeza de que a minha coelhinha não está bem, ela não precisa de sexo agora, não sou nenhum adolescente do caralho, aguento ficar perto da minha mulher sem ficar constantemente com o pau duro. Isso foi mentira, não consigo não... Mas posso mante-lo dentro das calças.

- Engraçado, lembro de você dizer algo sobre querer que eu fosse sua sobremesa...- Desafiadora e provocativa, gosto quando ela faz isso, mas não quando está tentando figir que está bem.

- Pare de tentar me enrolorar e deita logo na cama.- Ela aperta os olhos na minha direção. O que eu fiz?

- Você acabou de me dar uma ordem, Allan?- Sorrio.

- Claro que não. Eu não faria algo assim...- Ela fecha a cara.

- Cínico.- Seu cínico, amor...

- Eu sei. Agora deita, se quiser posso te ajudar...- Ela bufa mas sobe na cama, tiro o sapato e a calça antes de me juntar a ela.

- O que você está fazendo?- Ela pergunta desconfiada depois que termina de olhar pro meu corpo. Ignoro sua pergunta e a envolvo em meus braços.

- Abaixa a guarda, juro que não vou tentar nada...- Ela se ajeita ficando com uma perna sobre meu corpo e sua cabeça deitada em meu ombro.- Quer falar sobre a sua paciente?- Pergunto baixo enquanto passo uma mão por suas costas devagar.

- Acho que não...- Sua voz treme.

- Eu acho que você precisa.- Ela fica em silêncio por um tempo.

O Traficante  - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora