Guerra é Guerra

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P.O.V SUZI

Entro no meu consultório e tem flores por todo lado, é lindo. Mas o que essas flores estão fazendo aqui?! O cheiro é maravilhoso.

- Drica, porquê a minha sala está cheia de flores?- Pergunto pra minha secretária, se bem que a Drica é mais minha amiga do que funcionária.

Assim que voltei pra cá, decidi abrir meu próprio consultório. Ele ficou pronto um pouco antes de eu me mudar, como eu conheço muitos médicos eles me indicam para os pacientes que precisam de algum acompanhamento psicológico...

- Sei não Suzi... Chegaram quase agora. Deixaram esse cartão.- Agradeço e pego o cartão.

" Você declarou guerra, Coelhinha.

Espero que esteja preparada pra ser minha.

Tenha uma boa semana.

Allan."

Dou um sorriso involuntário, ele tem tanta certeza que quase me convence... Só que não.

- Drica, devolva todas as flores por favor.- Ela me olha.

- Mas elas são tão lindas! Quem as mandou?- Leio novamente o cartão.

- Alguém que conheci... Pra que horas está marcado o primeiro paciente?- Ela olha no computador.

- Daqui 15min, dá tempo de você tomar um café. Tenho certeza que você não comeu nada ainda...- Ela tem razão, depois da noite de ontem não dormi muito bem.

Eu fui uma megera com o Allan, fiquei com dó dele quando fomos para o restaurante japonês.Ele sempre odiou, ele só pediu uma bebida pra ele... Fiz tudo o que nenhum homem gosta, mas o teimoso continuou com aquele sorriso na cara e ainda me beijou, não que tenha sido ruim, mas ainda assim não era pra ter acontecido.

Vou ao café que fica duas ruas atrás do consultório, peço um croissant e um cappuccino, me sento em uma das mesas e começo a comer. Meu celular começa a tocar.

Ligação on:

- QUE HISTÓRIA É ESSA DE GUERRA?! E PORQUÊ VOCÊ NÃO ME CONTOU SUA VACA VELHA!- Afasto o celular da orelha.

- Para de gritar sua doida... Da última vez que te liguei de madrugada você desligou na minha cara Gabi!- Termino de comer e vou pagar a conta.

- Eu estava no meio de uma transa! E você me ligou pra falar sobre aquele banana do William...- Rio dela.

- Eu realmente não quero ouvir sobre sua vida sexual, Gabi.- Ela bufa do outro lado da linha.

- Foda-se. Começa a me contar tudinho sobre ontem, em detalhes.- Reviro os olhos.

- Agora não tenho tempo, podemos almoçar juntas.- Escuto ela falando com alguém.

- Tá bom, a Meg não vai. Ela tem uma consulta hoje e o babaca do Salvatore tá que nem um cão de guarda atrás dela... Tchau.- Ela desligou na minha cara, pra variar.

Ligação off.

Volto pro consultório e tem dois armários na entrada...

- O quê fazem aqui?- Tento não me estressar.- Vão em bora.

- Temos ordem de não tirar os olhos da senhora.- Faço uma careta.

- Vou dar outra ordem. Sumam daqui ou faço vocês engolirem o próprio pau!- Eles arregalam os olhos.- E avisa pro seu chefe que eu não preciso de babá!

O Traficante  - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora