Em Quem Você Aposta?

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P. O. V SUZI

- Diz alguma coisa.- Digo me abaixando na frente do Allan, ele me olha e vejo o quanto ele se sente perdido. Meu coração dói por ele se sentir assim.

- Eu fui um babaca.- Ele diz e volta a olhar pro chão. Merda. Odeio ver ele assim, na verdade nunca o vi assim antes...

- Olhe pra mim.-Digo e ele me olha.- É passado Allan. Não tem como mudar o que aconteceu, mas agora precisa se concentrar em Lize. Sua irmã precisa que vocês trabalhem juntos.- Ele assente. Reparo em suas olheiras.- Você não dormiu, não é?- Ele dá um sorrisinho do tipo "preciso responder".- Então vamos em bora. Você vai dormir, descansar e depois terá uma conversa  com o Fernando.

- Ainda não gosto dele e não me importo se ele morrer.- Ele diz com uma careta. Ignoro a sensação ruim que sinto quando ele fala assim e estendo minha mão pra ele.

- Não é como se vocês fossem voltar a serem melhores amigos, Allan. Mas também não precisam mais tentar se matarem.- Faço um bico e ele ri me puxando o que me faz cair em cima dele.- Allan!- Reclamo.

- Eu quase fiquei maluco de preocupação com você... Nunca mais faça isso comigo Suzani.- Ele diz me encarando e apenas assinto com a cabeça. Ele me beija, céus como senti falta desse beijo, desses braços, dele.- Vamos em bora.- Ele diz e me dá mais um beijo antes de se levantar.

Quando descemos as escadas Fernando está com um copo de whisky na mão, Alexa e Leonard estão em uma discussão sobre vídeo games, olho pro Fernando. Apesar de não o conhecer muito bem, sei que ter o Allan aqui em sua casa o machuca, ao contrário do que ele mesmo pensa ele não o odeia. Ele está magoado, se sentindo traído.

Quando ele me contou toda a história vi o quanto lembrar do passado mexe com ele. Ele não precisou me contar com detalhes para que eu percebesse que Allan e Lize eram as únicas coisas boas que existiam em sua vida, pelo que entendi, sua mãe era uma vaca que só pensava em dinheiro e seu pai um desgraçado que só se importava em fazer do filho um homem tão sujo quanto ele...

- Vou falar com Fernando.- Aviso e saio andando ignorando a cara horrível que Allan faz.- Você bebe demais.- Comento e ele revira os olhos.

- Allan ainda não tentou me matar de novo, acho que isso significa que ele irá ajudar, estou certo?- Sorrio.

- Sim, ele vai ajudar. Vamos em bora, ele precisa descansar um pouco foi muita informação... Você pode ir lá na casa dele amanhã.- Ele me olha duvidoso.- Ele não fará nada e espero o mesmo de você.

- Como eu já disse, você tem fé demais nas pessoas.- Sorrio, eu deveria ter percebido que ele não é tão ruim quando não me senti ameaçada quando nos conhecemos...

- Só nas que merecem. Até amanhã.- Me viro e vejo Allan me encarando carrancudo.- Vamos?- Ele não me responde, apenas apoia uma de suas mãos em minha cintura e simplesmente me arrasta até o carro.

[...]

- Seja educado.- Mando e Allan me encara.

- Tá falando sério? Já tô fazendo muito não o matando!- Fecho a cara.- Sabe que fica sexy pra caralho séria desse jeito?- Ele sorri de lado ainda me abraçando, beija meu pescoço e sinto minha pele toda se arrepiar.

- Pelo amor! Dá pra desgrudar um pouco?!- Escuto a voz da Alexa e começo a rir com a cabeça apoiada no peito do meu Grandão.

- Dá pra bater antes de entrar? A casa ainda é minha caralho!- Ele responde mau humorado.

- Ah você me conhece. Sou intrometida.- Ela debocha e começo a rir, essa menina é fogo. Pelo que Allan me contou ela é um ano mais nova que a Gabi, quando as duas se juntam todos quase enlouquecem...

O Traficante  - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora