Você Gostou?

11.3K 1.1K 13
                                    

P. O. V SUZANI

- Estava ansioso pra conhecer a mulher que despertou algum sentimento no Garcia..- Me seguro pra não revirar os olhos.

- Eu não vejo motivos pra você se importar com isso.- Ele abre outro sorriso.

- A gatinha tem garras... Não se preocupe, minha intenção não é te machucar.- Ele sussurra como se fosse um segredo.

- Agora estou curiosa, qual é sua intenção?- Ele parece feliz com a pergunta, isso não me parece bom...

- Ah, você sabe, só quero saber qual parte da história Allan te contou. Acredito que apenas a parte em que ele é a vítima.- Sorrio para disfarçar o quanto essa conversa está me incomodando.

- E existe outra parte?- Ele se aproxima de mim.

- O Garcia que eu conheço é cruel, Suzani.- Não consigo evitar rir.

- Olha... Não sei o que você ganha tentando me envenenar contra ele mas isso não vai funcionar.- Ele toca nas pontas do meu cabelo e tiro sua mão.

- Nós éramos amigos. Antes de toda essa merda, mortes e mentiras. Pelo menos eu acreditava que fôssemos... Ele dizia que éramos como irmãos. Agora me diz o que você acha de um irmão que deixa o outro pra morrer sem pensar duas vezes?- Me levanto.

- Depende do tipo de "irmão" que você foi... E sinceramente? Não acho que tenha sido um dos melhores.- Se fosse não estaria mantendo Lize em cativeiro.

- Qual é Suzani, sabemos que você é inteligente o bastante pra conseguir ver a verdade por si mesma... Allan não é um anjo, muito pelo contrário.

- Porque quer me envenenar contra ele?- Ele me olha como se fosse óbvio.

- Não quero te envenenar, quero que enxergue a verdade. Eu posso não ser um anjo mas pelo menos nunca fingi ser um... Deveria tomar cuidado com o Allan, ele não costuma ser muito leal.- Esse cara deveria ser ator.

- Eu não acredito em você, Fernando. Está perdendo seu tempo.- Ele apenas assente com a cabeça.

- Não preciso que acredite em mim. Você é uma mulher inteligente, não vai conseguir conviver com essa ponta de desconfiança que estou vendo em seus olhos.- O ignoro e vou embora. Allan não vai gostar de saber desse pequeno encontro... Mas por outro lado preciso saber se o que Fernando disse tem algum fundo de verdade,a questão é: como vou fazer Allan me contar tudo?

[...]

- E como ele é?- Gabi pergunta comendo o segundo pote de sorvete de morango.

- Não me pareceu ser tão perigoso, parece estar mais magoado do que com raiva. Talvez eu esteja errada.- Espero que eu esteja.

- É provável, mas eu quero saber fisicamente.- A olho sem entender.

- Bonito?- Ela continua me olhando.- Tá bom ele é muito bonito.

- Caras bonitos sempre...- Ela para de falar e olha pra algum ponto atrás de mim.- Caveirinha, já voltou?

- Não faça pergunta idiota, Smurfet.- Olho para o Allan e seu rosto está sem expressão. É impressão minha ou o clima aqui está um pouco tenso?

- Bom, deu minha hora, Anthony já me ligou seis vezes.- Ela se levanta e me abraça.- Depois eu quero os detalhes, menos as partes muito picantes, essas são pra Bicha.- Não consigo evitar rir um pouco.

P. O. V ALLAN

A Smurfet passa por mim me dando tchau mas não consigo prestar atenção. Quando soube... Porra eu só queria quebrar tudo e gritar, na verdade ainda quero,muito. Mas de alguma forma só o fato de vê-la bem já faz com que eu queira manter o controle.

- Oi?- Suzani me olha provavelmente sem saber como agir, não que eu realmente saiba como ela deveria agir...- Você voltou antes... Mas isso não me parece ser uma coisa boa agora.- Ignoro a vontade louca de agarrar minha mulher e não soltar nunca mais.

- Eu só quero saber, como caralho você sai pra tomar café da manhã com o filho da puta do Castelli e... Esquece de mencionar?- Mantenho minha voz controlada sem demonstrar expressão enquanto vou até a cozinha, posso ouvir seus passos atrás de mim.

- Não foi assim, Allan.- Ela parece ofendida mas de alguma forma isso não faz minha raiva diminuir. Nada fez, óbvio que quando soube não vim direto pra cá, sim,essa era minha vontade mas me conheço bem o suficiente pra saber que precisava descarregar um pouco da minha raiva em alguém antes, ainda bem que estou com alguns homens do Castelli nos galpões, fica mais fácil juntar o útil ao agradável.

- Então como foi?! Estou curioso pra saber como eu saio pelo caralho de dois dias e na manhã seguinte você se encontra com um cara quase morto!- Ela me olha assustada mas logo sua expressão muda para algo... Irritada?

- NÃO COLOQUE A CULPA EM MIM! EU NÃO O CONVIDEI! FOI ELE QUEM ME ENCONTROU NÃO O CONTRÁRIO! ENTÃO NÃO HAJA COMO SE EU FOSSE A CULPADA QUANDO VOCÊ PODE NEM SER TÃO INOCENTE!- A viro contra a pia e apoio minhas mãos sobre a mesma, mantendo minha Coelhinha presa ente a pia e meu corpo, ignoro a última parte que não entendi direito.

- E você gostou?- Aperto as bordas da pia tentando manter o pouco controle que me resta.

- O quê?!- Acabo socando a pia e ela pula de susto.

- Foi só o caralho de uma pergunta. Responde!- Sim eu meio que rosnei, vocês não podem me culpar estou fazendo o meu melhor aqui. Nem sei como ele ainda está respirando, a sorte dele é que eu amo muito minha mulher e precisava vê-la.

- Não rosne pra mim seu idiota. Você está irritado, esfrie a cabeça, se acalme e depois conversamos.- Dou uma risada sem humor e não consigo evitar cheirar seu pescoço antes de roçar minha barba por fazer em sua bochecha, dou um pequeno beijo próximo a sua orelha.

- Eu só vou me acalmar quando matar aquele filho da puta, eu juro que estou tentando agir racionalmente mas quando eu lembro que ele esteve com você e que pode ter te tocado eu...- Ela coloca suas mãos em meu abdômen.

- Olha pra mim...- Faço o que ela pede,  ela abre um sorriso que mesmo agora que me sinto no inferno, me faz querer sorrir também.- Não sei o que te faz pensar que deixaria qualquer outro homem além de você me tocar, talvez só o meu cabeleireiro, mas você já fez questão de se certificar que ele gosta mais de homens do que eu... Enfim, não tem motivos pra esse ciúme todo, meu namorado é você porque é com você que eu quero estar Allan, só você e mais ninguém.- Ela me beija,odeio admitir o quanto isso me acalma.

- Você ainda não respondeu minha pergunta...- Murmuro e ela bufa.

- Não Allan, eu não gostei.- Menos mau.

- E porque não?- Pergunto sério.

- Você quer mesmo que eu responda?- Ela arqueia uma sobrancelha, puxo seu lábio inferior  com os dentes e antes que ela me beije de novo me afasto.

- Não enrole, se eu não quisesse saber estaria fodendo você agora.- Vejo sua respiração mudar e seu corpo se aproximar mais do meu, caralho assim fica difícil me manter firme, foram dois longos e doloridos dias longe da minha Coelhinha.

- Ele não era você, Allan. Nenhum outro homem será como você, meu Cretino.- Sorrio, acho que isso é o mais perto de um eu te amo que ela vai chegar por enquanto.- Tá feliz agora?- Eu ainda vou matar o Castelli, mas isso pode esperar...

- Ainda não.- A beijo e finalmente deixo minha saudade falar mais alto, a pego no colo e começo a andar em direção ao quarto.

- Achei que nunca fosse fazer isso...- Ela resmunga depois que tiro sua roupa e começa a fazer o mesmo comigo.

Sei que Castelli disse algo pra ela, algo que provavelmente não deveria, mas como eu disse, qualquer coisa relacionada aquele pau no cu pode esperar um pouco.

Eu nunca fui o tipo de cara medroso, mas quando o assunto é minha coelhinha, eu sempre sinto medo de perdê-la... Pelo menos pra uma coisa toda essa merda serviu, deixou Alexa e L.K mais perto da toca em que Castelli se enfiou.

O Traficante  - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora