Capítulo 3

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O vôo para Washington estava marcado para daqui uma hora

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O vôo para Washington estava marcado para daqui uma hora. Nunca acordei tão cedo em toda minha vida! Poderia ter optado pelo vôo da noite, mas papai teve que escolher logo o das sete da manhã.

Eu já havia guardado nas três malas o que levaria de necessário. Lis e Ana me aguardavam ansiosas, segundo suas palavras na última ligação, dizendo que o quarto de hóspedes de seu apartamento já estava arrumado.

Meus pais mantiveram um pé atrás quando disse que iria passar esse tempo com elas.

- Não façam nada ilegal! -minha mãe disse.

Ela pode desconfiar. Já fizemos coisas ilegais. Quer dizer, eu fiz coisas ilegais como pegar "emprestado" o carro do meu pai para ir com elas à uma festa de aniversário. Tínhamos 16 anos e nem sonhando meu pai me deixaria tirar carteira.

Acabamos sendo pegas por um policial de estrada, mas eu não saí feliz daquela festa depois que vi Alex Turner de mãos dadas com a garota mais irritante da minha sala. Acabamos numa delegacia, tive que chamar meu pai e ele teve que desembolsar muito para que eu não ficasse com ficha.

- Está pronta? -Harry apareceu no quarto.

- Acho que sim.

- Vou levar as malas - disse pegando a de cor cinza- O que tem aqui dentro? Rochas vulcânicas?

- Minha coleção de cristal e mais roupas.

- Para que vai levar isso?

Eu jamais deixaria minha coleção de réplicas de instrumentos feitas de cristal aqui. Eram um presente de minha avó.

- Porque sim. Agora anda! -falei pegando a outra mala de cor azul.

***

Era difícil dizer o que estava se passando na minha mente enquanto Giuseppe dirigia até o aeroporto. Harry e minha mãe estavam ao meu lado no banco de trás, enquanto meu pai seguia ao lado do motorista.

Talvez eu estivesse sentindo alívio. Ou quem sabe medo. Adrenalina. Eu não sabia dizer.

Quando adentramos o aeroporto já eram sete da manhã pontualmente. Eu estava atrasada. Daqui a trinta e cinco minutos eu embarcaria.

Era uma viagem curta de Chicago a Washington. Duas horas no máximo. Mas eu me entendiava facilmente, por isso talvez se tornasse uma eternidade.

Eu não gostava de aeroportos. Eram lugares cheios de gente indo e voltando, correndo, chamados apressados. Eu não me dava bem com multidões.

Tentei me concentrar em passar confiança para mamãe que mantinha aquele olhar preocupado. Ou em papai que tinha sua velha expressão passiva. Em Harry que de adulto só tinha o corpo e a idade. Ainda era um garoto que aprontava com todos em casa e que fazia Giuseppe correr praticamente uma maratona para recuperar as chaves do carro.

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