Callie Forest é o retrato da inquietação. Odeia silêncio, detesta pessoas, mas venera cupcakes coloridos. De personalidade extremamente forte, vai te fazer rir, chorar e apertar as bochechas enquanto contar sua história.
Por trás de tantas trapalhad...
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Confesso que senti falta do trabalho nessas semanas que ficamos afastados. Seis meses atrás, sentir falta de estar dentro de uma empresa era uma lenda em minha vida. Nesse tempo também voltei a acreditar na minha grande paixão por marketing. Depois que deixei de fugir das minhas obrigações e comecei a realmente encarar meu trabalho como algo bom, eu finalmente entendi que não ficaria feliz por muito tempo em outra área.
Numa fria manhã de segunda-feira, eu estava estacionando na Future Video para enfim ocupar meu novo cargo na diretoria. Sim, eu estava nervosa. Sim, estava com medo de falir a empresa do meu namorado como quase fiz com a do meu pai. Mas estava confiante!
E Will...estava comigo.
Um braço engessado o impedia de dirigir por um tempo, mas não de trabalhar. Não que eu não tenha tentado impedir.
- Hoje sou eu quem abro a porta para você -falei antes de fechar minha porta e dar a volta no carro.
- Muita gentileza de sua parte, senhorita. Acho que posso me acostumar com isso -sorriu exibindo as covinhas quando saía do carro.
- Não se acostuma não! -o encarei debochada.
Bloqueei as portas e caminhamos rumo à entrada. Íamos ridiculamente devagar, cruzando o estacionamento ainda relativamente vazio àquela hora. Em uma das mãos eu balançava infantilmente a maleta de Will e na outra, tinha seus dedos entre os meus.
- Por que estamos indo devagar? -questionei, mesmo não achando ruim.
- Porque quando cruzarmos aquelas portas, provavelmente não vou poder segurar sua mão pelo resto do dia. Estou aproveitando!
- Que bom para mim! Não vou mais precisar encarar o poste perfeccionista o dia inteiro! -ele riu alto.
- Vai sentir minha falta também, Srta.Forest!
- Não mesmo! -menti.
Soltei sua mão para o entregar a maleta. As esferas esverdeadas adquiriram um tom mais claro quando trocamos a pouca iluminação do estacionamento pela luz do dia, antes de passarmos pelas portas automáticas da recepção. Cumprimentamos os seguranças e a recepcionista antes de encontrarmos Brittany à porta do elevador, com a pior carranca de sono de todos os tempos.
- O que você está fazendo aqui? -foi a primeira coisa que disse ao chefe.
- Eu...vim trabalhar…-respondeu obviamente.
- E você deixa? -indignada, Britt se voltou a mim.
- E ele me obedece quando eu digo para ficar parado em casa? -rebati apontando para Will.
- Deu cupcake para ela, não foi? -estreitou os olhos em sua direção.
- Uma caixa bem grande! -exclamou orgulhoso, debochando da situação.
