Callie Forest é o retrato da inquietação. Odeia silêncio, detesta pessoas, mas venera cupcakes coloridos. De personalidade extremamente forte, vai te fazer rir, chorar e apertar as bochechas enquanto contar sua história.
Por trás de tantas trapalhad...
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Nunca vi uma noite durar tanto, nem ser tão assustadora. A qualquer movimentação, nós acordávamos assustados, prontos para correr se precisássemos. Mas na maioria das vezes eram apenas corujas ou o vento frio que balançava as folhagens.
Cochilei algumas vezes, mas quando acordei no dia seguinte deitada ao ombro de Damien, me senti mais cansada do que na noite anterior.
O sol aparecia pouco, ainda estava nascendo. Olhei ao redor com medo do que veria, mas encontrei apenas a visão agora bem lúcida de muita vegetação.
Me afastei de Damien que parecia também ter adormecido um pouco.
- O que fazemos agora? -perguntei.
- Tentamos achar o caminho de volta -levantou para se esticar e me deu a mão.
- Não morremos furados, mas podemos morrer de sede! -aceitei sua mão.
- Talvez tenha algum riacho ou nascente por aqui.
- Com a sorte que nós temos? Acho difícil.
E assim retomamos nossa caminhada. Sem saber que caminho seguir ou por onde passar, decidimos ir por onde o caminho parecia mais limpo e formava algo parecido com uma trilha.
O sol já caminhava para o centro do céu e meus pés recomeçaram a latejar. Meu estômago pesava e minha boca suplicava por água.
Uma pequena ribanceira estava se formando ao nosso lado esquerdo, por onde caminhávamos. Eu tentava ver o que havia lá em baixo e fiquei feliz ao ver um pequeno lago.
- Damien, olha! -puxei-o pelo ombro o fazendo parar- Água!
- Onde? -Não escondeu sua euforia.
- Ali! -cheguei mais perto da ribanceira- Está vendo aquele lago lá em baix...AAH!
- CALLIE! -gritou tentando agarrar minha mão.
Num momento, um pedaço do solo aos meus pés havia desabado. No outro, eu estava escorregando de costas pela ribanceira em um total desespero.
- SOCORRO! -gritei.
Sentia pontas de galhos às minhas costas e não consegui fazer nada quando meu corpo girou pela terra íngreme me fazendo rolar até perto da água.
Minha cabeça tinha batido em certo ponto da queda e tudo girava agora. Por um instante, de olhos fechados, eu apenas via um fundo preto e ouvia um voz ao longe me chamar.
- Callie! Fala comigo! -Damien estava me sacudindo delicadamente, tirando meu cabelo da frente do rosto- Está me ouvindo?
Tudo o que consegui pronunciar foi um gemido de dor antes que ele me tomasse em seus braços, me levando para algum lugar, me fazendo pensar como ele havia chegado ali tão rápido.
Consegui abrir os olhos e focalizar o rosto de Damien enquanto ele me sentava num tronco caído ainda perto do lago.
- Callie? -continuou agaixado à minha frente- Consegue me ouvir?
