Tudo parecia bem mais tranquilo agora, mesmo com duas funcionárias a menos -Agatha e a assistente foram demitidas. O processo ainda corria e o advogado de Will garantiu que pelo menos uma multa estratosférica os culpados teriam de pagar à empresa. Sem contar que agora seria praticamente impossível essas duas trabalharem em outra empresa, já que ele fez questão de garantir péssimas recomendações das antigas empregadas.
Britt estava mais que feliz. "Eu sabia!" -ela não se cansava de repetir. O que me preocupa é quando Gregori souber. Já faziam dois dias e Will não tivera coragem de contar.
Já era hora de sairmos quando bati em sua porta, visto que ele geralmente saía na hora certa, junto a mim.
- Está na hora de ir. Vai ficar? -coloquei a cabeça para dentro da sala.
- Já estou indo.
Will observava a vista de sua grande janela, parecia pensativo e não me olhou quando respondeu. Enfiadas nos bolsos da calça, suas mãos pareciam vacilantes e por baixo do tecido do terno preto, seus músculos estavam tensos.
Concentração, Callie!
- O que há? -perguntei vacilante, fechando a porta assim que entrei.
- Acabei de falar com meu pai -suspirou.
- E o que ele disse? -parei ao seu lado, também observando a vista dos altos prédios que apontavam na janela.
- Não ficou nem um pouco feliz. Foi um baque muito forte ser traído por alguém que era como uma filha para ele. Está se sentindo culpado -lamentou.
- Ele não tem culpa de ser uma boa pessoa! Além disso, agora não tem mais com o que se preocupar e ele pode confiar em você. É um ótimo presidente!
Encostei minha cabeça em seu braço. Senti quando beijou o topo da minha cabeça e esticou o braço para trás, passando por meus ombros.
- Vindo de você eu acredito! -zombou.
- Sem graça! -bati de leve em seu peito.
- Ei, eu...tinha mesmo que falar com você...-hesitou me puxando delicadamente para ficar em sua frente.
- Que eu fiz dessa vez? -revirei os olhos.
- Roubou meu coração.
Fiquei encarando as esferas verdes sem ter o que falar. De repente nenhuma resposta direita vinha na minha mente e se antes eu achava que não conseguia pensar em nada quando ele me beijava, agora descobri que suas palavras também tinham efeito sobre mim. Na verdade, ele por completo tinha um efeito absurdo sobre mim.
- Desculpe -sussurrei abaixando a cabeça.
- Jamais! -seu tom era brincalhão- É um crime imperdoável! Mas olhe para mim! -sua mão acariciou minha bochecha- Callie Forest não abaixa a cabeça para ninguém. Não quero ser o primeiro da história!
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Última chance
RomanceCallie Forest é o retrato da inquietação. Odeia silêncio, detesta pessoas, mas venera cupcakes coloridos. De personalidade extremamente forte, vai te fazer rir, chorar e apertar as bochechas enquanto contar sua história. Por trás de tantas trapalhad...