Capítulo 28

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Callie

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Callie

De alguma forma eu parecia ser capaz de sentir a ponta da agulha roçando em meu próprio pescoço. Will detestava agulhas e isso fazia doer ainda mais o meu coração. Ele, por sua vez, mantinha uma expressão imutável, o olhar cansado cravado no meu, como se dissesse de forma silenciosa que aceitaria esse fim se fosse preciso.

Sabia que pensava nisso porque seria o tipo de coisa que eu mesma pensaria se estivesse em seu lugar. Aquilo era ridículo e egoísta da parte dele. Ele sabia que se aquela substância entrasse em sua corrente sanguínea, eu jamais me perdoaria. Se ele ou minhas amigas ganhassem mais um arranhão sequer, eu carregaria isso para a vida inteira em forma de culpa.

Mas não, Damien. Nós vamos sair daqui! Todos nós!

Só me restava saber como. O que eu poderia fazer tendo um pelotão de fuzilamento inteiro ao nosso redor? O medo bloqueava qualquer saída em que eu pudesse pensar, até mesmo as ideias idiotas que sempre tiramos dos filmes de ação.

De algum lugar dentro de mim, emanavam culpa e desespero. Um pensamento extremamente vitimista cruzou a grande onda de cenas apressadas que se apresentavam em meu caos mental: Por que eu? Por que justamente comigo? Por que minha família? Minhas amigas? Por que aquele ser humano tão gentil de incríveis olhos verdes?

No mesmo instante que chegou, afastei esse pensamento. Não era hora, na verdade não haveria tempo nenhum para pensar nisso, jamais! Olhei mais profundamente para as esferas esmeraldas também carregadas de medo que me retribuíam a cumplicidade. Uma lágrima caiu simultâneamente de nossos olhos. Will piscou devagar, como se esperasse pelo líquido ser injetado de uma vez.

Para azar de Giuseppe, eu tinha memorizado a importância de não me autosabotar. A culpa não era minha! Eu não tinha cometido crime algum até então. Sim, estávamos ali por minha causa, mas não fora eu quem os trouxera. Eu estava na mesma situação daqueles que amava.

Algo eletrizantemente arriscado pulsou em minha mente. Meus olhos pareceram perder-se em suas órbitas e em seguida, vi meu corpo pendendo em direção ao chão. Respirei pesadamente me apoiando no solo frio com as duas mãos, estando sentada. De cabeça baixa, me permiti soluçar.

- Por favor, não faça isso! -implorei com a voz falha, sem encarar meu algoz.

- Você está bem, pequena Callie? -perguntou debilmente- Talvez tanta ação não tenha lhe feito muito bem.

- Por favor! Não faça isso com ele! -pedi novamente, com a voz tremida.

Ouvi Will reclamar mais uma vez, impaciente. Ele devia estar furioso por eu estar me submetendo àquilo.

Espere só mais um pouco!

- Você está...implorando? -Giuseppe parecia se divertir.

- Faça qualquer coisa comigo, mas não o machuque. Nem à elas! -fiz voz de choro.

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