Capítulo 2

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Hoje eu acordei na hora certa

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Hoje eu acordei na hora certa. Não quebrei nenhum despertador, nem meu celular. Mas então lembrei que eu não iria mais para a empresa a partir de agora.

Eu não tinha mais um trabalho para me atrasar, nem doceria nenhuma para me abrigar, já que não iria me arriscar a voltar lá, de qualquer forma.

Mesmo assim, de um jeito ou de outro, eu teria que visitar meu pai por lá hoje. Havia esquecido de entregar os relatórios e tinha que esvaziar minha sala.

Esse trato não seria nada ruim. Eu teria minha faculdade tão sonhada facilmente e sairia da casa dos meus pais. Poderia tê-lo feito antes, estudado antes, mas desde muito tempo eu perdi minha autoconfiança. Não adiantou de nada todas as lições sobre saber administrar a vida pessoal e profissional.

Mas desta vez eu tinha que fazer de tudo para mostar ao meu pai que podia confiar em mim. Que eu merecia sua confiança.

E claro, existiam duas pessoas que eu iria ver sempre a partir de agora. Era para elas que estava ligando agora.

- Caiu da cama? -Lis atendeu no terceiro toque, com sua irreverente voz de sono.

- Bom dia para você também, Lisandra!

- Sabe que horas são?

- Oito da manhã.

- Hoje é dia de São Nunca? Porque você nunca acorda tão cedo e nunca liga para cá. E o mais importante: nunca sabe que horas são!

- Concordo! -a voz de Ana Clara soou abafada atrás da linha.

Com certeza tiveram uma noitada daquelas, regada a muito sorvete e filmes de todos os tipos. Bons tempos aqueles em que eu o fazia com elas.

- Liguei semana passada! -bufei.

- E antes disso, ligava de três em três meses! -Ana provocou.

- Isso é verdade- Lis continuou- Mas conta, o que precisa?

- Não posso simplesmente ligar para dizer que estou com saudade? -perguntei me jogando de costas em minha cama.

- Não às oito da manhã -ponderou.

- Tenho um novo trabalho -falei.

- Ai meu Deus! -Eu poderia jurar que Ana estampava sua velha careta de quando eu me metia em encrenca.

- Fugindo do seu pai outra vez? -Lis perguntou ao soltar o ar com força.

Já era rotina ouvir essa notícia. Houve um tempo em que eu tentei seguir qualquer outro ramo para não ter que aturar as broncas do meu pai. Passei de garçonete à vendedora de limonada. Até fiz teste para dançar em uma boate, mas primeiro que eu odeio boates, segundo que eu não sei dançar. Meu teste foi tão ruim que o dono começou a chorar no meio da apresentação.

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