Viajando com meu Ex (DEGUSTAÇÃO)

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Por mais que eu soubesse que deveria passar reto, meu corpo traidor caminhou até ele que me olhou surpreso. Lorenzo levantou e se aproximou de mim me abraçando como se não nos víssemos há mais de um ano.

-O que você está fazendo aqui? – apontei para a área ao nosso redor.

-Meu voo foi cancelado e não tem vaga em hotel algum. O recepcionista disse que pode haver alguma desistência e que eu tenho que esperar.

-Quase ficamos sem quarto também. Se quiser ficar com a gente... o quarto está lotado, mas é melhor do que passar a noite sentado em sofá.

-Não vai atrapalhar vocês?

-De forma alguma.

-A Tulipa não vai me bater? – ele brincou.

-Talvez te sufoque enquanto dorme, mas fora isso acho vai ser tranquilo!

-Menos mal então! – ele fingiu alivio.

-Eu estava indo comprar alguma coisa para comer, mas podemos deixar sua mala no quarto antes de eu ir.

Lorenzo sorriu aliviado e eu o levei para o nosso quarto torcendo para que Tulipa não tivesse uma síncope. Ao abrir a porta, o vizinho segurava a maçaneta e Lorenzo deu de cara com ele. Os dois se olharam confusos e eu passei pelos dois entrando no quarto procurando por uma parte segura longe dos dois. Tulipa correu até mim me questionando com os olhos e dei de ombros. Nem eu sabia o que eu estava fazendo.

Lorenzo folgado como sempre passou por Jason entrando no quarto e me perguntou claramente irritado.

-O que ele está fazendo no seu quarto?

-Nosso quarto. – Jason se intrometeu.

-O que???

-Tivemos que aceitar esse quarto, senão estaríamos igual a você na recepção. - respondi irritada por sua atitude.

-Eu não vou ficar nessa porra. Obrigado pelo convite, mas prefiro ficar na recepção do que ficar perto desse filho da puta!

Lorenzo falou furioso e Jason suspirou tentando manter a calma.

-Que porra está acontecendo que perdi tudoooooo!?!?

Tulipa gritou nos assustando. Jason e Lorenzo começaram a contar tudo ao mesmo tempo e Tulipa me olhou confusa. Dei de ombros e fui para a porta fazer o que eu devia ter feito há algum tempo que era ir atrás de comida. . Assim que fechei a porta atrás de mim, pude ouvir o vizinho dizer a Lorenzo.

“Você é um tremendo de um idiota cara! Não aprende nunca que está fazendo a maior merda da sua vida!”

Antes que eu pudesse me afastar, o vizinho abriu a porta e me olhou surpreso por me ver ali plantada.  Sorri sem graça e ele passou o braço ao redor do meu pescoço.

-Vamos vizinha, vamos procurar alguma coisa que preste pra comer.

Sorri em resposta e fomos para o elevador ainda abraçados.

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Nós dois saímos sem rumo à procura de algum lugar que achássemos confiável para comprar alguma coisa. Durante o trajeto me desculpei pela atitude de Tulipa.

-Ela é engraçada. – ele respondeu rindo.

-Ela é cara de pau, isso sim. Morro de vergonha das coisas que ela fala.

-Ela não tem papas na língua.

-Eu gostaria de ser como ela e dizer para as pessoas tudo o que viesse em minha mente.

Jason sorriu e segurou meu braço nos fazendo parar no meio do caminho.

-Ela é interessante demais, espontânea e linda, mas você é mais. Não esqueça disso. Você é diferente de todas as mulheres. E é isso que chama atenção.

Minhas bochechas queimaram de vergonha ao ouvir aquilo tudo sem estar preparada. O vizinho sorriu e complementou:.

-Eu não sei se lamento por Lorenzo ter participado da viagem ou se agradeço, porque se não fosse por ele, não teríamos nos conhecido.

-Eu me sinto da mesma forma. – falei sinceramente.

Ele me olhou com um leve sorriso nos lábios e beijou minha testa como sempre fazia. Jason me deu a mão e continuamos andando devagar.

-Ele é um idiota. Se eu tivesse te conhecido antes, não deixaria você escapar de forma alguma.

-Eu não sou tãoooo santa assim. – brinquei,

-Não importa. Ninguém é santo, mas você é única.

Fiquei em silencio sem saber o que dizer. Poucos homens haviam dito coisas tão bonitas a não ser para me levar para cama. Meu coração ficou aquecido com seu carinho e isso fez com que eu me sentisse um pouco melhor com a situação toda.

-Não lembro se já falei isso, mas se eu tivesse te conhecido antes disso tudo... sabe? Da minha mulher.. de Lorenzo, eu tenho certeza que seriamos muito felizes.

-Seríamos mesmo. Até porque com um cartão de credito como o seu não tem como ser infeliz!

Falei gargalhando e Jason fez o mesmo. Eu gostava de estar com ele porque ele entendia minhas piadas e brincava junto comigo.

-Ah, então tenho grandes chances!

-Ooooo se tem! – brinquei.

Continuamos rindo ate que encontramos um Mc Donalds e por sorte ele havia levado o seu tão sonhado cartão de credito, senão eu teria que lavar alguns pratos para pagar a conta. Depois de ficarmos um tempo tentando entender o cardápio, pedimos lanche para todos, inclusive para ingrato do Lorenzo que não merecia nem uma batatinha crua e sem sal.

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Ao voltarmos para o quarto do hotel ouvimos risadas frenéticas do outro lado da porta. O vizinho franziu a sobrancelha também sem entende o que estava acontecendo e abri a porta rápido por não conter a curiosidade. Lorenzo e Tulipa riam sem parar e Tulipa tinha lagrimas nos olhos por causa da risada desenfreada. Assim que eles perceberam nossa presença, riram ainda mais como se fossemos dois palhaços de circo.

-Que tipo de droga vocês usaram? – perguntei curiosa.

-Tulipa e eu fomos reclamar no quarto ao lado que a música estava muito alta – risadas – e estava rolando uma festa muito louca!

-Vocês dois?? Juntos? – perguntei incrédula.

-Sim, a música alta estava atrapalhando nossa discussão. – Tulipa lamentou.

-Como assim música? Eu não ouvi absolutamente nada! – afirmei.

-Que seja. – Lorenzo nos interrompeu - Pedimos para abaixarem o volume e nos convidaram para entrar. Claro que aceitamos né, e nos deram uns muffins de chocolate ou sei lá o que era aquilo. E como estávamos famintos, devoramos vários. Mas acho que tinha algum tipo de bebida neles, porque ficamos meio tontos. 

Lorenzo terminou de falar e Tulipa voltou a gargalhar sem parar. Lorenzo a viu rindo e começou a rir junto se jogando de costas na cama mais uma vez. Olhei para o vizinho que segurava o riso com todo seu esforço e balancei a cabeça sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Peguei a sacola de lanches e entreguei aos dois.

-Comam isso para passar a brisa de vocês! Por sorte não vamos pegar o avião hoje. Já pensou se vocês fossem embarcar assim? Seriam presos na hora! – falei completamente histérica.

-Pare de ser chata Luna! Deixamos um pra vocês. E não estamos drogados! Você realmente acredita que eu seria capaz de fazer uma coisa medíocre dessa?

Antes que eu pudesse responder, Tulipa voltou a gargalhar e o Lorenzo fez a mesma coisa. Sem saber o que fazer a empurrei para o lado e deitei entre ela e Lorenzo. O vizinho se divertindo com a situação deitou ao lado de Tulipa na cama ficando bem na pontinha da cama. Em pouco tempo todos ríamos sem motivos e fiquei muito feliz por estar entre as pessoas que eu realmente gosto.