• Capítulo 4

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— Que absurdo! Dediquei minha vida para conseguir alcançar esse cargo e vocês simplesmente dizem que Adrien ira tomar meu posto?!

— Peço que nôs entenda, Henrique. Meu acordo com você fora até a volta de meu filho para  assim continuar com seu trabalho aqui. - Adam dissera sentado na cadeira diante a grande mesa de cor escura na sala de reuniões.

Adrien estava tenso, sentia-se culpado vendo aquele que fora seu melhor amigo tão exaltado, sabia que Henrique sempre quis ser o CEO da empresa, assim comprando algumas ações para ser indicado a esse cargo em sua ausência, mas o Green bear estava ciente que nada podia fazer, pois daqui a alguns meses assumirá a empresa como sua, isso segundo seus pais.

— Isto não é justo! Tenho algumas ações nessa empresa. Vocês não podem me tirar desse cargo sem a autorização dos outros acionistas. - Bateu sua mão na mesa, a pele negra soada demonstrando o quão nervoso estava.

Mayara que até então estava observando tudo em silêncio, resolveu se pronunciar.

— Acalme seus nervos, meu jovem. Não deixaremos você sem emprego, Até porque não temos esse direito - A loira odiava confusões, por isto que sempre quando alguém se alterava vinha em sua mente as palavras "se acalme" era algo automático.

— Temos uma proposta. - Adam fitou Henrique com cautela, esperará Adrien afirmar com um aceno, então continuou a falar — Como sabes conseguimos fechar contrato com a empresa marozov оружие (Marozov armas) precisamos de alguém para ocupar o cargo deixado por meu filho, então pensamos em você para o assumir.

Os olhos claros de Henrique fumegavam de raiva, ele sabia que essa hora iria chegar, mas não assim tão rápido, não queria saber de ir à Rússia, queria continuar a trabalhar na empresa Marinho Império, e faria de tudo para alcançar suas ambições.

(...)

Pela parte da manhã Conrado descansou, quando acordou percebera que já passara das uma da tarde, praguejou a diferença de horários entre os dois países.

Levantou-se da cama sentindo uma fome, pensou logo naquela mulher que o abraçara mais cedo, cogitou na ideia de gritar seu nome ao sair do quarto se perdendo nos diversos corredores da mansão, mas não sabia o nome da negra, então continuou a nadar pelos labirintos que era aquele lugar. Parou de tentar achar as escadas no momento em que ouviu aquela voz desafiadora

— Esta perdida, Madame? – Mia sorriu divertida vendo o homem se virar para encarar seus olhos escuros

— Não! Sei perfeitamente onde estou indo. – Arrebitou o nariz fino e comprido pensando em qual seria o problema daquela moça que o chamava de senhora pela segunda vez .

— Pois então... Se vire! – Passará em sua frente mostrando toda sua graça ao andar, Conrado tinha que admitir, aquela empregada era bastante perigosa para ele, em muitos sentidos.

— Espere! – Gritou ao perceber que a moça já virava o corredor

- Estou com fome, vir que tem uma piscina aqui, quero que me sirva la - Pediu Conrado não entendendo o olhar raivoso que a mulher o lançou.

Mia se segurou para não estapear o rosto delicado da gazela russa, respirou fundo contando até vinte e quatro, e só ai se acalmou

- Tudo bem madame, seu pedido é uma ordem. Mais alguma exigência?

- Sim, quero que me mostre o caminho, não que eu esteja perdido, apenas confuso com tantos corredores - Pediu ele ficando ao lado de Mia que respirou fundo tentando não dar uma de ninja na madame.

- Claro, siga-me - Mia levou o homem até a grande piscina, e foi pedir algo para a gazela comer.

Quando chegou à piscina com um prato de carne mal passada, quase que crua, sorriu já sabendo que diria a Conrado que é normal os brasileiros comer carne cura, encontrou o homem na beirada da piscina

- Esta aqui - Entregou o prato para ele, e só ai notou o que o mesmo estava a usar, o admirou desde seus bíceps fortes a sua sunga preta.

Foi despertada de seu pequeno transe ao ouvir a voz de satisfação da madame

- Adoro, tem um gosto parecido com Salo - Mordia a carne gordurosa com um sorriso no rosto

Mia estava fazendo uma careta enquanto observava aquela cena com um pouco de nojo, então os russos comem algo assim ou é apenas o Conrado sendo anormal.

Que sorte a dela acertou na mosca.

Irritada passou a sua frente fazendo questão de esbarrar seu ombro no dele.

Conrado derrubou o prato com a carne no chão assim se desequilibrando e caindo na piscina funda.

Mia ouviu o barulho de sua queda, olhou para trás vendo o corpo do homem submerso, apenas com os braços para cima. Achou que era apenas uma brincadeira sem graça, cruzou seus braços esperando que a qualquer momento o russo saísse da piscina pensando que tinha enganado ela, mas isso não aconteceu, Mia se aproximou da piscina vendo pequenas bolhas flutuando da mesma, arregalou seus olhos ao pensar que talvez Conrado não soubesse nadar.
Sem nem tirar as roupas se jogou na água vendo o corpo masculino afundando, segurou no braço do homem e começou a nadar ate a superfície com muita dificuldade.

A filha adotiva estava a se sentir uma vilã, aquelas que armam um plano maléfico para tirar a mocinha de cena.

Olhou para o corpo inconsciente a sua frente, iniciou uma avaliação primaria, vendo assim que era necessário fazer uma reanimação respiratória.
Agradeceu a um programa de televisão onde ensinara vários procedimentos.

Conrado começou a tossi, sentindo o ar invadir seus pulmões, respirou fundo para ter certeza que não estava mais naquela maldita piscina, quando sua visão se estabilizou viu a mulher que tinha um olhar aliviado, a moça estava sob ele com as mãos em cima de seu peito. Conrado não deixou de olhar nos olhos de Mia, ouviu quando a mulher suspirou, logo falando.

- Ufa, salvei sua vida.

-Não, você quase tirou minha vida.

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