Sentadas no chão da sala, sob o novo tapete de veludo que havia lá, Nataly tentava de todas as maneiras arrancar alguma coisa de sua amiga.— Me diga Rose, diga que todas as provas que apontam a verdade, seja mentira, por favor, diga.
Era tão desesperador tudo, que Rose não sabia o que fazer o que falar. Sempre pensou que Nat estragaria tudo, mas hoje sabia que na verdade, ela mesma esta fazendo isso.
— E-eu não posso - Abaixou sua cabeça não conseguindo encarar a amiga
— Pode, você pode! Sei que esta acobertando alguém, e essa pessoa não merece ser protegida por você, então, por favor... - Tocou a mão daquela que sempre esteve ao seu lado - Você é muito nova para desperdiçar sua vida assim, como se não valesse nada.
— Nat, me desculpa, mas eu realmente não posso, todas as provas apontam para mim, então eu sou a culpada - Então levantou a cabeça sentindo uma grande angústia ao ver o olhar de Nataly, tão magoado e devastado.
— Vamos por tudo a perder. M-Minha irmã... Estava tão próxima dela, conhecendo um pouco de minha mãe só de olhar em seus olhos.
— Você deveria contar toda a verdade para ela, antes que seja tarde de mais, pois quando a polícia descobrir... - Apertou a mão da mulher - Sinto muito
As duas amigas ouviram o bater da porta, e sabiam que era, respiraram fundo e Nat fora abrir a porta dando de cara com os olhos esmeraldas que não a encarava, Adrien entrou rapidamente na quitinete acompanhado de sua irmã que ofereceu um sorriso mínimo a Nataly a cumprimentando.
— Adrien, dê uma chance a ela, por favor, sei que tem alguém a mais envolvida nisso tudo - Tentava a moçambicana convencer o CEO mostrando seu sotaque mais evidente ao ponto dos irmãos marinhos ficarem confusos.
— Calma Nataly, sente se, temos de ser cuidados, meu irmão ira perguntar algo para Rose, e se ela responder será melhor, em todas as maneiras. - Mia falava com a voz tão doce que conseguira acalmar o coração da falsa secretária, mesmo que por um segundo.
— Rose, as polícias esta sob nossa disposição estão cientes de tudo que aconteceu, meu advogado também sabe de tudo. Só depende de você decidir seu futuro - Todos prestaram atenção na voz de Marinho - Suspeito de alguém que lhe ajudou a fazer tudo que fez, pois você não iria conseguir a senha de acesso daquele computador. Poderia me dizer quem foi que lhe deu a senha?
Silêncio
— Por favor, Rose, por nós. - Nataly então pediu novamente, sendo respondida por um olhar decidido, uma decisão que não beneficiária nenhuma das duas.
Rose sabia o que Henrique tinha, com tantos remédios em sua gaveta, e comportamentos nervosos deixava evidente seu transtorno obsessivo compulsivo com o trabalho. Mesmo depois que saiu da empresa, arrumou um jeito para continuar lá, até conseguir seus documentos de acesso à empresa. Rose não soubera o quão ambicioso Henrique era. Mas pode ter uma noção disso ao ser ameaçada por ele. Como poderia ela entregar alguém doente a polícia? Talvez se o ex-ceo soubesse que ela foi presa mudaria algo, ele começaria a se tratar, e haveria uma chance para ele. Seus pensamentos eram esses, o que muita gente julgava tão errado ao ponto de ser burrice, ela acreditava ser tão certo que o faria, porque todo mundo erra, pode uma vez, ou mais, haverá um momento em que aprenderam com seus erros.
— Não senhor Marinho, eu não posso.
— Sabes que será presa, e tudo que esconde vira a tona - Disse Adrien sendo questionado com o olhar por Mia.
— Eu sei, e sinto muito, muito mesmo. - Olhou para Nataly que tinha as mãos entre a cabeça, com o queixo apoiado sob os joelhos.
Adrien olhou para Mia que assentiu com a cabeça pegando seu aparelho celular contatando a polícia, essa que há poucos minutos rondava a favela da Rocinha se alojando em frente à quitinete.
— Sabe que tudo que fizemos não valeu de nada, certo? - Perguntou cm certa raiva
— Valeu sim Nat, e você ira descobrir. Não se esqueça de contar a ela - Respondeu com as mãos presas atrás das costas sendo levada para viatura
Mia abraçava Nataly tentando a confortar, o coração da mulher batia tão rápido que ela sabia o que estava sentindo... O terrível e cruel medo.
— Eu irei lhe ajudar - Adrien olhou para a moçambicana, ele já estava ciente que a qualquer momento descobririam os documentos falsificados das jovens, e talvez pudesse acontecer o pior.
••
Dois dias haviam se passado, dois dias de completa angústia para Nataly. A empresa começou a funcionar normalmente, embora não conseguissem recuperar o dinheiro por completo, pois grande parte dele já não estava na conta desviada.
Em seu local de trabalho a mulher ouvia provocações, e tentava ao máximo se concentrar no trabalho, ainda trabalhava com a esperança de não descobrirem seus documentos falsos, e talvez tentar pagar a absurda fiança de Rose, essa que ainda será julgada.
— O Bob Marley não retornara? - Provocou Dulce se referindo a Rose, mesmo não sabendo da situação que a secretária de Adrien se encontrara.
— Não quero falar com você, será que pode ma dar licença? - Tentou usar o máximo de educação para que aquela nojenta desdentada saísse de lá
— Oh querida, não precisa se fingir civilizada.
— Ah e não precisa se fingir de freira, pois disso você só tem o nome.
Dulce iria retrucar, porém fora impedida por alguns policiais que entraram na entrada do escritório procurando por Nat.
— Você é Nataly Gimo Saide? - Perguntou um dos polícias de pele negra e barrigudo, com o rosto coberto pela barba cheia.
— Sim, senhor... Otaviano - Franziu seu cenho lendo o nome.
— A senhorita esta presa por falsidade documental.
Ao receber tal informação Dulce correu não acreditando na cena que tivera presenciado, o que diria a mídia sobre os funcionários da Marinho império? E se pedissem provas, a foto que tirou discretamente serviria? Com certeza iria faturar muito com essa informação.
HOLA 😄
Hoje não houve Conrado e Mia, mas teve uma parte muito importante do livro, essa que COM CERTEZA irei usar futuramente, né, porque uma coisa leva a outra.
Enfim, aguadem o próximo capítulo, pois muitas coisas irão acontecer antes do fim.
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Contradições do Amor
عاطفيةMia, uma mulher determinada que luta por aquilo que quer; se ver em uma contradição entre aceitar continuar a morar com seus pais, ou sair de casa para alcançar sua independência. Mia é mal vista pela sociedade que a olha feio por ser negra e ter pa...