— Droga, ele que me agarrou, esse pervertido – Mia se soltou do corpo masculino.
— Mia – A voz de Conrado soou que nem aqueles homens da caverna fazendo a negra estremecer
Adrien poderia ate fazer piada com o casal a sua frente, porém estava muito cansado.
— Preciso de vocês dois na empresa. Já contratei as secretarias, só falta avisar a elas – Adrien fez graça — Piralha você começa amanhã, não se preocupe, terá de ir apenas duas vezes à semana.
— Começar com o que? – A mulher ignorou o jeito que seu irmão a chamou.
Conrado se segurou para não rir quando ouviu a palavra "Piralha" direcionada a Mia, com certeza o russo usaria isso para irritar a negra, assim como ela faz com ele.
— Me ajudar na empresa, não se faça de boba Mia. – Adrien subiu as escadas com sua pequena maleta em mãos, queria analisar cada documento de suas candidatas com calma, porém ao chegar a seu quarto caiu diretamente na cama, em um sono profundo.
— Piralha, por que esta pensativa? – Conrado pergunta com um sorriso divertido
— ARG – Mia fez menção de atacar Conrado, esse que se pôs a corre igual uma criança mansão a fora.
— Eu vou te pegar gazela malandra – Correu atrás dele chegando ao jardim.
O Jardim
Mia logo se lembrara de seu pai, se sentindo um pouco triste. Isso ate Conrado aparecer com um ramo de tulipas amarelas
— Me perdoe mademoiselle – Sorriu entregando as flores a mulher vendo os olhos da mesma brilharem
— Não fique achando que se livrou de levar umas chineladas – Mia avisou tentando não sorrir
— Chirelada?
— Chinelada, quer que eu demonstre?- Perguntou vendo o russo negar repetitivamente
Mia sentou-se no banco admirando o jardim. O russo logo percebeu que Mia estava a penar em seu pai
— Tudo ficara bem Mia – Conrado sentou ao lado da mulher tocando em seu cabelo
Não soubera quando ficou assim, tão carinhoso com ela. Isso foi desde quando se beijaram para Conrado aquilo foi uma grande troca de afeto. O homem se achará muito careta, isso por pensar que só ele estava se envolvendo.
— Ai, odeio me lamentar – Suspirou.
— Vamos entrar se prepara para amanhã, pois Adrien não brinca no trabalho – O Russo levantou estendendo a mão para que Mia pudesse segurar.
— Como se eu não soubesse disso – Murmurou entrando na mansão
••
— Vamos Rose, não podemos chegar atrasada logo no primeiro dia de trabalho – Nataly grita sua amiga.
— Já estou indo, ai meu Deus quanta aflição – Rose desce a ladeira da grande favela.
Rose vestia uma saia preta juntamente com uma blusa social de botões, a roupa ficara um pouco larga já que sua amiga tinha escolhido o mesmo número para as duas.
— Vamos, o ônibus vai chegar logo, logo – Nat roia suas unhas, estava nervosa, pois sabia que Mia estaria lá, e que poderia ser ela de sua secretaria.
• • •
— Chegamos – Nat desceu do ônibus seguida de Rose — Cara em plena manhã temos de enfrentar esse ônibus cheio que parece mais um formigueiro
— Não reclama Nat – Rose disse mexendo em suas tranças
As mulheres chegaram à recepção pedindo assim seus crachás
— Você não pode trabalhar assim – Uma mulher alta de cabelos negros falou olhando para o cabelo de Rose com deboche
Nataly que já estava a andar parou no momento em que percebeu que a mulher estava a se referir de sua amiga. Se fosse com ela, a mulher nem estaria se importando.
— Desculpa querida, mas porque minha amiga não pode trabalhar assim? – Nat perguntou batendo as mãos no balcão
Rose se manterá quieta com a cabeça baixa, a menina não conseguia debater, lhe falta coragem para levantar a cabeça e responder.
— Ira manchar a imagem da empresa, alguém como ela, ainda mais essas tranças. Estamos em pleno século vinte e um, existe chapinha. – Os olhos verdes da mulher olhavam para Rose, não se atreverá a ver a reação da moça que estava a falar com ela.
— Me desculpa flor, mas em pleno século vinte e um você não sabe que as coisas mudam? É melhor você pedir desculpas a Rose agora, isso se não quiser ter esse lindo rosto destruído – Nat estava descontrolada. Não admitiria que alguém tratasse sua amiga assim
— Nataly, é melhor irmos, estamos atrasadas... Lembra? – Rose tentou segurar o braço de Nat que se esquivou de seu toque
— Pedir desculpas? – Dulce riu debochada — Não me ameaça, pois não farei o que estas a pedir.
— Minha mão esta coçando para acariciar essa sua face cheia de – Pó Nat queria completar, porém se interrompeu ao ver a megera por um sorriso inocente no rosto.
Rose olhou para o "casal" que estava se aproximando, e cutucou sua amiga para que a mesma se se endireita. Só aí Nataly se virou para encarar a tão procurada Mia
— Algo de errado? – A negra perguntou ao chegar perto deles, se apoiou no balcão soltando seus grandes cabelos.
— Não senhora Marinho. Estava a explicar a essas moças que não aceitamos que os funcionários trabalhem assim – Apontou para o cabelo de Rose
Nat se segurava para não se jogar em cima de Dulce e arrancar seus cílios postiços
— Em nenhuma de nossas políticas citamos como nossos funcionários devem vir, a única coisa que exigimos é que esteja de uniforme – Mia olhou para as duas negras a sua
frente — E pelo que vejo, essas moças estão uniformizadas.Conrado olhava aquela situação toda impressionado, logo se lembrou da primeira vez que vira Mia, pensara que a mesma era uma empregada. Ele julgou pela cor.
— Me desculpa senhora Marinho isso não acontecera mais – Dulce abaixou a cabeça voltando para detrás do balcão
— Você não deve desculpas a mim, mas sim a aquela moça que fez passar por toda essa situação – Mia estava tão séria que nem parecia ser aquela mulher divertida e brincalhona.
Esse era o dom dos de Marinho, manter sua pose séria em momentos que exige trabalho.
— Desculpa senhorita Rose – Pediu quase que em um rosnado, os lábios finos de Dulce se esticaram em um sorriso falso.
— Esta tudo resolvido aqui. Então senhoritas nos acompanhem. Irei mostrar onde irão trabalhar – Conrado passou na frente segurando Mia pelo braço sendo seguido pelas secretárias
Nataly estava a andar automaticamente, seu corpo estava ali, mas sua mente vagava por outro lugar.
— Seus olhos eram tão escuros que poderiam ser comparado ao céu negro, brilhavam tanto que pareciam diversas estrelas. E sua pele, um marrom chocolate, ah minha filha se parecia com uma boneca, dona de um sorriso divino... Essa foi a ultima lembrança de minha menina, isso antes de você – Essa era senhora Saide deitada em uma maca de hospital em seu leito de morte, dizendo suas últimas palavras — Procure-a, você não esta sozinha Nataly.
Nat não tinha dúvidas... Aqueles olhos descritos por sua mãe não mudara nada, eles estavam ali. Mia estava ali
O que não sabiam era que depois desse encontro muitas coisas aconteceriam.
Holla 😁 terminei o capítulo agora. Iria postar o capítulo ontem, porém esse pai de santo apagou o capítulo, esse que eu ME ESQUECI de salvar no Word.
Espero que tenham gostado, beijinhos 😘
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Contradições do Amor
Roman d'amourMia, uma mulher determinada que luta por aquilo que quer; se ver em uma contradição entre aceitar continuar a morar com seus pais, ou sair de casa para alcançar sua independência. Mia é mal vista pela sociedade que a olha feio por ser negra e ter pa...