Capítulo X

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Mário Quintana estava certo quando disse que a amizade é um amor que nunca morre. Mas eu ainda diria que a amizade recíproca é um amor que nunca morre. Amizade tem que ser bilateral, tem que ser bate e volta, se não nem vem, nem tem, nem soma e nem deveria fazer falta. Mas faz, né? E como faz. Faz falta porque você não foi um pé lá e outro cá, foi o corpo todo, foi mente, alma e coração, vinte e quatro horas por dia, e se tivesse mais um minuto, seria esse minuto também.

O copo poderia estar vazio, mas eu sempre enxergava uma gota para mergulhar e mergulhava fundo, tão fundo que me perdia numa gota que na minha cabeça, era um oceano.

...

Segunda-feira bem cedinho e já estávamos na estrada, todos indo conhecer a família do meu cunhado. A viagem seria longa, mas, mais distante que a cidade estavam meus pensamentos. No dia anterior eu tinha brigado com um grande amigo, uma briga por medo e por bobagem. Mas independente de ser bobagem ou não, quando se trata de alguém que você se importa, toda garoa vira uma tempestade e todo o silêncio vira uma saudade. Minha irmã não sabia do que tinha acontecido e toda hora perguntava a mesma coisa.

— Tu tem o que? Tu vai chegar lá com essa cara?

E eu sempre respondia que estava cansada e com sono. Típico de quem não quer papo, de quem ta mesmo com sono, mas porque não dormiu por causa de alguém.

De saco cheio de repetir a mesma coisa o tempo todo, resolvi esquecer o assunto por um tempo e me concentrar na viagem, afinal, tinha muita gente esperando a gente. O que era muito legal porque eu e a Amanda (irmã do meu cunhado), já éramos bem amigas e ela me apresentou outros dois amigos dela, uma menina e um menino, que por sinal eu já conversa muito, tínhamos até um grupo no WhatsApp, o que nos ajudou a não ficar com vergonha, nem nada do tipo.

~

A viagem foi tranquila, paramos primeiro no Salão de Beleza onde estava a mãe e a tia do meu cunhado. Seguimos para a casa deles, e enquanto todos conversavam e se conheciam, eu fiquei sentada no sofá me perguntando onde estaria Amanda, com quem estaria e... nele. A mente vaga, vaga, mas sempre para em algum lugar. Balancei a cabeça algumas vezes na tentativa de me livrar dos pensamentos, ao mesmo tempo em que Amanda chegava acompanhada dos meus, até então, amigos virtuais. Nos abraçamos e pulamos, pelo menos nós três, porque o menino ficou meio tímido sentado no sofá, confesso que eu também, mas tinha que ser educada, né?

...

Eu posso estar com muita vergonha de um garoto, mas sempre farei de tudo para ocultar isso. Se for gato então, nunca saberá o que eu acho dele. Sem ousadia, sem moral, sem empolgação.

...

Depois que a timidez foi embora, começamos a sessão de fotos, foram tantas fotos que fiquei cansada de tanto sorrir.

Tinha sido um dia excelente, mas infelizmente teríamos que voltar.

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Mil e uma notificações no Facebook e nenhuma mensagem do meu amigo, em contra partida muitas fotos marcadas, com legendas que me fizeram sorrir. Foi realmente um dia legal, sabe? Eu me senti bem, mesmo com o coração apertado. Ele ainda não tinha vindo falar comigo e dessa vez não fui orgulhosa, mandei várias mensagens dizendo que estava com saudades e contei coisas engraçadas que só teriam mais graça se ele risse junto comigo. Ele estava offline mas mesmo assim enviei.

Vomitei Borboletas Mortas [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora