A Carta

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-Ah, é só vocês aprontando.- ela desvia seu olhar da televisão,  e foca em nós.
-O oi? Não entendi.. - fico sem entender.
-Pode contar a verdade meninos.  Sentem  aqui. - ela coloca a mão sobre o sofá de couro preto.
-Mãe não começa. - Thom vira os olhos.
-Não vou começar nada Thommy. Eu só quero que vocês parem de me esconder as coisas. - ela olha para mim.- Erick, o que você tem a me dizer?
-Não tenho a dizer...- fixo o olhar na enorme tv.
O silêncio tomou conta do lugar.
-Conte que vocês namoram... - ela pausa.- só isso que eu queria que vocês paressem de me esconder.- ela se levanta e vai para a cozinha.


-Eu não namoro com Thom. Namoro? A gente esta junto um tempo já. Mas não namoramos. 
-Eu vi pela janela vocês quase se beijando no carro. Culpa do Thommy burro não rolou.- ela ri.- Sou muito de boa. Vocês podem contar comigo sempre, mas não estou aqui para falar disso.
Ela volta a cozinha, pega um papel sobre a mesa e volta.
-Que papel é esse mãe? - Thom estava curioso.
-Algo que você precisa saber filho.-ela diz.
-melhor eu me retirar. -me levanto.- é mais um assunto de familia.-completo.
-Se você sair dessa casa, considere seu namoro acabado. Senta nessa porra agora Erick.- ela diz em um tom bem nervoso.- você é da familia agora.
-Voltando ao assunto meninos,  Thom, seu pai deu sinal de vida.- ela abaixa a cabeça.- ele escreveu uma carta, veja.
Thom começa a ler, ele parecia estar aflito até que ele quebra o silêncio da sala.
-PRESO?   ELE ESTA PRESO?  COMO ASSIM MÃE? -ele grita, mas volta a ler a carta
-Sim filho, por isso te liguei. Queria que você soubesse, seu pai vem me mandando cartas a um  tempo já, mas nunca revelou sua localização. -ela pausa-  mas agora, ele revelou.. Preso.

Essa noticia foi bombástica para mim que não sou da família, não totalmente,  imagine como Thom não esta. Olhei para ele, e seu olhar era frio, não estava esboçando reação ao ler a carta. Ao final da carta, seu pai pede desculpas por ter abandonado a familia e Thom deixa uma lagrima cair sobre o rosto.
-Thom.. Fale alguma coisa.- eu coloquei minha mão sobre seu rosto.
-Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo. -ele abaixou a cabeça.
-Não vou te abandonar. Saiba disso.- eu digo.
-Eu não acredito que ele esta preso. Não o vejo a tanto tempo. Ele não tinha coragem de matar uma barata...- Thom volta a chorar.- e esta preso por ter matado um cara.
-Filho...- Becky chama antes de Thom se levantar e sai correndo para seu quarto.

Eu olho para Becky.
-Não olha para mim. O namorado não é meu. Vai atrás  dele você. - ela diz.
Fiquei com vergonha naquele momento. Mas era verdade.  Fui atrás do meu namorado. Quer dizer, fui atrás de Thommy. Não lembro muito bem onde era o quarto dele. Mas escutei um som que eu conhecia muito bem. A voz de Thom.
Abro a porta e ele esta ligando o seu radio. Colocando musicas deprimidas, ele só estava de meias e um blusão e seu cabelo loiro estava bagunçado. Não resisti. Ele me excita de um jeito. Nunca fizemos sexo. Até agora...

Quando fechei a porta, ele veio em minha direção.  Eu o beijei enquanto ele tirava minha blusa. Quando chegamos na cama, o empurrei, ele caiu na cama com as penas abertas. Me encaixei no meio de suas pernas e continuei beijando ele. Fui descendo, e continuando os beijos, beijando seu pescoço, peitoral, barriga. Subi de novo. Ele me virou,  deixando me na cama e ficando em cima de mim. Nessas horas nem lembravamos que o pai dele estava preso.
-Me solte!- eu dizia.
-Não vou te soltar Motorista! Você é meu empregado. Tem que me obedecer.
-Eu faço o que você quiser meu senhor... -me entrego.

E mais uma vez algo inesperado acontece.. Becky abre a porta bem na hora que Thommy me segurava na cama.
-Meninos, vim trazer biscoi... Nossa gente. Não era para mim estar aqui. Tchau haha.- ela fica surpresa e fecha a porta.
-Ela nunca entra sem bater.. - diz Thom.
Ela volta. -Vou deixar o biscoito aqui meninos.- ela coloca a bandeija sobre a mesa.
Ela tinha cortado todo o clima.
-Podemos continuar se quiser...- eu digo.
-Eu que mando em você. - ele diz
E os beijos voltam. Enquanto ele estava em cima de mim me beijando, meu pau ficava cada vez mais ereto, esfregando em Thom. Ele tira minha calça.
-Meu filho. Deus te abençoou em!- ele tira sarro.
Eu apenas deixo acontecer. Enquanto ele tirava minha cueca.
-Oh Thommy.. Faz assim mesmo
-Está otimo...
Ele estava fazendo um boquete em mim. Isso é muito bom. E de novo algo acontece.

-Meninos? -Becky falava lá de fora.
-Não pare Thommy- digo baixinho- eu respondo ela.
-Oi Becky.
-Vocês estão bem? Desculpe pelo que fiz.
-Relaxa Becky, estamos ótimos. Thommy esta maravilho. Oh assim mesmo. Não para- deixo escapar.
-Entendi Erick. Vocês estão transando. Depois quero falar com vocês . TEM CAMISINHA NA COMODA FILHO.-Ela grita.

Thommy começa a dar risada e corta todo o clima novamente. Becky fez essa graça e cortou nosso clima.  Ela é foda. Amo essa mulher.
-Sua mãe é fofa demais em.- dou risada.
-Ela é sempre assim. Se acostuma- ele se levanta.
-Nunca chegamos tão longe né..- ele diz enquanto colocava a blusa.
-Nunca nem chegamos perto meu filho.- continuo deitado.
-Vamos meu filho. Anda, levanta.  Temos que ver o que ela quer.- ele diz.
Depois que descemos,  ela só queria avisar que fez bolo para pedir desculpas pelo que fez. Não foi porque ela quis, mas foi engraçado. Ela sabia apoiar o filho, não tinha preconceito algum. Já meus pais...

Minha família não pode nem sonhar com uma coisa dessas.

Não sei como contar para eles que me "apaixonei" por um "viadinho", como eles dizem. Agora eu entendo o que ele passa todos os dias.  O lado bom é que sua mãe sempre o apoia. O mundo precisa de mais mães assim.

Ordinary LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora