Capítulo 3

111 14 12
                                    

Casa dos Woodwork's

Jakeline está sentada na espaçosa sala de Carter e Marlee. Seus lábios estão tingidos com um batom super vermelho e os olhos marcados com uma generosa camada de rímel. Cravou o cotovelo no braço do sofá branco e apoiou o queixo na mão, seu olhar está voltado para a porta de vidro fechada, e observava dispersa o vento forte balançar a copa das ávores e algumas plantas do jardim. Quando ouviu o som de passos vindo em sua direção, voltou instantameamente seus olhos extremamente verdes para o corredor esquerdo onde, segundos depois, Marlee Temers Woodwork acabara de passar.

Marlee tem os cabelos de um castanho alourado, brilhantes, e que caiam levemente até a altura de seus ombros magros. Assim que avistou Jakeline, acenou brevemente e tentou abrir um sorriso educado para a moça.

Quando chegou perto o suficiente, a cumprimentou com um beijo em cada lado de seu rosto quadrado.

–Como você está? - Jakeline perguntou ao observar Marlee sentar-se no sofá em frente de si.

Ela suspirou antes de respondê-la.

–Estou bem na medida do possível... - falou ao deslizar uma mão nervosamente pela a sua testa franzida. - Mas acredito que você não deva estar muito melhor do que eu - murmurou enquanto lançava para Jakeline um olhar compadecido.

Jakeline pigarreou fortemente, tentanto em vão limpar a garganta do nó que instalou-se por ali.

–Na verdade, acredito que ninguém esteja bem... quero dizer, ninguém que gosta de Kile deve estar bem.

Marlee concordou com a cabeça e inclinou-se para a frente, pegando as duas mãos de Jakeline e entrelançando-as com as suas próprias.

–Sinto muito, querida. É uma situação que nunca iriamos imaginar... mas eu tenho fé que logo meu filho irá acordar e tudo voltará a ficar como antes - murmurou ela, soando com extrema convicção. Marlee realmente acreditava que não demoraria muito pro seu Kile acordar, seu filho caçula. Ela desejava isso ardentemente todos os dias, todas as horas, minutos e segundos de seu dia.

Jakeline, no entanto, não era provida de tanta fé quanto a mulher que segurava fortemente suas mãos naquele exato momento.

–Marlee... eu espero que tudo fique bem, você sabe... ele é o homem que eu sempre quis, desde o ensino médio. Não é à toa que estamos namorando já há três anos.

A loura abriu um sorriso afetado para Jakeline, seus olhos castanhos brilharam por conta das lágrimas que, a qualquer instante, poderiam transbordar.

–Você sabe porque ele estava viajando de carro para a Villa? - Perguntou, a voz levemente embargada. Marlee sempre fora muito emocional. - Digo, quando o... - suspirou e fechou os olhos com força por um segundo. - Quando o acidente aconteceu. Quando aquele maldito caminhão bateu no carro dele.

Jakeline suspeitava, mas não queria dizer em voz alta. Mesmo que não fosse sua culpa, era sempre doloroso lembrar que o seu namorado sofrera um acidente quando estava indo visitá-la à noite.

–Não - falou ao desviar o olhar para os seus saltos super altos. Seus cabelos negros e curtos, na altura do queixo, balançaram um pouco com o seu movimento um tanto brusco.

–Ele estava indo te ver - falou, dizendo à Jakeline o que ela já desconfiava. O que mais ele estaria fazendo na estrada, às 1:00 da manhã e em direção à Villa, seu bairro?

Seu corpo estremeceu um pouco e Marlee finalmente soltou das mãos da moça. Retirou de dentro do bolso do casaco que usava uma caixinha vermelha.

–Isso estava dentro do bolso dele na hora... - falou enquanto estendia a delicada e pequena caixa para Jakeline que, hesitante, a pegou.

Procura-se por Eadlyn Schreave!Onde histórias criam vida. Descubra agora